Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Estado compra prédio na Bela Vista para famílias da Vila Itororó
O secretário de Estado da Habitação e presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Lair Krähenbühl, assinou ontem a escritura de aquisição de um prédio na Bela Vista, na região central de São Paulo, no valor de R$ 1,07 milhão, que será destinado aos moradores da Vila Itororó. Até o fim do ano que vem, as cerca de 80 famílias que habitam a construção da década de 20, primeira vila da cidade, terão de sair.
Depois de desabitada, a área será restaurada pelas Secretarias Estadual e Municipal de Cultura, que transformarão o local e em um centro cultural. A Itororó já foi cenário de novela da TV Globo, Guerra dos Sexos.
Os moradores, no entanto, afirmam que não deixarão a vila, hoje degradada. “Eles terão de reencarnar, porque nessa encarnação não vão conseguir tirar a gente daqui”, afirma a presidente da Associação de Moradores e Amigos da Vila Itororó (Ama Vila), Antonia Souza Cândido, de 45 anos, que vive no bairro há 27 anos.
Há um ano e meio, a CDHU procura os moradores do local para negociar a saída, período em que o então prefeito José Serra assinou um decreto que tornou a área de utilidade pública. Desde a época, propostas como cartas de crédito e imóveis em áreas afastadas foram oferecidos em troca das casas da vila.
Mas a população só aceita deixar o local em troca de um imóvel de qualidade compatível e próximo ao centro. “Este lugar (Vila Itororó) ainda não caiu porque estamos cuidando dele”, afirmou a auxiliar de enfermagem Irene Lima, de 45 anos, moradora há 11. O pai dela, Dojival Calichio, de 68 anos, chegou a colocar paralelepípedos, limpar o terreno e pintar a escada da parte central da vila.
Para o secretário Lair Krähenbühl, os que reclamam são minoria. “O prédio que conseguimos, a um preço abaixo do valor de mercado, fica na frente da vila. Mesmo assim, alguns decidiram pela carta de crédito, porque não querem nem ficar na região, que é excelente”, diz.
Segundo ele, cada unidade das cerca de 70 do futuro condomínio saiu por R$ 15 mil, em média. “Foi um ótimo negócio para todo mundo”, afirma. O terreno da vila foi desapropriado da Santa Casa de Misericórdia de Indaiatuba, dona da Itororó que cobrava aluguel dos moradores.
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