Secretaria Municipal da Saúde

Terça-feira, 24 de Junho de 2025 | Horário: 10:27
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Saúde Municipal realiza cerca de 170 mil ações de prevenção de quedas com idosos 

Atendimentos preventivos são realizados pela Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa; SMS alerta para os perigos de queda
A imagem mostra uma sala de atividades coletivas onde um grupo de idosos participa de uma sessão de alongamento. Os participantes, sentados em cadeiras dispostas em semicírculo, estão com os braços estendidos à frente, fazendo movimentos com os punhos e mãos, sob a orientação de duas profissionais de saúde.  As profissionais — ambas vestindo jalecos brancos — estão de pé, demonstrando os exercícios. Uma delas usa calça clara, tênis brancos, camiseta verde e um cachecol branco; a outra está do lado direito da imagem, com o cabelo preso e calça jeans azul. O ambiente é bem iluminado, com paredes brancas, piso claro e janelas pequenas ao fundo. Há um painel informativo coberto com tecido azul na parte de trás da sala, além de um armário e um extintor de incêndio visíveis nas laterais.  Os idosos presentes são homens e mulheres, de diferentes tons de pele, com cabelos grisalhos ou brancos, vestindo roupas confortáveis. A atmosfera é acolhedora e de cuidado, sugerindo um espaço voltado à promoção da saúde e bem-estar na terceira idade.

Neste 24 de junho, dia dedicado à prevenção de quedas em idosos, a Secretaria Municipal da Saúde destaca que mantém a Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (Raspi), e, por meio da Área Técnica de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, promove o Programa Nossos Idosos em todas as 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital, além das 13 Unidades de Referência à Saúde do Idoso (Ursi), serviços de especialidade. Apenas em 2024, foram realizadas 169.186 ações de prevenção de quedas na Raspi. Essas atividades favorecem o envelhecimento saudável da população, com autonomia e independência.
 
Um dos maiores riscos à autonomia e à saúde dos idosos são as quedas, que podem resultar em fraturas como a do fêmur, com um alto índice de perda da capacidade funcional e até mortalidade, sobretudo nos casos em que a pessoa precisa ficar imobilizada ou acamada por um longo período. Esses acidentes acontecem, em sua maioria, dentro de casa em decorrência de fatores como pisos inadequados e degraus, além da perda muscular, da força e do equilíbrio na pessoa idosa.

Nos últimos quatro anos, 53 mil idosos sofreram quedas acidentais na capital paulista, segundo dados do Sistema de Informação para a Vigilância de Acidentes (Siva), da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Foram 9.671 quedas em 2021, 13.421 em 2022, 16.115 em 2023 e 13.792 em 2024.  Até 26 de abril deste ano, 3.782 idosos sofreram queda na capital. 

“O Programa Nossos Idosos garante acesso da população idosa às ações de educação, promoção em saúde e prevenção de agravos. Nós temos uma preocupação muito grande em promover a manutenção da independência e autonomia dessa população”, reitera a coordenadora da Área Técnica de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa da SMS, Rosa Marcucci, lembrando que o aumento das notificações de quedas também é reflexo do trabalho realizado pela rede.

Uma das ferramentas para saber qual é o grau de fragilidade e vulnerabilidade dos idosos atendidos na atenção básica é a Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (Ampi-AB). É a partir dela que as equipes de saúde conseguem, direcionar os idosos para os diferentes serviços e atividades da Raspi. Aqueles que estão dentro de um processo de envelhecimento saudável, por exemplo, são atendidos pelas equipes das UBSs, enquanto aqueles que apresentam um grau maior de fragilidade são encaminhados para as Ursi e os que estão em situação de alta vulnerabilidade social são indicados para o Programa Acompanhante de Idosos (PAI).

Movimento de manutenção e resgate da independência 
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Vera Cruz, localizada em Perdizes, na zona oeste da capital, assiste cerca de 2.176 idosos e possui grupos específicos semanais voltados para os cuidados dessa população, que sofre de problemas como dores e falta de mobilidade. 

“Antes de definirmos para qual grupo encaminhar, a condição do idoso é avaliada por meio da Ampi-AB”, explica a terapeuta ocupacional Suhaila Harati das Neves. Segundo ela, é a partir dessa avaliação que são definidas as estratégias de cuidado. 

“Os grupos de mobilidade têm objetivo de promover autonomia e independência no cotidiano dos idosos”, explica Suhaila, lembrando que todo o trabalho também é baseado na criação de vínculos. “Não olhamos apenas as funcionalidades, mas como é o cotidiano deles, incluindo a vida em família; por isso, além das atividades do grupo, também realizamos consulta e conversa individual, um trabalho com muito afeto e acolhimento.” Nos grupos de atividade física, os exercícios são simples, alguns focados em movimentos do dia a dia, como sentar, levantar e caminhar. 

“Quando cheguei aqui, há um ano, eu não caminhava e nem levantava os braços, parava quatro vezes antes de chegar na UBS; hoje, eu ganhei mobilidade e consigo me movimentar, ando cem metros, venho sozinha. Se não viesse aqui, estaria na cama”, resume a paciente Maria de Lourdes Marques Neves, 74, uma das frequentadoras da UBS Jardim Vera Cruz. 

Fatores de risco para quedas
Existe uma variedade de fatores que predispõem as quedas e muitos deles podem ser evitados. Os fatores intrínsecos são decorrentes da própria condição do indivíduo e estão ligados à capacidade funcional e acompanhamento das doenças crônicas, tais como diabetes, hipertensão arterial, osteoporose, osteoartrose, alterações do equilíbrio, distúrbios de marcha, deficiência visual, declínio cognitivo, perda de massa muscular, obesidade e sedentarismo.

Além disso, as quedas e os acidentes domésticos podem ser provocadas pelo uso de drogas psicoativas, vasodilatadores, diuréticos, condições crônicas de saúde, distúrbios da marcha e equilíbrio, piora da capacidade funcional. A queda também pode estar relacionada a fatores do ambiente como iluminação, superfícies escorregadias, tapetes, desníveis e obstáculos, além de roupas inadequadas. Já entre os fatores externos estão relacionados ambientes com excesso de objetos e móveis com altura inadequada, além de roupas, calçados e uso inadequado de órteses para auxílio de marcha.

Na rede municipal, a partir da avaliação de seu estado de saúde, a pessoa idosa recebe acompanhamento clínico para fatores de risco para quedas, como osteoporose, acuidade visual, doenças do aparelho locomotor, alterações do estado nutricional, sarcopenia (redução da força e da massa muscular). Pacientes que sofrem quedas são acompanhados pela equipe multiprofissional, que avalia os fatores que levaram ao episódio e encaminha para o tratamento mais adequado.

A população idosa pode encontrar o serviço mais próximo por meio da plataforma Busca Saúde.

Foto: Terapeutas ocupacionais conduzem atividade com grupo de idosos na UBS Jardim Vera Cruz (Acervo/SMS)

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