Secretaria Municipal da Saúde

Sábado, 27 de Fevereiro de 2021 | Horário: 18:06
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Aos 83 anos e 10 meses, Dona Isabel recebe dose da vacina aplicada pela neta enfermeira

Idosa que ficou viúva durante a pandemia e ainda viu cinco dos seus seis filhos contraírem a Covid-19 não esconde a alegria em receber o imunizante

 

De jaleco branco com a inscrição SUS no braço direito, a enfermeira Juliana Boffo aplica a vacina no braço direito da avó Isabel, que veste blusa lilás e tem um coque com os cabelos brancos, elas então no páteo  da UBS Humaitá, na Bela Vista

A enfermeira Juliana Boffo Martins aplica a esperada vacina na avó Isabel da Silva Boffo, na UBS Humaitá, na Bela Vista (Foto: Secretaria Municipal da Saúde)

 

Ela fez questão de frisar: “Tenho 83 anos e 10 meses, em abril completo 84”, contou Isabel da Silva Boffo na manhã deste sábado (27), primeiro dia da campanha de imunização para idosos com idade entre 80 e 84 anos, na capital paulista.
“Eu estava ansiosa para tomar logo essa vacina. A gente estava acostumada a ir ao mercado, visitar um filho alguma vez. Ficar trancado estava difícil. Eu não ia mais ao mercado, à feira. Até o dia 20 de junho, eu tinha o meu marido, mas ele faleceu e aí tive que ficar quietinha na casa de um filho.”

Ela conta que tem seis filhos e cinco tiveram Covid-19. Hoje, quando precisa vê-los não o faz sem máscara, evita chegar muito perto e reforça o uso de álcool e o lavar as mãos.

Para dona Isabel, além da expectativa pela vacina contra a Covid-19, o ato de receber o imunizante se tornou motivo de orgulho e alegria ao ter a primeira dose da vacina aplicada pela neta Juliana, na UBS Humaitá, na Bela Vista.

“Hoje eu fiquei muito emocionada de receber a vacina que tanto esperava da minha neta Juliana, que vi nascer. Fiquei muito feliz”, comemora.

A neta de dona Isabel é a enfermeira Juliana Boffo Cardoso Martin, 36 anos, que há dois anos e cinco meses é a responsável pela Sala de Vacina da unidade de saúde HUmaitá e estava trabalhando na campanha de vacinação contra o coronavírus.

“Foi muito gratificante vacinar a minha avó, principalmente depois da perda do meu avô. A pandemia foi um momento muito difícil para todos nós.”

A enfermeira revela que a avó passa o dia na casa onde mora e à noite vai para a casa de um dos filhos. Contudo, após a morte do avô e mesmo com todos os cuidados, a família precisou se reunir para a cuidar de documentos e dias depois desse encontro cinco dos seis filhos de dona Isabel testaram positivo para a Covid-19 e ficaram ainda mais temerosos pela saúde da mãe.

“Estávamos numa ansiedade tremenda para que chegasse a vez da idade dela e a gente ficasse tranquilo em relação à vacina”, conta Juliana.

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