Secretaria Municipal da Saúde

Terça-feira, 22 de Setembro de 2015 | Horário: 18:35
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Saúde participa de lançamento da 9ª Pesquisa sobre Mobilidade Urbana

Gasto com recuperação de pacientes envolvidos em colisões automotivas saltou de R$ 46 milhões para R$ 100 milhões

Por Beatriz Prado

No dia mundial sem carro, comemorado nesta terça-feira (22), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) participou do lançamento da 9ª Pesquisa sobre Mobilidade Urbana do município de São Paulo. Realizada pela Rede Nossa São Paulo e Ibope Inteligência, o levantamento foi apresentado no auditório do Sesc Consolação. Estiveram presentes o secretário da Saúde Alexandre Padilha, o secretário municipal de Transportes Jilmar Tatto, Márcia Cavallari, do Ibope, Jorge Duarte, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.

Também participaram o gerente do setor de avaliação de Emissões Veiculares da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) Marcelo Pereira Bales, a diretora-presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade Evangelina Vormittag e o especialista em trânsito Jakow Grajew.

A pesquisa é fruto de 700 entrevistas, realizadas de 28 de agosto a 5 de setembro, nas cinco regiões da cidade. O resultado indica que o paulistano gasta em média 2 horas e 46 minutos por dia no deslocamento entre a residência e o trabalho ou escola. O relatório anual de acidentes com vítimas fatais, da Companhia de Engenharia de Tráfego, referente a 2014, registrou 1249 mortes e 441 feridos em ocorrências como atropelamentos, colisões e choques. “A mobilidade urbana está intimamente ligada ao sistema público de saúde, seja na reabilitação física de vítimas de acidentes de trânsito ou agravos provocados pela poluição do ar. Nos últimos cinco anos, o gasto com a recuperação de pacientes envolvidos em colisões automotivas saltou de R$ 46 milhões para R$ 100 milhões”, destacou Padilha.

Poluição do ar

Dos entrevistados pela pesquisa, 66% consideram a capital como lugar bom ou ótimo para morar. Já 94% dos participantes consideram a poluição do ar como a mais grave. E não é sem razão. Segundo Evangelina Vormittag, médica especialista em patologia clínica e microbiologia, o alto índice de material particulado encontrado em locais como a Ponte dos Remédios, Parque do Ibirapuera, aeroporto de Congonhas e Universidade de São Paulo torna o ator de ir e vir um sério fator de risco. “Pelo menos 62% da população já sofreu algum agravo na saúde por causa da poluição, sem se dar conta. A má qualidade do ar é responsável pela morte de 35 pessoas por dia só no Estado de São Paulo”, afirmou Evangelina.

Ruy Paulo D’Elia Nunes, médico da Coordenação de Vigilância em Saúde e especialista em saúde pública, falou sobre a importância da informação e da educação permanente de profissionais da saúde que reproduzem orientações técnicas com linguagem acessível para a população. “Os moradores do município de São Paulo são os que dedicam menor tempo assistindo televisão. Isso porque passam maior tempo presos em congestionamentos. A pesquisa mostra que 84% da mortalidade na cidade é relacionada às doenças crônicas não transmissíveis, má qualidade de vida e também por fatores externos e ambientais”, disse Nunes.

Atuação intersecretarial

A construção de ciclofaixas, corredores exclusivos para o transporte coletivo, a redução do tempo de espera e o aumento da frota dos ônibus foram indicadas pelos entrevistados como importantes alternativas ao uso do carro. “Existe um consenso de que a vida está em primeiro lugar e, por isso, atuaremos em conjunto com a secretaria de Transportes na implementação de um observatório municipal já nos próximos dias, com o objetivo de identificar situações de risco e atuar na prevenção e promoção da saúde”, afirmou Padilha.

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