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Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025 | Horário: 12:25
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Prefeitura inaugura Casa Mãe Paulistana em Itaquera e cria política inédita de atenção a cuidadores de pessoas com deficiência

Com 475 m² e mais de 2.700 atendimentos mensais, novo equipamento marca o início de uma rede pioneira dedicada ao acolhimento, formação e fortalecimento de quem cuida

A Prefeitura de São Paulo inaugurou nesta quinta-feira (14) a Casa Mãe Paulistana para Mães de Pessoas com Deficiência, um espaço pioneiro criado para acolher, apoiar e fortalecer quem carrega uma das tarefas mais exigentes da vida.

Localizada em Itaquera, na Zona Leste, a unidade nasce com um propósito claro: cuidar de quem cuida. Idealizada pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), a Casa integra o Programa Entrelaços, instituído pelo Decreto nº 63.686/2024, e se torna o primeiro equipamento público dedicado exclusivamente ao bem-estar e à rede de apoio dessas mulheres.

Segundo o prefeito Ricardo Nunes, não existe no Brasil um equipamento semelhante ao inaugurado hoje. “Essa é a primeira casa que a gente inaugura com uma inovação nessa política pública de cuidar de quem cuida. As mães que têm filhos com deficiência vão poder vir aqui e participar de várias atividades culturais, de empreendedorismo e de ampliação de horizontes”, afirmou.

Com 475 m² totalmente acessíveis, o espaço recebeu investimento de R$ 1,75 milhão em reforma, infraestrutura, equipamentos e custeio inicial. Todo o projeto foi planejado para oferecer conforto, segurança, acessibilidade e dignidade: sanitários adaptados, rotas e pisos táteis, sinalização acessível, elevador, salas de atendimento, ambientes de convivência, copa, refeitório e três salas multiuso.

“Inauguramos o primeiro Centro TEA, o maior centro de atendimento para pessoas com transtorno do espectro autista do mundo, com 5.800 m², uma maravilha. Arrumamos um lugar para cuidar dos nossos filhos. E agora a gente inaugura a primeira Casa Mãe Paulistana para cuidar das mães atípicas. Teremos mais três Centros TEA e mais três Casas Mãe Paulista nos próximos anos”, disse Silvia Grecco, secretária Municipal da Pessoa com Deficiência. 

Mais do que infraestrutura, a Casa Mãe Paulistana propõe uma nova lógica de política pública: reconhecer a sobrecarga de mães e cuidadoras e oferecer suporte emocional, jurídico e social, além de oportunidades de formação e autonomia. A operação será conduzida pelo Instituto de Tecnologia Social (ITS), organização selecionada via edital, e contará com uma equipe multiprofissional de mais de 20 profissionais.

“Para que a gente tenha ideia da importância desse trabalho, mais de 80% das mães atípicas são mães solo, ou seja, foram abandonadas pelo marido e ficaram com a função de cuidar dos filhos. A gente tem aqui essa ação de cuidar dessas mães. Tenho certeza de que esse equipamento, assim como outras políticas públicas nossas, vai ser copiado por outras cidades do Brasil e do mundo”, completou o prefeito.

Visibilidade e amparo

“Quem cuida de quem cuida? Nós sempre fomos esquecidas. Nunca ninguém olhou para a gente, e esse espaço vai mudar isso. Nós vamos estar juntas, dando as mãos, abraçando umas às outras e ouvindo. Aqui, alguém vai me ouvir”, conta a mãe Valéria Prochnov Amaral.

A expectativa é de realizar, todos os meses, 2.700 atendimentos, sendo 640 sessões individuais e 184 atividades coletivas. As ações abrangem cinco eixos — cultura, bem-estar, autonomia social, empreendedorismo e formação — além de acompanhamento psicológico, social e jurídico. São ações que vão desde oficinas culturais e atividades físicas até orientação sobre direitos, benefícios, documentação e acesso a políticas públicas.

Para muitas mães, o espaço representa um marco simbólico depois de anos de luta silenciosa. Relatos colhidos durante as visitas preliminares à unidade revelam o impacto imediato: um lugar onde podem descansar, aprender, conversar, compartilhar angústias, planejar o futuro e reencontrar sua própria identidade, frequentemente adiada em nome do cuidado.

“Hoje, os nossos filhos estão sendo vistos de uma forma mais humanizada. Ter uma gestão que se preocupa não só com as crianças, mas também conosco, mães, sabendo que a nossa luta é diária, é motivo de imensa gratidão”, conta a mãe atípica Rochelly Lima. “A gente, como mãe, aprende a cuidar de todo mundo e, finalmente, alguém vai cuidar da gente”, completa.

A Casa funcionará de terça a sábado, das 8h às 17h, a poucos minutos do Metrô Corinthians-Itaquera, e já inicia atendimento mediante agendamento eletrônico. A triagem deve ser feita no site da Casa Mãe Paulistana, onde é possível cadastrar documentos e escolher o horário de preferência.

A unidade é a primeira de uma rede de quatro equipamentos previstos no Programa de Metas 2025–2028. As próximas Casas Mãe Paulistana serão implantadas nas zonas Norte, Sul e Oeste, ampliando o alcance da política de cuidado e criando uma rede estruturada voltada ao suporte integral de mães e cuidadores de pessoas com deficiência.

Ações desenvolvidas:

Culturais: voltadas à promoção da expressão artística e cultural, estimulando a criatividade e valorizando as diversas formas de manifestação artística;

Físicas: voltadas à promoção da saúde física e mental, incentivando o trabalho em equipe e o desenvolvimento de habilidades de forma colaborativa;

Empreendedorismo: voltadas à capacitação para o mercado de trabalho e ao estímulo do desenvolvimento de habilidades empreendedoras;

Bem-estar e Autonomia Social: voltadas à promoção do equilíbrio emocional e ao desenvolvimento de habilidades sociais essenciais para a vida em sociedade;

Expansão dos Horizontes: ampliam as oportunidades oferecidas pela Casa Mãe Paulistana, ajudando as participantes a conhecerem novas experiências, se integrar à comunidade e descobrir novas habilidades e interesses;

Cursos de Formação: têm como objetivo oferecer oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal.

As sessões individuais mensais serão conduzidas por profissionais das áreas de Psicologia, Serviço Social e Direito. O acompanhamento oferecido por psicólogos e assistentes sociais terá foco no acolhimento humanizado, promovendo escuta atenta, apoio emocional e orientações personalizadas conforme as demandas de cada participante. Já os atendimentos jurídicos serão voltados à orientação sobre direitos e benefícios sociais, abordando temas como o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), os procedimentos para solicitação de aposentadoria e a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA), entre outros.

O agendamento para triagem no equipamento, que fica na Rua Américo Salvador Novelli, nº 416 - pode ser feito na página www.casamaepaulistana.com.br. Clique aqui e saiba mais. 

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