Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2015 | Horário: 13:30
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Unidade cria grupo de convivência para pacientes com HIV

SAE DST/Aids M’Boi Mirim acolhe e encoraja pacientes mais jovens a realizar tratamento

Profissionais da unidade criam grupo para orientar novos pacientes. Para utilizar o serviço o paciente pode ser encaminhado por um médico ou ir por demanda espontânea

Por William Amorim

Quando se fala no vírus HIV ainda existem muitos mitos e medos. Acompanhando os desdobramentos deste cenário de perto, o Serviço de Assistência Especializada (SAE) DST/Aids M’Boi Mirim escolheu o dia do seu primeiro aniversário (3 de fevereiro) para inaugurar um grupo aberto para pacientes novos. Nele são discutidos temas envolvendo preconceito e estigma; compartilhadas experiências e há amparo para os pacientes que descobriram recentemente serem soropositivos.

“Esta é mais uma oportunidade de aproximar usuários e funcionários e fortalecer o vínculo deles com a unidade”, afirma a coordenadora do SAE Andreza Maria dos Santos. A iniciativa surgiu devido à crescente demanda de pacientes mais jovens, de entre 15 e 24 anos, diagnosticados com o vírus e que integram o perfil mais vulnerável: HSH (homem que faz sexo com homem).

Para utilizar o serviço o paciente pode ser encaminhado por um médico ou ir por demanda espontânea. São oferecidos o teste rápido de HIV, teste convencional de sífilis, hepatite B, C e HIV, consultas, orientações de prevenção e tratamento. A equipe multiprofissional conta com infectologista, clínico geral, hebiatra, pediatra, nutricionista, farmacêutico e enfermeiros. O serviço de odontologia está sendo estruturado.

‘O atendimento é perfeito’

Tudo começa na própria unidade, com acolhimento, aconselhamento, consulta médica ou de outro profissional de nível superior, dependendo da demanda apresentada pelo usuário. “Eu fiquei resfriado e, como não passava por nada, veio a dúvida. Fiz um exame de sangue e deu positivo. Cheguei ao SAE pelo encaminhamento de uma médica da UBS, então fiz o teste rápido e deu positivo”, conta o promotor de eventos W. de 25 anos.

“O atendimento no SAE M’Boi Mirim é perfeito! Todas as dúvidas dos pacientes são sanadas, o acolhimento é muito bom e a equipe está sempre pronta para ajudar. Com certeza eu recomendaria (os serviços daqui)”, completou.

Hoje, após cerca de 6 meses em tratamento, W. mostra-se muito bem resolvido com a doença e compartilha este estado de espírito com os pacientes que acabaram de descobrir que são soropositivo. Com o auxílio dos profissionais ele conversa com os demais usuários e busca reduzir, por meio de troca de experiências, o impacto da descoberta.

A travesti J. de 38 anos, também portadora do HIV, trabalhou com prostituição por muitos anos. Hoje ela é parceira do SAE como agente de prevenção. Entrega camisinhas, gel lubrificante e panfletos informativos em pontos estratégicos como baladas, barzinhos, boates, avenidas e pontos de profissionais do sexo. Todo esse material é oferecido pela unidade, gratuitamente.

‘Cheguei quase chorando e saí sorrindo’

O SAE busca uma relação que vai além de uma simples consulta médica, assim como afirma o motorista R., de 25 anos. “Toda essa situação é bem difícil, mas foi aqui onde eu encontrei apoio. Cheguei quase chorando e saí sorrindo, hoje continuo feliz por causa da ajuda de toda a equipe”, afirmou o motorista.

Vale lembrar que todos os medicamentos usados no tratamento são oferecidos aos pacientes na farmácia da unidade, sem nenhum custo. Também ficam disponíveis a todos itens de prevenção como camisinhas masculinas e femininas e géis lubrificantes.

Não existe desculpa para não se prevenir. O problema é a vergonha de entrar na unidade para pegar os preservativos? Em frente à sede foi instalado um “Jumbo”, dispensador em larga escala de preservativos acessível a quem passa na rua.

Um Jumbo foi instalado na frente da unidade para facilitar a retirada de preservativos




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