Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 5 de Setembro de 2025 | Horário: 11:00
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Saúde municipal realiza capacitação sobre alopecia areata em mês dedicado à conscientização sobre doença

Condição dermatológica autoimune leva à perda de cabelos e pelos em graus variados

Setembro é o mês de conscientização sobre a alopecia areata (AA), uma doença dermatológica, inflamatória autoimune e não contagiosa, que afeta os folículos pilosos e causa a queda de cabelo e pelos. Para atualizar os profissionais da Atenção Primária sobre os principais aspectos relacionados à doença e os diagnósticos diferenciais, o Departamento de Atenção Especializada (DAE) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu, no último dia 2, uma aula voltada a profissionais como médicos, enfermeiros e equipe de saúde mental.

A alopecia areata é uma condição de saúde em que o próprio sistema imunológico causa uma inflamação nos folículos pilosos, fazendo com que os fios de cabelo ou pelos caiam. Essa queda pode acontecer em diferentes partes do corpo, como couro cabeludo, sobrancelhas, cílios, barba e até em outras áreas com pelos. Pode apresentar variações entre diferentes pessoas e até na mesma pessoa, em momentos distintos. Os cabelos podem voltar a crescer, mas também podem cair novamente. Essa evolução incerta costuma provocar um nível elevado de sofrimento emocional tanto nos pacientes quanto em seus familiares.

A alopecia areata pode se manifestar de várias formas:

AA em placas - áreas circunscritas de alopecia, ovais ou arredondadas; únicas ou múltiplas
AA total - alopecia comprometendo todo o couro cabeludo
AA universal - alopecia comprometendo todo o corpo
AA ofiásica - alopecia em faixa nas regiões laterais e occipital do couro cabeludo
AA ofiásica invertida (tipo sisaifo) - alopecia na área frontoparietal, poupando as regiões laterais e occipital
AA difusa - diminuição global da densidade, sem formação de placas
AA difusa aguda e total - perda difusa, progressiva e rápida dos cabelos, geralmente evoluindo para AA total em três meses

Estima-se que aproximadamente 2% da população mundial terá a condição em algum momento da vida. No Brasil, um levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia mostrou que a doença representa cerca de 1,2% dos atendimentos dermatológicos.

A doença pode aparecer em qualquer idade, mas é mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens, porém pode surgir em qualquer idade, e cerca de 20% dos pacientes têm histórico familiar da doença. Os fatores que podem desencadear ou piorar a alopecia areata incluem infecções virais ou bacterianas, estresse, alterações hormonais, vacinas e até a alimentação.

“A alopecia areata demanda atenção inclusive porque é uma doença que pode afetar a autoimagem, relações interpessoais, desempenho escolar e profissional em virtude da perda de cabelo e pelos, que tanto pode ser parcial quanto total”, explica a dermatologista Vânia Lúcia Siervi Manso, assessora técnica do Departamento de Atenção Especializada da SMS. “Outro dado importante”, acrescenta a médica, “é que a condição pode atingir tanto homens quanto mulheres, sendo que o que pode variar é a percepção social, uma vez que em mulheres, a perda de cabelo costuma gerar maior impacto emocional e estético, por isso há mais procura por atendimento médico e suporte psicológico.”

Linha de cuidado
A partir da suspeita de alopecia areata, o clínico na Unidade Básica de Saúde (UBS) encaminha o paciente para o dermatologista, para que confirme o diagnóstico. A partir daí, é indicada a utilização do score SALT (Severity of Alopecia Tool ou Ferramenta de severidade da Alopecia), para avaliar a extensão da perda de cabelo no couro cabeludo associado ao impacto da qualidade de vida do paciente e definir a indicação terapêutica; e conforme necessidade, o paciente também pode ser encaminhado para consulta com a equipe de saúde mental.
 
Veja quais são os principais sintomas da alopecia areata:

- placas arredondadas bem delimitadas de queda de cabelo com áreas circulares ou ovais, lisas e sem pelos, geralmente no couro cabeludo, barba, sobrancelhas ou cílios; a pele nessas regiões costuma ter aspecto liso e brilhante, sem inflamação ou cicatrizes;
- fios em forma de ponto de exclamação (afinados na base e mais grossos na ponta);
- coceira ou sensação de queimação antes da queda dos fios, em alguns casos.
- cabelos quebradiços ou curtos nas áreas afetadas;
- quando os fios voltam a crescer, podem surgir inicialmente brancos ou grisalhos, recuperando a cor natural com o tempo;
- as unhas podem apresentar pequenas depressões ("covinhas"), fissuras, manchas vermelhas ou queda.

Em caso de sintomas, o munícipe deve procurar a sua UBS de referência. A localização de todos os equipamentos da rede municipal pode ser consultada por meio da plataforma Busca Saúde.

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