Secretaria Municipal da Saúde
Julho Amarelo: diagnóstico precoce evita doenças hepáticas crônicas
O diagnóstico precoce das hepatites virais B e C é fundamental para evitar a evolução dessas infecções para doenças crônicas graves, como cirrose e câncer de fígado. A Saúde Pública de São Paulo destaca a importância do Dia Mundial da Hepatite, comemorado em 28 de julho e lembrado no Brasil por meio da campanha Julho Amarelo. A iniciativa visa conscientizar e alertar a população sobre os riscos, a prevenção e o tratamento das hepatites B e C.
As hepatites virais B e C são causadas por vírus e, na maioria dos casos, não apresentam sintomas na fase aguda. Elas podem se tornar crônicas e permanecer assintomáticas por anos, com risco de evoluir para cirrose ou câncer de fígado. A hepatite c tem cura por meio de tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com duração de três meses. Já a hepatite B é prevenível por meio de vacina; uma vez que ocorra a infecção, o tratamento, também oferecido na rede pública, é contínuo e não pode ser interrompido após iniciado.
Um dos riscos apresentados é o de evolução para a cirrose, que representa um estágio avançado das doenças hepáticas e é caracterizada pela formação de cicatrizes no fígado.
Diagnóstico é desafio
Atualmente, cerca de 296 milhões de pessoas vivem com hepatite B crônica e 58 milhões com hepatite C crônica no mundo, tornando-se um importante problema de saúde pública pelo grande número de infectados.
A baixa cobertura de testagem é hoje a principal lacuna a ser enfrentada para atingir as metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminação das hepatites até 2030. Outro aspecto fundamental é ampliar a vacinação contra a hepatite B.
O SUS em São Paulo oferece diagnóstico e tratamento para as hepatites B e C, seguindo os critérios estabelecidos pelos Protocolos Clínicos do Ministério da Saúde. Na cidade de São Paulo, nos últimos cinco anos, foram diagnosticados 10.369 casos de hepatites B e C. Entre 2021 e 5 de junho de 2025, foram registrados 5.184 casos de hepatite B e 5.185 de hepatite C.
Por meio do Programa Municipal de Hepatites Virais (PMHV), da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), as ações de conscientização são intensificadas para alertar sobre essas doenças silenciosas, que podem causar danos graves ao fígado. As 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além das UBSs/AMAs Integradas, estão preparadas para realizar exames de sangue específicos para hepatite B e C, bem como oferecer a vacinação contra a hepatite B.
“A falta de conhecimento sobre essas doenças é o grande desafio para identificar os portadores crônicos de hepatites B e C. Por isso, para prevenir novas transmissões do vírus da hepatite C, é necessário encontrar as pessoas doentes e tratá-las. Já para a hepatite B, a vacinação de toda a população é essencial”, afirma Célia Regina Cicolo da Silva, coordenadora do Programa Municipal de Hepatites Virais da SMS.
“Recomendamos que todas as pessoas com 40 anos ou mais, usuários ou ex-usuários de drogas injetáveis, e aquelas que receberam transfusão de sangue antes de 1993 façam o teste gratuitamente em qualquer UBS. Em caso de resultado positivo, o tratamento está disponível na rede pública de saúde”, destaca a coordenadora.
Mais de seis mil pessoas já foram encaminhadas para tratamento de hepatites na cidade. De 2021 até 5 de junho de 2025, 1.966 pacientes iniciaram tratamento para hepatite B, sendo 749 mulheres e 1.157 homens. Já para hepatite C, o tratamento foi iniciado por 4.370 pessoas, com 1.811 mulheres e 2.559 homens.
Formas de transmissão
A hepatite B tem uma alta taxa de transmissão, principalmente por via sexual e por contato com sangue. A melhor forma de prevenção é a vacinação, associada ao uso de preservativos. A vacina contra a hepatite B é recomendada para todas as idades.
Já a hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue. Não existe vacina, mas o tratamento disponível tem alta eficácia, com 98% de cura entre os pacientes acompanhados pela rede pública de São Paulo. A transmissão por transfusão de sangue, que foi significativa no passado, é atualmente rara devido aos avanços nos testes de triagem de doadores.
A transmissão da mãe para o filho, chamada transmissão vertical (TV), ocorre principalmente durante o parto. A prevenção da Hepatite B envolve medidas altamente eficazes, como a aplicação da primeira dose da vacina contra a hepatite B nas primeiras 24 horas de vida do bebê, além da administração de imunoglobulina específica.
A vacina contra a hepatite B nas primeiras 24 horas de vida é obrigatória no estado de São Paulo desde 2005. O esquema vacinal é complementado com a vacina pentavalente aos dois, quatro e seis meses de idade.
Também é recomendado que todas as gestantes façam os testes de hepatite B e C durante a gravidez para prevenir a transmissão vertical.
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