Secretaria Municipal da Saúde

Quinta-feira, 6 de Novembro de 2025 | Horário: 16:00
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Saúde promove encontro voltado à vigilância alimentar e nutricional

Atuação de nutricionistas da rede pública nesta área permite enxergar a realidade alimentar e nutricional da população de forma contínua e estruturada 
A imagem mostra um auditório cheio, com várias pessoas sentadas assistindo a uma palestra. No palco, há uma mulher em pé, falando ao microfone e gesticulando, ao lado de um púlpito com o logotipo da Uninove. Atrás dela, um grande telão exibe um slide de apresentação sobre Direito Humano à Saúde e à Alimentação e Nutrição Adequada, com os logotipos do SUS e da Prefeitura de São Paulo. Também há um banner lateral com a identidade visual do evento “Nutri SP + SUS”. O ambiente é bem iluminado, com cortinas azuis e estrutura de som, e o público parece atento à exposição.

Na última terça-feira (4), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu o “II Encontro Nutri SP SUS: Organização da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Básica”. O objetivo do evento, organizado pela Área Técnica de Nutrição e voltado aos profissionais da rede, foi reforçar a importância da organização desse tipo de vigilância nas Unidades Básicas de Saúde, levando em conta o estado nutricional dos indivíduos como um dos principais indicadores em saúde, além de difundir as ferramentas de VAN existentes no SUS e compartilhar experiências positivas entre os territórios.

Parte da Vigilância em Saúde, a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) consiste em uma avaliação contínua do perfil alimentar e nutricional da população e seus fatores determinantes, sendo uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e do Ministério da Saúde. A VAN foi instituída no âmbito do SUS pela Lei nº 8.080, de 1990.

“Sabemos que a saúde nutricional é essencial na promoção da saúde e para a qualidade de vida. Por isso, no contexto do SUS, a VAN é a ferramenta que nos permite enxergar as condições da nossa população de forma contínua e estruturada”, pontua a coordenadora da Área Técnica de Saúde Nutricional, Josie Miranda, acrescentando que é o trabalho de vigilância que permite aos serviços sair do “achismo” e identificar prioridades do território: existe insegurança alimentar? Existe desnutrição? Qual a real prevalência de obesidade infantil? As gestantes estão ganhando peso adequadamente?

A rede municipal conta atualmente com 407 nutricionistas, que desempenham um papel fundamental dentro das equipes multiprofissionais, ajudando a prevenir, identificar, monitorar e controlar problemas de saúde relacionados à nutrição e alimentação, tanto no âmbito individual quanto no coletivo, a partir da avaliação do estado nutricional e da coleta de dados antropométricos (principalmente peso e altura) e dos marcadores de consumo alimentar. Foi apresentado o Manual de Aplicação da Triagem de Insegurança Alimentar e Nutricional (TRIA), que passou a compor a Ficha de Cadastro Individual dos indivíduos em 2025 e é de responsabilidade de todos os profissionais da Atenção Básica. A TRIA visa identificar pessoas em situação de risco de insegurança alimentar.

Foram realizados 262.368 atendimentos nutricionais individualizados na rede municipal de saúde em 2024 e outros 146.896 até agosto de 2025. Em relação às atividades coletivas nos equipamentos, foram 56.069 em 2024 e 58.959 em 2025, até agosto. Os atendimentos domiciliares, por sua vez, somaram 20.283 em 2024 e 13.659 até agosto deste ano.

Mais de 50% dos paulistanos têm sobrepeso e obesidade
Em 2024, de acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde, as medições realizadas na atenção primária da capital mostraram 33,4% de adultos de 20 a 59 anos com sobrepeso e 30,2% com obesidade. Já de acordo com o Inquérito em Saúde – ISA Capital 2024, que reúne informações a partir de mais de 5.000 entrevistas com moradores de São Paulo, 35,7% das pessoas com idade entre 20 e 59 anos estão com sobrepeso na cidade e 26,9% estão com obesidade. O excesso de peso é um dos fatores para DCNT e problemas cardiovasculares.

Em relação às gestantes, 65% das 73.355 acompanhadas pelas UBSs em 2024 apresentaram sobrepeso ou obesidade, para além do peso gestacional esperado.

Ações envolvem vigilância nutricional e educação alimentar e nutricional
Uma das metas do Plano Municipal de Saúde (PMS) 2026-2029, instrumento da Prefeitura de São Paulo para o planejamento e implementação de todas as iniciativas no âmbito da saúde, é que a maioria das UBSs da cidade tenha atividades coletivas voltadas a pessoas com excesso de peso, assim, como tenha o registro de peso e estatura dos pacientes, em especial de crianças, gestantes, puérperas, idosos e pessoas com doenças crônicas, e que sejam coletados e inseridos em sistema.

Outra frente importante na atenção básica é a educação alimentar e nutricional, que ocorre em todos os serviços, em especial por meio dos grupos nas UBSs, sempre com uma abordagem multidisciplinar e participativa. “A educação alimentar e nutricional visa não apenas à transmissão de informações, mas também à transformação de comportamentos e à promoção da autonomia dos indivíduos em relação à sua alimentação, de forma consciente”, enfatiza Josie, lembrando seu papel na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. 

Além da equipe da AT de Nutrição, o evento contou também com apresentações de áreas como a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), responsável pelo Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (NDANT),  o Núcleo de Vigilância em Saúde na Atenção Básica (Nuvis-AB), responsável pelas ações de vigilância na Atenção Básica, além de apresentar cinco experiências inspiradoras em VAN realizadas pelas nutricionistas na APS.

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