Secretaria Municipal da Saúde

Quinta-feira, 9 de Maio de 2024 | Horário: 17:34
Compartilhe:

O amor pela profissão que atravessa gerações

Juliana se tornou enfermeira inspirada pela mãe; anos depois, ela inspirou o marido e o filho

Juliana Gomes Alcantara de Souza, de 39 anos, viu o amor pela saúde atravessar gerações. Com a mãe, Rose, de 63 anos, técnica de enfermagem, ela fez o curso de auxiliar de enfermagem, seguiu para o técnico e depois entrou para a faculdade de enfermagem: “A gente vai crescendo e se apaixonando pela profissão”, afirma ela, que trabalha na Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Medeiros, na zona norte da capital.

Essa paixão acabou por encantar também o marido, Renato Borges de Souza, 42, que se tornou técnico de enfermagem após acompanhar a jornada da parceira. Influenciado pelos pais, anos depois, o filho mais velho do casal, Gustavo Gomes de Souza, de 22 anos, decidiu trilhar o mesmo caminho. Tornou-se técnico de enfermagem e já faz planos para entrar na graduação.
 
A fotos mostra Juliana, uma mulher branca de cabelos pretos, lisos e longos. Ela está segurando uma placa onde é possível ler:
Juliana homenageou a familia na foto de formatura. (Foto: Acervo pessoal)
 
Juliana conta que começou a sua jornada na saúde pública em 2005, onde seguiu até 2019. Após um período no setor privado, Juliana retornou para o Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022: “Eu voltei por conta da paixão pelo SUS e pela amplitude de serviços que ele oferece”, elogia. Para ela, um atendimento atencioso e sensível pode mudar a vida de um paciente. “A gente cria um vínculo que é muito prazeroso, o paciente tem confiança em nosso atendimento”.
 
Um episódio marcante em sua trajetória foi quando uma mulher, que tinha acabado de receber a guarda da sobrinha, chegou na unidade de saúde ainda sem informações completas da criança. A enfermeira observou que a criança fazia muita força nos olhos e suspeitou que poderia ter algo errado. A paciente foi encaminhada ao médico e descobriu-se que ela tinha um elevado grau de miopia e astigmatismo, e os próprios profissionais da unidade ajudaram a comprar os óculos por meio de um rateio.
 
Início desafiador
Juliana engravidou na adolescência, aos 17 anos, e mesmo em uma situação desafiadora, conseguiu continuar estudando: “Quando eu achei q estava tudo acabado, não estava. Era o início de uma grande história”. Ela enfatiza como a sua rede de apoio, composta pelos pais e pelo namorado, que depois se tornou marido, foi essencial para que ela pudesse se dividir entre trabalho, estudos e maternidade precoce.
 
Além do suporte emocional e incentivo que recebia do parceiro, havia divisão nas tarefas domésticas e no cuidado filho: “Ele ficava ao meu lado para não me deixar dormir durante os estudos”, relembra a enfermeira, que, sempre que atende uma adolescente grávida, busca, apesar da situação, incentivar a seguir com seus planos. “Eu tento mostrar que, com adaptações, ainda é possível fazer muitas coisas”, pondera.
 
Este texto faz parte de uma série de perfis sobre os enfermeiros que atuam na Saúde de São Paulo, em homenagem ao Dia Internacional do Enfermeiro, comemorado em 12 de maio
 
collections
Galeria de imagens