Secretaria Municipal da Saúde
Visibilidade trans: Aysha Cristiana Oliveira é mulher trans e trabalha em equipamento voltado a este público
O respeito pela orientação sexual e identidade de gênero de cada pessoa é essencial para promover a inclusão e o acolhimento dentro da rede municipal de saúde. Em uma capital tão diversa como São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) amplia este conceito de amparo ao contar também com pessoas transexuais trabalhando na linha de frente dos equipamentos de saúde.
Aysha Cristiana Oliveira, 36 anos, é uma mulher transexual que chegou em São Paulo há 15 anos vinda da cidade de Itapeva, no interior do estado. Hoje ela compõe a equipe do Centro de Referência de Saúde Integral para a População de Travestis e Transexuais (CR POP TT) Janaína Lima, inaugurado no último dia 11.
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Primeiros desafios
“O que eu pretendo com o meu trabalho é ajudar a deixar algo de concreto para a nossa população trans, com tratamento digno, acolhida boa para nossas meninas e meninos e proporcionar mais igualdade e respeito”, diz Aysha.
A assistente administrativa conta que sua vida teve muitas reviravoltas e o primeiro desafio foi enfrentado ainda aos cinco anos, quando foi diagnosticada com um tipo de câncer comum na infância, o rabdomiossarcoma (RMS), que acomete partes do corpo como cabeça, pescoço, sistema urinário, ossos e extremidades.
No caso de Aysha, o câncer foi descoberto na mão esquerda e comprometeu dois dedos, levando à amputação. Além da doença, outras dores atravessaram sua história. Orfã de pai e distante do convívio da mãe, a assistente do CR POP TT foi criada pela avó paterna e teve apoio incondicional, mas na escola não conseguiu fugir do preconceito.
“Durante a adolescência sofri transfobia na escola e precisei abandonar os estudos, mas quando cheguei em São Paulo retomei. Na minha cidade eu já me preocupava com questões relacionadas à transexualidade e fui uma voz que gritou por liberdade e isso incomodou muita gente”, lembra Aysha.
Hormonização
O direito universal à saúde está garantido na Constituição de 1988 e, se valendo desse benefício, Aysha pode realizar a hormonização – terapia feita com hormônios e que visa equilibrar a pessoa transexual dentro do gênero com o qual se identifica. Para ela, a decisão de iniciar a hormonização foi um processo possível graças as políticas pública de saúde disponíveis no estado de São Paulo.
Atualmente, Aysha está no último ano do mandato de conselheira municipal LGBTIA+ da capital e trabalha para garantir direitos como o uso do nome social, igualdade e respeito. “Acredito que o princípio da equidade abre portas para pessoas trans, inclusive as do mercado de trabalho, e luto por isso. Para o futuro, meu sonho é criar um banco de dados de empregabilidade para auxiliar essa população”.
Para acessar a Rede SAMPA Trans é necessário que a pessoa trans procure pela UBS de referência da sua residência. Os endereços das 470 UBSs podem ser encontrados na plataforma Busca Saúde.
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