Secretaria Municipal da Saúde
Linha de frente da Covid-19 revela heróis na pandemia
Desde que o medo do coronavírus passou a fazer parte da vida da população mundial, até chegar ao Brasil, nos bastidores da saúde um verdadeiro exército de profissionais começava a ser preparado para entrar em campo. Na capital, as capacitações de enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos para o enfrentamento da Covid-19 começaram até antes da pandemia ser oficialmente declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março. Coronavírus: Prefeitura de São Paulo capacita profissionais da saúde.
A partir daí, as gestões para o enfrentamento da pandemia no município se anteciparam ao aumento de casos confirmados. Vieram os novos leitos abertos em hospitais de campanha, na rede municipal hospitalar e nas unidades privadas parceiras. Hospital Municipal de Campanha do Pacaembu pronto para combater a Covid-19.
Nessa luta pela vida, muitas histórias foram sendo construídas e lá estavam eles, os profissionais de enfermagem, como protagonistas de um enredo em que o final nem sempre é feliz.
“Tive muito medo de retornar ao trabalho por não ter ideia do que vivenciaríamos nos meses seguintes, medo de não ter controle emocional para as dificuldades. Ao mesmo tempo, senti empatia pelos meus colegas de trabalho e compaixão dos meus pacientes ao imaginar que poderia contribuir muito e amenizar a sobrecarga de trabalho no meu retorno.” Mayara Ester, enfermeira da Atenção Primária à Saúde desde 2015, voltava das férias quando assumiu ao lado dos colegas de equipe a linha de frente contra a Covid-19.
Mayara Ester entrou para a linha de frente contra a Covid-19 assim que voltou das férias
Na AMA/UBS Integrada, Parque Novo Santo Amaro, Juliana Noronha conta que a rotina mudou completamente nos últimos meses. A tensão diária ao lidar com pacientes suspeitos de Covid-19 na unidade teve dois momentos, como conta a supervisora Técnica de Enfermagem há 10 anos. “Quando escolhi minha profissão, jamais imaginei que viveríamos um cenário tão triste como este atual. Somente ouvíamos falar das pandemias que o mundo já passou, mas presenciá-la está sendo simplesmente surreal.”
Para ela, a melhor parte dessa experiência é salvar vidas. No município, foram mais de 270 mil altas acumuladas. Boletim diário Covid-19. “Escolhi a profissão certa, a cada dia que passa me sinto mais realizada”, conclui Juliana.
Juliana Noronha, que atua na AMA/UBS Integrada Parque Novo Amaro, viu a rotina mudar completamente com a pandemia
Medo anda de mãos dadas com a revolta, quando a rotina intensa na linha de frente da Covid-19 se depara com o descaso de quem se recusa a seguir as orientações de distanciamento social, uso de máscaras, entre outras medidas recomendadas. “Medo da morte, medo da contaminação, de contaminar os seus familiares e a apreensão com o futuro estão o tempo todo presentes. Difícil é lidar com o desconhecido, o vírus é um inimigo que nos dá essa sensação”, afirma a enfermeira Aline Senes, que atua na profissão desde 1997 e neste momento integra a equipe do Hospital Municipal Bela Vista.
Em 23 anos de profissão é a primeira vez que Aline Senes passa por algo como a pandemia
Personagens dessa história, enfermeiros ganharam uma visibilidade que os colocou até de capa e máscara em homenagens feitas por artistas na mídia, nas redes sociais. Gigantes, estamparam grafites e projeções em prédios, onde suas imagens exprimem cansaço, coragem e vontade de vencer. “Acredito que a pandemia trouxe, não só para a enfermagem, mas para todos os profissionais de saúde, maior visibilidade. A mídia passou a contar mais sobre nossa profissão”, diz Juliana Noronha sobre o reconhecimento dos enfermeiros durante a pandemia.
Funcionário do SAMU ao lado de sua homenagem em um ponto de ônibus
Infelizmente, nessa batalha contra o coronavírus muitos profissionais da saúde perderam a vida ao serem contaminados por atuarem na linha de frente. A memória e a dedicação dessas pessoas ganharam o respeito da Secretaria Municipal da Saúde por meio do memorial que homenageia cada um desses heróis para que sejam sempre lembrados.
Entre agosto e setembro acontecerão intervenções urbanas para homenagear os profissionais da linha de frente e as vítimas da pandemia. Serão ações artísticas para refletir sobre a Covid-19.
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