Secretaria Municipal da Saúde

Terça-feira, 4 de Novembro de 2025 | Horário: 11:00
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Saúde da capital capacita 1.100 profissionais em auriculoterapia ao longo de 2025

Enfermeiros, médicos, farmacêuticos e terapeutas ocupacionais, entre outros, passaram pela formação, que os habilita a atuar com a prática em serviços como UBSs, AMAs e CERs

No final de outubro, a Área Técnica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu o último ciclo de capacitação em auriculoterapia do ano. Somando-se à formação realizada em maio deste ano, 1.100 profissionais foram habilitados para aplicar a técnica em locais como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Centros Especializados em Reabilitação (CERs) e outros.

“Já levamos a auriculoterapia a 95% das UBSs da capital, e várias delas contam inclusive com mais de um profissional capacitado; é de longe a prática mais presente na rede municipal de saúde”, comenta Adalberto Kiochi Aguemi, coordenador da área técnica, ele próprio médico acupunturista e auriculoterapeuta, pontuando que as próprias Pics, como um todo (são mais de 20 ofertadas em São Paulo) já fazem parte da rotina das unidades de saúde de São Paulo, e, por consequência, da vida dos pacientes atendidos.

O farmacêutico William Júnior da Silva Oliveira, que trabalha na Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Jardim Peri Peri, diz que se candidatou para a capacitação. “Quero trabalhar em UBS, e acho que ter conhecimento de Pics é um diferencial importante, hoje”, diz ele, que participou de uma das turmas do último dia de formação prática.

A capacitação em auriculoterapia é composta por 75 horas de aulas gravadas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), instituição chancelada pelo Ministério da Saúde para a formação dos profissionais do SUS, além de cinco horas de aula prática, para que os profissionais possam testar seus conhecimentos e discutir casos clínicos envolvendo o uso de auriculoterapia com os professores. A SMS possui cinco profissionais capacitados para a multiplicação de conhecimento.

Por serem ofertadas principalmente na rede municipal de São Paulo, as aulas práticas acabam atraindo inclusive profissionais de cidades próximas ou mesmo do interior do estado. Thalia Candeias de Souza, enfermeira residente na UBS Recreio São Jorge, em Guarulhos, conta que partiu dela a iniciativa de se inscrever para a capacitação. O objetivo, diz, é enriquecer suas habilidades, uma vez que ela já atua como aromaterapeuta, outra prática integrativa que integra o rol daquelas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. A expectativa é de ofertar alternativas terapêuticas para queixas como ansiedade e dores, muito presentes no dia a dia da unidade.

A imagem mostra um homem de cabelos grisalhos e barba curta, sorrindo levemente, posicionado em frente a uma porta com uma placa azul que indica “Auditório 17”. Ele veste camisa social verde-clara e calça bege, com um crachá de identificação pendurado no pescoço. Em uma das mãos, segura uma folha plastificada com um mapa de pontos auriculares, que mostra uma orelha ilustrada com indicações usadas em auriculoterapia. Na outra mão, segura um pequeno estojo identificado com a sigla DUX. Ao fundo, é possível ver outras pessoas sentadas, sugerindo que o local abriga uma atividade ou treinamento.
Adalberto com o mapa de pontos auriculares ea placa
para sementes entregues aos partcipantes (Acervo/SMS)

Sobre a auriculoterapia
A auriculoterapia é uma técnica pouco invasiva, de eficácia comprovada, sendo empregada para o alívio das dores em geral, estresse, ansiedade, insônia e equilíbrio dos órgãos internos, entre outras indicações. Geralmente são utilizadas sementes de mostarda aderidas a um esparadrapo e previamente preparadas; depois, estas são inseridas em locais da orelha correspondentes ao órgão que se tem por objetivo trabalhar. Isso porque na visão da medicina tradicional chinesa, o corpo humano apresenta vários microssistemas, ou seja, uma parte do corpo, nesse caso a orelha, representa todo o corpo humano.

Pioneirismo
A cidade de São Paulo é pioneira na implantação das Pics na saúde pública, desde 2001. Entre as modalidades disponíveis na capital estão também acupuntura, fitoterapia, dança circular, yoga, aromaterapia, massoterapia, práticas corporais chinesas, arteterapia, musicoterapia, homeopatia e terapia comunitária integrativa, entre outras.

Atualmente, estas práticas estão em 474 Unidades Básicas da capital (UBSs). Também estão nos seis Centros de Referência da Dor, em 34 dos 35 Centros Especializados em Reabilitação (CERs), nos 23 Centros de Convivência e Cooperativa (Ceccos) e em 57 dos 103 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), ambos equipamentos da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). A cidade conta ainda com seis Centros de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CRPICS), pioneiros no país.

Em 2024, os equipamentos da rede municipal ofereceram 715.911 sessões individuais e coletivas de Pics. Em auriculoterapia, foram ofertadas 346.829 sessões em 2024; com a formação de novos terapeutas, a expectativa é de que esse número tenha um aumento considerável.

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