Secretaria Municipal da Saúde
Saúde celebra três anos do Programa Mais Médicos
Seminário do Mais Médicos foi realizado no Sindicato dos Químicos, no centro de São Paulo
Por José Antonio Leite
Fotos: Luiz Guadagnoli/SECOM
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) comemorou nesta sexta-feira (8), com um seminário, o aniversário de três anos da implantação do Programa Mais Médicos. A celebração ocorreu no Sindicato dos Químicos, no bairro da Liberdade, onde se reuniram parte dos 259 médicos – brasileiros e estrangeiros - alocados nas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) das Unidades Básicas de Saúde (UBS) com os mais elevados índices de vulnerabilidade social. “Agradeço a todos vocês, brasileiros, cubanos e de todas as nacionalidades, pelo que fizeram pelo povo brasileiro. Vocês acolhem muito bem a nosso povo por sua formação e solidariedade. O mundo é a família de vocês”, afirmou Alexandre Padilha, secretário municipal da Saúde.
Também estiveram presentes ao evento a secretária-adjunta Célia Cristina Bortoletto, a coordenadora da Atenção Básica da SMS Rejane Calixto; Joaquim Molina, representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil; Mozar Sales e Hêider Aurélio Pinto – ex-secretários de gestão do trabalho e educação na saúde - e Maria Alice Fortunato, coordenadora técnica da unidade Mais Médicos da OPAS.
O Programa Mais Médicos foi criado em 2013, para ampliar a assistência à Atenção Básica de saúde, levando médicos para atuarem em cidades com ausência de profissionais como no interior do País e em distritos indígenas. Na cidade de São Paulo há 259 profissionais alocados nas equipes de EFS das UBS com os mais altos índices de vulnerabilidade social. São brasileiros, cubanos, bolivianos, venezuelanos, argentinos, haitianos, uruguaios, da Croácia, Espanha, França, México, Paraguai, Peru e República Dominicana.
Números
Com a implantação do Mais Médicos houve queda no déficit de médicos em 58%, menor taxa de rotatividade profissional de ( 77 para 48), aumento de 13% nas vagas para consultas ofertadas na Atenção Básica, queda da taxa de mortalidade infantil de 12,57 por 1.000 nascidos vivos em 2007 para 10,72 por 1.000 nascidos vivos em 2015. A aprovação do Programa foi de 90% entre usuários (saiba mais). No País, 64 milhões de brasileiros são beneficiados. O Programa tem 18.240 médicos em 4.058 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. O Mais Médicos também tem ações de expansão da formação médica.
Em sua intervenção na celebração pelo aniversário do Programa, Padilha agradeceu a atuação da OPSA/OMS, dos médicos que aderiram ao Programa e, particularmente, aos trabalhadores da rede. “Muitas pessoas no Brasil achavam que seria impossível enfrentar uma parte da corporação médica, que era contra o programa e fizeram campanha. Cada coordenador de região, cada gerente de unidade, enfrentou muitos boicotes. [A atuação de cada coordenadoria] representou um passo muito importante para a construção do Mais Médicos”, disse o secretário.
Segundo Rejane Calixto, o Programa foi decisivo para a cidade de São Paulo. “Conseguimos alocar médicos em unidades de saúde que há mais de um ano não tinham médicos. Para nós foi fundamental conseguir prover essas unidades de saúde. Ao longo desses três anos observamos que esses profissionais foram fundamentais para as mudanças na situação dos territórios para onde foram trabalhar. São médicos que têm um diferencial. Trabalham na atenção primária à saúde com grande dedicação. Isso fez uma diferença significativa para a população”, disse a coordenadora.
Neste ano, com o objetivo de preencher as vagas de médicos em aberto nas 114 equipes de ESF que ainda não os tem, de um total de 1.310 espalhadas pelo Município de São Paulo, a SMS protocolou junto ao Ministério da Saúde a intenção de contratar mais 160 profissionais por meio de um modelo inédito: além de oferecer os auxílios previstos na legislação federal a cidade irá pagar o salário de certa de R$ 10 mil e ajuda de custo de R$ 3.2 mil. O edital está aberto, aguardando o término do prazo para que seja feita a definição dos profissionais que atuarão em São Paulo.
Durante a cerimônia, em um ato simbólico, como prova de dedicação e empenho para ajudar a melhorar a saúde pública da cidade, a SMS entregou um certificado de participação no Programa para oito médicos.
Desafios
Em seguida, duas mesas de discussão trataram de temas relativos ao Mais Médicos. Sales abordou, entre outros, os desafios históricos enfrentados pelo SUS para sua construção; falou ainda sobre os problemas na relação entre expansão da mão de obra e vagas na saúde e sobre a falta de médicos na Atenção Básica.
Maria Alice Fortunato abordou a cooperação técnica da OPAS ao Programa Mais médicos. A mesa de discussão foi encerrada com a intervenção de Rejane Calixto, que divulgou os dados relativos à atuação do Programa na cidade de São Paulo.
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