Secretaria Municipal da Saúde

Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025 | Horário: 18:02
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SUS 35 anos: Iniciativas pioneiras em São Paulo melhoram a saúde e qualidade de vida de milhões de pessoas

Programas articulam equipes multidisciplinares para atender gestantes, bebês, idosos e deficientes intelectuais 

Acolhimento é a palavra-chave dos diversos programas voltados para a melhoria da saúde e qualidade de vida que foram criados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Com atendimento humanizado e olhar amplo para o cuidado integral ao paciente, esses programas são compostos por equipes multidisciplinares, que reúnem profissionais de diferentes perfis. Conheça três iniciativas pioneiras na cidade de São Paulo. 

Programa Mãe Paulistana
Cerca de 1,5 milhão de gestantes já foram atendidas pelo Programa Mãe Paulistana desde a sua implementação, em 2006. O objetivo é oferecer atendimento humanizado às gestantes durante o ciclo da gravidez, passando pelo pré-natal, parto, puerpério até o segundo ano de vida do bebê. 

O programa vem ampliando os benefícios às gestantes ao longo dos anos. Atualmente, as futuras mamães contam com sete ou mais consultas de pré-natal; realização de exames laboratoriais, incluindo HTLV, e de ultrassonografias; testes rápidos para sífilis, HIV e hepatites B e C; aplicação de vacinas de acordo com o calendário vacinal; transporte público gratuito (cartão SPTrans) para comparecer às consultas e exames; visita antecipada à maternidade onde o parto será realizado e enxoval para o recém-nascido.  

Para as gestações de alto risco, são oferecidas consultas semanais ou quinzenais, de acordo com as orientações médicas. As gestantes também contam com o acompanhamento remoto das equipes de saúde por meio da central telefônica Mãe Paulistana Digital, disponível no aplicativo e-saúdeSP.

Após o nascimento, os cuidados continuam. É feito o teste do pezinho ampliado no recém-nascido, capaz de detectar mais de 50 doenças metabólicas, genéticas ou endócrinas, incluindo condições raras. Se necessário, são feitos exames complementares e consultas com geneticistas para tratamento precoce. 

Ao longo de dois anos, a mãe e o bebê também passam por consultas médicas. O programa também estimula o aleitamento materno e incentiva o pai a participar de todo o processo como forma de fortalecer o vínculo familiar. As gestantes que iniciarem as consultas de pré-natal até o quarto mês de gestação garantem a vaga na creche municipal, que poderá ser ocupada a partir dos quatro meses de vida do bebê. 

“Esse acompanhamento durante a gestação é fundamental para garantir a saúde da mãe e do bebê. O objetivo é reduzir a mortalidade materna por hipertensão, como também a mortalidade infantil”, diz Mona Lisa Pantano de Carvalho, tocoginecologista assessora da Área Técnica da Saúde da Mulher da SMS. 

O programa Mãe Paulistana está presente nas 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além de 23 Ambulatórios Médicos de Especialidades (AEs), 16 maternidades e duas casas de parto. 

Confira números do Programa Mãe Paulistana:
81.317 mulheres atendidas 
65.286 consultas de pré-natal 
62.924 exames realizados 
160.181 exames de ultrassom realizados
64.086 enxovais entregues 
49.314 bilhetes únicos emitidos  
75.584 partos por cesariana 
60.980 partos normal
*Números referentes a 2024

Programa Acompanhante de Idosos (PAI)

Com dificuldade de locomoção, a dona de casa Sebastiana Cabral de Almeida, de 77 anos, usa as muletas nas raras vezes que sai de casa. Cardiopata e com problema vascular, suas pernas apresentam bastante inchaço. Viúva há quase duas décadas, ela vive com a pensão deixada pelo marido. Há dois anos, sua filha única, que tinha paralisia cerebral, faleceu. Sem ter mais nenhum familiar, ela ficou deprimida. Foi quando começou o atendimento domiciliar pela equipe do Programa Acompanhante de Idosos (PAI) da UBS Anhanguera. 
 
“A enfermeira vem em casa para medir a pressão (arterial), aplicar as vacinas e fazer a coleta para os exames. O médico traz a balança para me pesar e olhar meus exames. Da última vez, ele falou para não comer gordura por causa do colesterol que está alto”, conta. “A acompanhante me visita toda semana. Ela traz os remédios e separa com bolinhas coloridas porque eu não sei ler. Eu não tenho mais nenhum parente nem recebo visita. Então fico muito feliz quando eles estão na minha casa”. 
 
Sebastiana se enquadra no perfil do paciente atendido pelo PAI: pessoas acima de 60 anos em situação de fragilidade clínica, vulnerabilidade social, isolamento ou exclusão social devido à falta de suporte familiar ou social. O objetivo é atender as necessidades, promover a autonomia e reinserir essas pessoas ao convívio social. 
 
Para promover assistência integral, as equipes multidisciplinares, compostas por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, assistente social e acompanhante de idosos, desenvolvem um plano terapêutico personalizado para as necessidades de cada paciente. Os acompanhantes de idosos, por exemplo, oferecem apoio para a realização de tarefas diárias, além de auxiliar na limpeza e organização do ambiente, prática de exercícios físicos e mudança de hábitos para evitar o risco de quedas.
 
“O programa tem um olhar de cuidado integral, com atuação em várias frentes”, avalia Rosa Marcucci, coordenadora da Área Técnica de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa da SMS e que acompanha a evolução do programa desde a sua implementação, em 2008. “Em relação à saúde, o monitoramento das doenças crônicas contribui para reduzir o agravamento dos sintomas e as internações. Na questão pessoal, a equipe orienta a participação de toda a família para não deixar apenas um membro sobrecarregado. E tem ainda o resgate da cidadania com a organização da documentação, a obtenção de benefícios e a inserção em programas sociais”.  
 
Confira números do Programa Acompanhante de Idosos (PAI): 
70 equipes multidisciplinares
56.098 pacientes atendidos 
1.022.788 procedimentos 

Números referentes a 2024 
 
Apoiador da Pessoa com Deficiência (APD)
Com foco na independência e autonomia do paciente, o programa Estratégia Apoiador da Pessoa com Deficiência (APD) vai além das abordagens terapêuticas convencionais para atender as diversas demandas relativas ao cuidado e saúde dessas pessoas.  

Após a avaliação do paciente, a equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, enfermeiro, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e apoiador da pessoa com deficiência intelectual, elabora o Projeto Terapêutico Singular (PTS), uma série de atividades que envolvem aspectos como comunicação e mobilidade, considerando as necessidades e potencialidades de cada pessoa.

Em um primeiro momento, o apoiador vai até a casa do paciente para conhecer a sua rotina e estabelecer um vínculo de confiança. Após essa fase, ele colocará essas atividades em prática durante o atendimento no domicílio ou nos espaços da comunidade. Durante a semana, a família estimula o paciente para realizar essa atividade. 

É o caso de Débora de Souza Oliveira, 30 anos, que recebe atendimento uma vez por semana. No momento, ela está aprendendo a fazer contas no celular, com o auxílio do apoiador. Ela também participa das oficinas de culinária e artesanato, em que interage com outros pacientes com deficiência, no CER III Pirituba. “Eu gosto das oficinas porque me divirto bastante e faço amizades. Nós fazemos as receitas para comer”, conta. Ao ver que Débora fazia cachecóis e tapetes, o apoiador começou a estimulá-la a vender esses produtos para obter seu próprio rendimento. E, em breve, ela começará a participar de oficinas de empreendedorismo. 

"A estratégia APD busca promover a inclusão social dessas pessoas, incentivando sua autonomia, participação e exercício de seus direitos na sociedade", diz Ana Paula D’Imbério, assessora da Área Técnica Saúde da Pessoa com Deficiência da SMS. Os Centros Especializados em Reabilitação (CER) que atendem a modalidade intelectual oferecem a estratégia APD, que foi implementada em 2010 no município. 

Confira números do Apoiador da Pessoa com Deficiência (APD): 
34 equipes APD 
27.608 pessoas atendidas
*Números referentes a 2024

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