Secretaria Municipal da Saúde
Tai Chi Pai Lin conquista pacientes paulistanos do SUS

A busca pelo equilíbrio como elemento essencial para uma saúde plena tem levado cada vez mais os pacientes da rede municipal de saúde a utilizarem as modalidades das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics). Nos últimos 17 anos, as práticas corporais da medicina tradicional chinesa destacam-se entre as Pics com maior oferta na rede municipal. Presentes em mais da metade das 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), elas registraram 50 mil sessões coletivas em 2024, com destaque para o Tai Chi Pai Lin.
O Tai Chi é uma prática corporal chinesa milenar de origem taoísta, que combina movimentos suaves e circulares (Tai Chi) para adequado fluxo da energia vital (Qi), com o objetivo de promover a saúde, longevidade e serenidade, por meio de equilíbrio energético e emocional, flexibilização do corpo e harmonização entre corpo e mente.
Adalberto Kiochi Aguemi, coordenador da Área Técnica de Saúde Integrativa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), ressalta que as evidências científicas sobre os benefícios do Tai Chi nos quadros dolorosos crônicos fizeram com que ele fosse incluído no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Dor Crônica, publicado em 2023 pela SMS. Além do Tai Chi Pai Lin, a rede SUS da capital oferta outras práticas corporais chinesas, como Lian Gong e Xiang Gong.
No conceito de promoção da saúde e bem-estar, estas práticas são indicadas tanto para a prevenção quanto para o tratamento de diversas condições, como dores crônicas, osteoartrite, problemas respiratórios, distúrbios cardíacos, entre outros. Além disso, são práticas acessíveis a pessoas de diferentes idades e condições físicas.
Extensão do Saber
Entre os equipamentos que ofertam a prática do Tai Chi Pai Lin e também a qualificação de profissionais, tanto por meio da formação de monitores quanto como cenário de prática dentro da Residência Multiprofissional em Pics ofertada pela SMS, está o Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco) Parque Previdência, unidade instalada dentro do parque de mesmo nome, que integra a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) na zona oeste da capital.
“No Cecco Parque Previdência, já foram realizados cursos de formação de monitores de Tai Chi Pai Lin e após a pandemia já estamos na quarta turma”, explica Emília Tanaka, coordenadora de grupos de formação de monitores para a prática. Segundo ela, que é fonoaudióloga de formação, o curso mescla aulas teóricas online às aulas práticas, que acontecem em 12 encontros, cada um com duas horas de duração.
Neste semestre, 15 monitores concluirão o curso no Cecco. Depois, eles seguem recebendo supervisão mensal. “É importante capacitar novos profissionais para continuarmos a ofertar o Tai Chi Pai Lin na rede”, ressalta Emília.
Para a profissional, que há 33 anos possui formação na prática e já coordenou a formação de profissionais em vários equipamentos municipais, o Tai Chi Pai Lin oferece um benefício muito grande para quem pratica, pois proporciona o equilíbrio da saúde física e mental”.
Emília conta que, ao longo de todos esses anos de atuação, ouviu muitos depoimentos relatando melhoras na saúde física, diminuição de dores no corpo e na saúde mental, com redução da ansiedade e no uso de medicação. Além disso, benefícios na qualidade do sono e na socialização são destacados. Outro aspecto, lembra, é a importância da prática corporal também para os profissionais de saúde, ao mesmo tempo em que a ofertam à população. “O cuidado de quem cuida é fundamental.”
Benefícios
Além dos cursos de formação para monitores e residentes, a oficina de Tai Chi Pai Lin no Cecco Parque Previdência está aberta aos frequentadores e à população em geral. Atualmente, cerca de 15 a 20 pessoas participam das aulas, que acontecem uma vez por semana, das 9h às 10h30.
Anderson de Andrade Moreira, 36, conta que desde janeiro frequenta as aulas por recomendação da psicóloga da Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. José Marcílio Malta Cardoso, localizada na zona oeste, a partir do diagnóstico de esquizofrenia. “Eu me sinto bem em realizar o Tai Chi Pai Lin devido ao movimento do corpo; por meio dos exercícios ganho energia, consigo manter a calma, além de respirar melhor.” Ele também destaca a oportunidade de socialização trazida pela atividade.
Ao levar o seu filho Élcio Barbosa, 45, que tem déficit intelectual, a aposentada Benedita Barbosa, 78, juntou-se ao grupo para combater o estresse. “Estou mais calma, comecei a entender melhor as necessidades do meu filho, e ele também gosta.” Para ela, que participa da atividade há um ano, o Tai Chi Pai Lin atua “desde a ponta dos cabelos até a planta dos pés”. E elogia o tratamento que, juntamente com o filho, recebe no Cecco “É muito digno, eu agradeço.”
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