Secretaria Municipal da Saúde
Projetos de prevenção às ISTs/AIDS do Programa Municipal de DST/AIDS beneficiam mulheres de São Paulo
Por Thiago Pássaro
Manoella Mignone tem um sorriso fácil e contagiante. A cada risada, seus enormes cachos balançam. Uma pessoa ‘leve’, que escolheu ser educadora ambiental e naturopata. E se no dia-a- dia Mignone é compromissada com o Meio Ambiente, ela também faz a diferença para a vida de muitas mulheres da cidade de São Paulo.
Além do trabalho rotineiro, a educadora, uma vez por semana, também é uma agente do “Elas por Elas”, do Programa Municipal de DST/AIDS (PM DST/AIDS), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo, um projeto de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)/AIDS com mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Nos encontros semanais, a agente visita casas de acolhida do centro de São Paulo, que abrigam mulheres que sofreram violência ou estão sob ameaça, e também abrigos da região, para pessoas em situação de rua. Ela faz ainda um roteiro por algumas ruas, praças e avenidas do Centro para abordar mulheres que também fazem do asfalto e da calçada uma moradia temporária.
“A gente costuma levar camisinha masculina, camisinha feminina, gel lubrificante e levamos também os informativos. Conversamos sobre prevenção”, diz Mignone. “O nosso principal objetivo é incluí-las na rotina do serviço de saúde [da Rede Municipal Especializada (RME) em ISTs/Aids de São Paulo]: que elas venham se testar, que elas participem das ações, que elas usem o espaço que é público, que é delas”, completa.
#PraCegoVer
Agente de prevenção ao centro da foto, em primeiro plano, segurando preservativos masculino e feminino e sachês de gel lubrificante. Ao fundo, desfocado, a fachada do CTA Henfil
Mignone atua em conjunto com outros projetos de prevenção do PM DST/AIDS: o “PRD Sampa”, de redução de danos para usuários de drogas, e o “Tudo de Bom!”, voltado para profissionais do sexo e mulheres trans. “É muito importante essa ação em conjunto dos projetos”, afirma.
Nesse trabalho em trio, os agentes já vão a 10 locais fixos, sendo a maioria casas de prostituição, onde eles abordaram as profissionais do sexo, que, por diversos motivos, não têm acesso aos serviços de saúde.
“Sempre a gente é muito bem recebida, porque, muitas vezes, essas mulheres estão esquecidas. Elas sentem que a gente as ajuda e, dessa forma, saem dessa invisibilidade, se sentindo um pouco valorizada”, conta a agente de prevenção.
A ideia é visitar, a cada semana, pelo menos um desses locais já mapeados. Mignone ressalta, no entanto, que há uma busca contínua por outros pontos de abordagem de mulheres vulneráveis. “Elas mesmos nos indicam alguns lugares que podemos encontrar mais pessoas”, conta.
Preservativo Feminino
Nos encontros com as mulheres, a agente de prevenção afirma valorizar a camisinha feminina. “Eu acho super importante que a mulher tenha autonomia, porque, muitas vezes, o cara não quer por camisinha. Então é uma forma de ela ter a camisinha dela; [além do que] o preservativo feminino traz ainda mais prevenção para a mulher, porque ela cobre a região dos lábios. Então, é muito bacana.”, ressalta.
Por ser pouco conhecido, esse trabalho dos agentes de prevenção é fundamental para apresentar à mulher o preservativo feminino e outras tecnologias de prevenção para que ela decida qual prefere usar e, melhor ainda, se for com o auxílio de um profissional da saúde. Magnone observa que “quanto mais a gente trabalha o preservativo feminino em campo, a gente vê uma maior aceitação”. A divulgação é primordial nessa questão, portanto.
O preservativo feminino pode ser retirado nos 26 serviços da RME em ISTs/AIDS (confira os endereços: prefeitura.sp.gov.br/dstaids/rme) gratuitamente.
#PraCegoVer
Envolva-se
O preservativo feminino também está disponível para você, Mulher.
Retire-o nas unidades de saúde da rede municipal especializada (RME) em ISTs?AIDS.
Dia Internacional da Mulher
Nesta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, Mignone e os colegas de trabalho dos outros projetos voltam às ruas da cidade para abordar e conversar com mais mulheres. A data não foi escolhida à toa. É uma oportunidade de criar ou reforçar vínculos e passar uma mensagem de acolhida, prevenção às ISTs/AIDS e valorização da mulher.
“Quanto mais eu vou para campo, eu vejo que as pessoas ainda precisam de informação sobre as ISTs. E tem ainda o preconceito da sociedade. A nossa presença ajuda a desconstruir esse preconceito. Por isso, eu acho o ‘Elas por Elas’ fundamental para a cidade de São Paulo, de buscar essas mulheres e dizer que a nossa saúde é importante, que a nossa vida é importante”, conclui.
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