Prefeitura de São Paulo

Grupo recebe orientação sobre as hepatites virais

Texto e foto por Felipe Aires

Para conscientizar a população sobre o perigo representado pelas hepatites virais e incentivar o debate entre os profissionais da saúde pública, a UBS Jardim Souza organizou, entre os dias 27 e 30 de julho, uma semana de palestras.

Na quinta-feira (30), a enfermeira Suellen de Sena deu uma palestra para cerca de 20 pessoas. “Foi muito importante para informar a população à respeito das hepatites virais e explicar a diferença de uma para outra, a forma como podemos contrair a doença, a prevenção e orientação no caso de estar contaminado. É muito importante”, disse a enfermeira.

Todos os adultos com vida sexual ativa são considerados público-alvo na luta contra as Hepatites Virais. Segundo Luis Carlos Gomes, gerente da UBS Jardim Souza, o nicho mais afetado pelas Hepatites B e C são coletores de lixo hospitalar e domiciliar; pessoas com doenças sexualmente transmissíveis, doadores de sangue, manicures, pedicures, podólogos, profissionais do sexo, usuários de drogas ilícitas, travestis e moradores de rua.

“Gestantes também devem receber acompanhamento e fazer testes para que possa ser possível impedir a transmissão vertical da doença, em especial, a Hepatite B”, explicou Gomes.

“Todos que estiverem na faixa de risco das hepatites virais e/ou se tiverem sintomas devem procurar ajuda médica. No caso da Hepatite A, os sintomas não aparecem e quando surgem é porque a doença já está num estágio avançado. Por isso, quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico melhor e mais eficaz será o tratamento”, disse Suellen.

Para Ana Luiza de Sá, paciente da unidade, os grupos de orientação são de grande valia junto à comunidade. “Conseguimos tirar nossas dúvidas e aprender como nos prevenirmos das doenças. Eu não frequento todos os grupos, mas quando venho sempre saio com informações novas. Frequento a unidade em busca de atendimento e só tenho elogios”.

Tipos da doença e tratamentos

Existem três tipos de Hepatites Virais: A, B e C. No caso do primeiro tipo (tipo A), a doença se dá a partir da ingestão de alimento ou água contaminada pelo vírus transmissor da hepatite. “Normalmente o organismo consegue resolver esse problema sem que seja necessária intervenção de nenhum tratamento específico” informou Gomes.

Nos casos das Hepatites B e C, o problema é crônico e, normalmente, não apresentam sintomas em uma fase inicial: “Apesar da demora em aparecer os sintomas, quando os mesmos aparecem significa que o estágio da doença já está avançado, podendo ocorrer cirrose ou câncer hepático” explicou Gomes.

O SUS disponibiliza testes para que seja feito o diagnóstico das Hepatites e a prevenção é uma forte aliada na luta contra o problema, pois o diagnóstico precoce é fator determinante para evitar a transmissão e progressão da doença.

O Sistema Único de Saúde disponibiliza a vacina contra a Hepatite A, mas ela é indicada somente para pacientes que já possuem algum tipo de doença hepática ou algum quadro de imunossupressão. Em todas as salas de vacina das UBS são disponibilizadas vacinas contra a hepatite B. Não existe vacina para a Hepatite C.

Prevenção

Dentre as formas de prevenir a transmissão das Hepatites Virais estão o uso de preservativo em todas as relações sexuais, uso de materiais descartáveis em estúdios de piercing e tatuagens, não compartilhar instrumentos de manicures e pedicures, evitar o uso de lâmina de barbear ou depilar de outra pessoa, não compartilhar o uso de seringas, agulhas e equipamentos para drogas inaladas.

Dia Mundial contra as Hepatites Virais

A Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu em 2010 o dia 28 de Julho como data da luta mundial contra as hepatites virais. O Brasil teve papel importante na instituição dessa data pois, através de iniciativas e propostas brasileiras, foi possível colocar em evidência os problemas gerados pelas hepatites virais.