Prefeitura de São Paulo

Texto/foto por Isabella Jarrusso

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. No Brasil, os casos de sífilis estão em crescimento, principalmente os de transmissão vertical, das gestantes para os seus bebês, denominado sífilis congênita. Visando atualizar as informações sobre o tema e conter o avanço da doença, a Coordenadoria Regional de Saúde Norte organizou uma capacitação sobre sífilis para profissionais de saúde. O encontro aconteceu nos dias 26 e 28/06, no auditório do Arquivo Público do Estado de São Paulo, e contou com a palestra do Dr. Valdir Monteiro Pinto, interlocutor DST/AIDS do Programa Municipal de São Paulo.

Segundo o doutor Valdir, a sífilis é uma doença muito complexa, e atualmente não só no Brasil, mas no mundo todo está se vivendo uma epidemia de casos. "Infelizmente, a sífilis é muito pouco explorada no aprendizado de profissionais de saúde. Por isso, é de suma importância eles conhecerem os protocolos atuais da doença, que é a finalidade desse encontro aqui na CRS Norte”, explica ele.

A capacitação envolveu, entre outros, a atualização de profissionais de saúde em relação o reconhecimento das manifestações clínicas da doença, à interpretação dos resultados dos exames laboratoriais que levam ao diagnóstico e ao tratamento adequado, com foco na gestante com sífilis e na sífilis congênita.

A enfermeira Andréia da Rocha Martins, que trabalha há dois anos na UBS Vila Ede, considera que esses encontros ajudam a ampliar as informações sobre sífilis para sua profissão. “Os casos de sífilis têm aumentado muito, então é extremamente importante esse evento para nos manter atualizados e adquirir mais conhecimentos sobre o tema”.

A luta contra a sífilis congênita

Durante a palestra, o doutor Valdir abordou também a sífilis congênita – o contágio no período gestacional ou na hora do parto que é chamado de transmissão vertical. Em geral, a sífilis é transmitida por contato sexual, e pode ser prevenida com o uso de preservativos. Pode também ser transmitida por transfusão de sangue, mas atualmente isso é mais raro, por causa dos testes feitos antes da realização do processo. Para obter um diagnóstico precoce da doença, as gestantes devem fazer exames sorológicos, e, em caso positivo, iniciar o tratamento o mais rápido possível, para evitar a sífilis congênita, que pode causar várias sequelas nas crianças como má-formação do feto, alterações ósseas, cegueira e lábio leporino.

Para a pediatra e assessora técnica da SUVIS Perus, Vivian Meire Bittencourt Netto, o encontro foi muito importante por capacitar os profissionais da saúde da Atenção Básica no atendimento às gestantes e aos seus bebês. “Todas as informações aqui recebidas” continua ela, servirão para ajudar no atendimento cotidiano nas UBS’s. Um avanço para a diminuição de casos de sífilis congênita”, comemora.