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Quinta-feira, 27 de Novembro de 2025 | Horário: 18:35
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Vias que aguardam até um ano e meio para ter Faixa Azul já somam 25 mortes de motociclistas nesse período

Prefeitura precisa de autorização de órgão federal para implantar mais 80 quilômetros da sinalização especial para motos, que reduz em 47% as mortes de motociclistas

Enquanto a Prefeitura de São Paulo aguarda até quase um ano e meio pela aprovação da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para ativar mais 80 quilômetros de Faixas Azuis já projetados e preparados na cidade, as vias da cidade que ainda não tiveram autorização por parte do governo federal continuam registrando números alarmantes de acidentes e mortes envolvendo motociclistas. Desde julho do ano passado, foram registradas 25 mortes e 647 acidentes nas 73 vias que aguardam para que a Prefeitura possa instalar a sinalização.

Os pedidos de autorização feitos à Senatran são divididos em dois lotes de vias: no primeiro, 28 vias aguardam autorização desde julho de 2024. Há também outras 45 vias que esperam a implantação da Faixa Azul desde janeiro deste ano.

A Prefeitura tem feito reiterados pedidos ao órgão federal para a liberação da sinalização especial para dar segurança aos motociclistas. Estudos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) demonstraram redução de 47% nas mortes nos trechos onde a estrutura foi implantada. Desde janeiro de 2022, quando o programa foi criado, a Prefeitura já implantou 232,7 quilômetros Faixa Azul em 46 vias da cidade.

A implantação dos novos trechos da Faixa Azul depende de autorização da Senatran, órgão federal responsável por validar projetos de sinalização experimental. Como a Faixa Azul ainda opera em caráter de projeto piloto, sua inclusão no Código de Trânsito só pode ocorrer mediante esse aval técnico. Para subsidiar o processo, a Prefeitura de São Paulo envia ao órgão relatórios trimestrais com análises de desempenho, dados de segurança viária e avaliações técnicas dos trechos já implantados — documentos que servirão de base para a futura regulamentação nacional do modelo.

A Faixa Azul, tecnologia desenvolvida em São Paulo pela CET e reconhecida internacionalmente, separa fisicamente o fluxo de motocicletas do restante do trânsito, reduzindo conflitos diretos com carros e caminhões e diminuindo significativamente a severidade dos acidentes. Ainda assim, a expansão permanece condicionada ao aval do governo federal — mesmo com todos os estudos concluídos e com a infraestrutura já concluída para a implantação.

Os números tornam evidente a urgência: entre as vias mais críticas aguardando implementação estão a Avenida Atlântica, com 6 mortes e 106 acidentes desde janeiro deste ano; a Avenida Assis Ribeiro, com 5 mortes e 36 acidentes; e o prolongamento da Avenida Inajar de Souza, que somou 2 mortes e 55 acidentes. Outras avenidas importantes, como Ragueb Chohfi (44 acidentes, 3 mortes), Jaguaré (21 acidentes), Rio Branco (11 acidentes) e Ipiranga (11 acidentes), também apresentam índices preocupantes.

A Prefeitura lembra que esses corredores já estão mapeados, sinalizados e tecnicamente preparados para receber o novo modelo de circulação segura — faltando apenas a autorização federal para ativação definitiva.

Para o prefeito Ricardo Nunes, o impasse com o Senatran custa vidas todos os meses. Ele lembra que o município registrou aumento expressivo nos atendimentos por traumas de motociclistas e que a cidade enfrenta um cenário de pressão crescente sobre o sistema público de saúde, situação que pode ser agravada por decisões recentes que ampliam a circulação de motos sem regulamentação adequada — como a liberação judicial de moto para transporte de passageiros por aplicativo.

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