Secretaria Municipal da Saúde
Saúde apresenta linha de cuidado e inovações para o enfrentamento da obesidade na cidade de São Paulo

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) participou da mesa de abertura do Obes(ci)dades 2025, que reuniu gestores, técnicos e representantes de todo o Brasil, para refletir sobre os desafios da obesidade e criar soluções que impactam a vida de milhões de brasileiros com esta condição crônica.
Representada pela nutricionista Josie Miranda, responsável pela Área Técnica de Saúde Nutricional, a Saúde apresentou os dados preliminares do Inquérito de Saúde (ISA) Capital, 2024, ao lado de Claudia Bocca, representante do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), e Guilherme Nafalski, do Instituto Cordial, de apoio ao conhecimento e iniciativas em torno da obesidade, promotor do fórum.
“Embora o Brasil tenha saído do mapa da fome, ainda há muito o que fazer”, pontuou Claudia Bocca. A obesidade deve ser tratada no contexto da vulnerabilidade, envolve raça, gênero e situação socioeconômica, conforme define o decreto nº 12.680, que institui a Estratégia Intersetorial de Prevenção da Obesidade, publicado na terça-feira (21).
Dados globais fazem uma previsão de 29,7% da população com obesidade em 2030. “Nenhum país está conseguindo conter esse aumento e o impacto econômico é de US$ 4 trilhões até 2035”, disse Guilherme Nafalski.
Esse prognóstico é quatro vezes maior em crianças. Mas o Brasil está entre os países com o melhor desempenho nesse cenário de enfretamento ao problema, graças ao Sistema Único de Saúde (SUS), que impulsiona esse trabalho com estratégias de atenção básica, promoção de nutrição e atividades físicas, como por exemplo o programa Academia da Saúde.
É o único país que inclui pessoas obesas na formulação das políticas públicas, segundo os dados do Ministério da Saúde (MS) utilizados por Nafalski, e está entre os escolhidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a implementação de ações de prevenção à obesidade e promoção de saúde.
Maior cidade do país, São Paulo tinha 20,5% dos adultos obesos, em 2018. Seis anos depois, são 27%, segundo os dados preliminares do ISA Capital 2024, divulgados pela SMS e a Universidade de São Paulo (USP), parceiros nessa iniciativa. “A Saúde monitora rotineiramente os dados de estado nutricional da população pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). No recorte de 2023, de crianças, adolescentes e adultos, esse aumento da prevalência é visível”, explica Josie Miranda, ao mencionar os documentos produzidos e divulgados no site da SMS, com registro da situação de obesidade e de vulnerabilidade da população.
Desde 2014, a cidade tem uma Linha de Cuidado de Sobrepeso e Obesidade, desenvolvida a partir da portaria 424 do Ministério da Saúde, de 19 de março de 2013. No mesmo ano, a portaria 425, estabeleceu as normas para a assistência de alta complexidade a pessoas com obesidade, e incluiu o tratamento cirúrgico.
“A 1ª cirurgia bariátrica na rede municipal foi realizada em 20 de outubro de 2020”, relembra Josie. Até abril deste ano, foram realizadas 507 cirurgias, 139 em 2024. O programa municipal tem capacidade para realizar 30 consultas mensais para pacientes com indicação cirúrgica.
Objetivos e ações visam a prevenção
Incentivo à prática de exercícios físicos, engajamento da população em atividades coletivas, promoção de saúde e bem-estar, criação de grupos voltados ao cuidado da obesidade em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) com nutricionistas fazem parte do Plano de Metas, por exemplo. No Plano Municipal de Saúde, os desafios são atingir 80% das UBS com atividades coletivas para o cuidado à pessoa com sobrepeso e obesidade na atenção primária, ampliar para 47% o número de pessoas atendidas com registro de peso e estatura na ficha de atendimento individual e implantar a Triagem para Risco para Insegurança Alimentar (TRIA).
O Plano Municipal da Primeira Infância prevê reduzir a desnutrição de gestantes e de crianças de 0 a 6 anos de idade, além da obesidade nessa fase da vida. Nesse sentido, o Programa Saúde na Escola (PSE) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), é um importante instrumento em favor da alimentação saudável, nutritiva e segura.
A SMS tem investindo em recursos humanos, partimos de 180 profissionais, em 2020, para 405 neste ano, com a meta de um profissional para cada um das 479 UBSs da cidade. Além disso, outros profissionais de saúde foram capacitados em antropometria para avaliar o estado nutricional e de saúde da população. “Temos o desafio de ampliar o olhar das equipes multi para esse campo, pois não apenas o nutricionista pode atuar nessa avaliação e orientação preventiva da obesidade na população atendida nas UBSs”, esclareceu a nutricionista.
As medidas de pacientes coletadas pelos profissionais são importantes para a vigilância alimentar e nutricional, o monitoramento do crescimento infantil e a detecção de riscos para doenças crônicas de forma preventiva. A SMS também adquiriu balanças com capacidade acima de 200 kg, investiu na impressão dos guias alimentares para adultos e crianças, que foram distribuídos para todas as UBSs, além de divulgar conteúdos com orientações sobre nutrição e alimentação nas redes sociais @saudeprefsp.
“O Avança Saúde é uma ação importante. A população comparece a esses mutirões de serviços e a nutrição participa realizando a aferição da altura e peso das pessoas para obter o IMC e, se necessário, encaminhá-las para o cuidado nutricional”, afirma Josie.
A obesidade, inclusive, já foi o mote de uma edição do Avança Saúde, em 2024, uma ação estratégica para evitar agravos. Trabalhando em todas as frentes a integração com outros programas faz a diferença como o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (Pavs), que cria hortas no entorno das UBSs e trabalha conceitos de sustentabilidade e nutrição com as comunidades, a Academia da Saúde, de práticas físicas nas unidades, e as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics), que comprovadamente impactam positivamente na saúde do indivíduo.
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