Prefeitura de São Paulo

'Temos 451 Unidades Básicas de Saúde (UBS), todas com programa de conscientização, de preparação para a mamãe e toda nossa equipe de saúde para dar essa orientação nesse momento tão importante de vida da mãe e, sobretudo, da criança', disse Filippi

Por Keyla Santos
Fotos: Edson Hatakeyama

Aconteceu na manhã desta sexta-feira (7), na Sala do Conservatório da Praça das Artes (Centro), o evento de encerramento da campanha do Ministério da Saúde (MS). A Semana Mundial de Aleitamento Materno ocorreu entre os dias 1º e 7 de agosto, com o tema “Amamentação e trabalho: para dar certo, o compromisso é de todos”. O objetivo da campanha é incentivar gestores de empresas públicas e privadas a adotarem a ação “Mulher trabalhadora que amamenta”, lançada em 2010.

O secretário municipal da Saúde, José de Filippi Jr., falou sobre as políticas públicas que visam a prevenção e a promoção da saúde. “A amamentação é um dos símbolos, um dos exemplos dessas políticas que temos que acertar. Temos 451 Unidades Básicas de Saúde (UBS), todas com programa de conscientização, de preparação para a mamãe e toda nossa equipe de saúde para dar essa orientação nesse momento tão importante de vida da mãe e, sobretudo, da criança”, disse.

De acordo com a 2ª Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal, realizada pelo MS, o índice de amamentação é duas vezes maior entre as trabalhadoras com direito à licença ampliada (53,4%) do que registrado entre as mulheres sem esse direito (26,8%).

Licença de seis meses

Empresas que adotaram a ação 'Mulher trabalhadora que amamenta'  receberam troféus em reconhecimento

Durante o evento, 18 empresas públicas e privadas foram reconhecidas por participar da ação. Elas adotaram a licença de seis meses, as salas de apoio e creches próximas ao local de trabalho. Houve também apresentação do Coral Materna em Canto e do Coro Infanto-Juvenil da Escola Municipal de Música – Fundação Theatro Municipal. Os padrinhos da campanha, o apresentador Serginho Groisman e sua esposa, Fernanda Vogel Molina Groisman, também estiveram presentes.

O Ministro da Saúde Arthur Chioro falou sobre a mobilização mundial em prol do tema amamentação e sobre como essa medida preventiva pode contribuir para o desenvolvimento saudável de uma nova geração de seres humanos. “Esse incentivo à amamentação está salvando neste momento, e vai salvar nos próximos meses, nos próximos anos, milhões de vida em todo o País e em todo o mundo”, afirmou.

Chioro também falou sobre os eixos fundamentais preconizados pelo MS e sobre a relação entre empresas e trabalhadoras. “O importante é que consigamos envolver os empregadores, mobilizar e garantir que a trabalhadora tenha informação adequada. Primeiro, ela deve ter respeitado o prazo de quatro meses, no mínimo, de licença maternidade, para que ela possa amamentar o seu filho. Cada vez mais estimulamos as empresas privadas a adotarem os seis meses de licença maternidade, a garantia da creche no ambiente de trabalho ou próximo ao ambiente de trabalho e a implantação das salas de apoio ao aleitamento materno”, disse o ministro.

O prefeito Fernando Haddad falou sobre a Lei que acabou de ser sancionada e que beneficiará as mulheres e seus filhos onde quer que estejam. “Acabamos de sancionar uma Lei que multa quem causar qualquer constrangimento para a mamãe que estiver amamentando no espaço público”, disse Haddad. Ele falou também sobre um estudo que visa exigir em licitações, a adoção de licença maternidade de seis meses (leia mais aqui).

A madrinha da campanha, Fernanda Vogel Molina Groisman, falou sobre a importância da amamentação e sobre como passou a abraçar essa causa. “Eu gostaria de agradecer a todo mundo que trabalha há tanto tempo com a amamentação, porque, por causa do trabalho de vocês eu pude conhecer a importância do aleitamento materno e também entrar nessa luta e fazer com que as pessoas entendessem que a amamentação é importante. Como dentista, sei que é a prevenção odontológica. Esse é um dos motivos pelo qual comecei a trabalhar com isso e a falar para os meus pacientes no consultório, sobre a importância da amamentação...A verdadeira prevenção odontológica é o movimento que o bebê faz no peito, que é único e não existe nenhum outro tipo de alimentação para o bebê que se compare à amamentação”, explicou Fernanda.

A portaria 11.130/2015 busca integrar diversas ações já existentes para atendimento a essa população, com o objetivo de promover o aleitamento materno e a saúde da criança, da gestação aos nove anos de vida, com especial atenção à primeira infância (zero a cinco anos) e às populações de maior vulnerabilidade, como crianças com deficiência, indígenas, quilombolas, ribeirinhas e em situação de rua.

Participaram do evento a primeira-dama Ana Estela Haddad, coordenadora do programa São Paulo Carinhosa; o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Eduardo da Silva Vaz e o secretário municipal da Cultura, Nabil Bonduki.

‘A amamentação é um vínculo e um investimento para o resto da vida dela’

'Ela sabe que tem um porto seguro para voltar sempre que precisa', disse Mariana, mãe de Júlia

Para Mariana Ugeda Sanchez Brito Marcos, mãe da Júlia, de um ano e dois meses, a amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho e garante um desenvolvimento saudável. “Ela nunca ficou doente, só teve problemas com o nascimento dos dentes, mas é super saudável, nunca precisei dar antibióticos e ela está sempre muito conectada. Ela sabe que tem um porto seguro para voltar sempre que precisa. A amamentação é um vínculo e um investimento para o resto da vida dela”, afirmou Mariana.

Tatiana Aparecida Reis, mãe de Davi, de 10 meses, amamenta o filho desde que nasceu. E não pretende parar. Ele é o terceiro filho e, segundo ela, terá a liberdade de decidir a hora de parar. “Esse é meu terceiro filho e todos os outros mamaram no peito. A menina parou de mamar por vontade própria aos sete meses. Já o segundo parou de mamar aos dois anos e vamos ver até onde o Davi vai, porque eu vou deixando, até onde ele quiser mamar”, disse.

Segundo a coordenadora da área técnica de Saúde da Criança e do Adolescente Athenê Maria de Marco Mauro, o leite materno salva vidas porque reduz a morbimortalidade infantil. “É o melhor alimento para o bebê e deve ser oferecido sempre que ele quiser. Nos primeiros dias, o leite é mais ralinho e parece fraco, mas mata a sede e a fome do bebê e é rico em proteínas”, disse.

Athenê enfatiza que eventos com o de hoje socializam informações para gestores, empregadores e munícipes. “Este ano, como a semana focou a mulher trabalhadora que amamenta, o evento ajuda na sensibilização dos empregadores na questão da importância de se apoiar o aleitamento materno no retorno da mulher ao trabalho”, finalizou.

'Esse é meu terceiro filho e todos os outros mamaram no peito', disse Tatiana, mãe de Davi

Benefícios da amamentação

O leite materno deve ser exclusivo até o sexto mês de vida. Depois desse período é aconselhável que a criança seja amamentada até os dois anos com a inclusão de alimentação complementar ao leite materno.

Entre os benefícios da amamentação para o bebê estão:

- Fortalecimento dos vínculos de carinho e afeto entre a mãe e a criança, pois fornece proteção e segurança;
- Protege contra infecções respiratórias, diarreia e alergias;
- Protege contra doenças, pois a mãe passa defesas para o bebê por meio do leite materno;
- Previne o aparecimento de diabetes, hipertensão e obesidade.

Benefícios para as mães:
- Diminui o sangramento pós-parto e a incidência de anemia;
- A mãe que amamenta perde peso mais rapidamente;
- Protege contra o câncer de mama.