Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania
Pesquisa revela percepções dos homens sobre violência doméstica
Em mais uma ação de fortalecimento da campanha "16 dias de ativismo pelo fim da Violência Doméstica", a Secretaria Municipal Políticas para as Mulheres, em conjunto com Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, participou da divulgação do resultado de uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Avon/ Data Popular, que revela percepções dos homens sobre a violência contra a mulher.
Realizado entre agosto e setembro deste ano, o levantamento, o terceiro de uma séria histórica iniciada em 2009, que integra a campanha global da Avon "Fale sem Medo – não à violência doméstica", ouviu um universo de 1.500 entrevistados (995 homens e 505 mulheres). O objetivo é captar as percepções masculinas relacionadas à violência doméstica e os estereótipos de gênero, além de subsidiar iniciativas e políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.
Ao abordar parceria do Governo Federal com o Instituto Avon na campanha, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci afirmou que "fortalecer essas parcerias é insistir na tecla de que o estado não dá conta de enfrentar sozinho a violência contra as mulheres. Segundo a ministra, é necessário que a sociedade civil e o movimento de mulheres, responsável por lançar secularmente a luta pelo término da impunidade, comece a incluir a participação das empresas, pois estas tocam em um ponto crucial, a violência que acontece no ambiente interno, entre trabalhadores e trabalhadoras. "Trata-se, portanto, de uma determinação do Governo Federal investir em ações que transformem esses resultados em políticas públicas".
Denise Motta Dau, titular da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres de São Paulo afirmou que quando uma empresa toma a iniciativa de trazer informações sobre percepções da sociedade, ajuda a direcionar o aperfeiçoamento das políticas públicas que estão sendo construídas. "A violência que acontece na vida privada, muitas vezes é tênue, não deixa marcas no corpo", diz. De acordo com ela, a pesquisa é importante pois servirá para fomentar o debate e estruturar as informações, ainda pouco sistematizadas nesse segmento. "São iniciativas como essas que tornam possível construir uma rede de enfrentamento que integre os vários serviços disponíveis e dê suporte às mulheres para acessaram e usufruirem das medidas protetivas garantida pela Lei Maria da Penha.
David Legher, presidente da Avon Brasil ressaltou a importância da inicitiva privada apoiar e investir em causas desse tipo. A Campanha "Fale sem medo - não à violência doméstica", do Instituto Avon, já direcionou R$ 7 milhões a projetos de enfrentamento desde 2008. A companhia conta atualmente com 1,5 milhão de revendedoras em todo o território nacional. "A decisão de começar a falar com os homens exigiu coragem, mas acreditamos ser um movimento importante para incluirmos ainda mais homens, agressores e não agressores nessa discussão", completou Legher.
A apresentação da pesquisa do Instituto Avon/Data Popular contou ainda com as presenças de Alessandra Ginante, presidente do conselho do Instituto Avon, Carlos Zuima, cofundador e secretário executivo do Instituto Noos, Fátima Pacheco Jordão, conselheira do Instituto Patrícia Galvão, Schuma Schumaher, da Rede de Desevolvimento Humano (Redeh) e Renato Meirelles, presidente do Data Popular.
O que a pesquisa revelou:
- 41% dos brasileiros conhecem um homem que já foi violento com a parceira;
- 16% dos brasileiros já foram violentos com companheiras (atual ou ex);
- 56% dos homens admitem ter cometido atitude que caracterizam violência;
- 67% dos homens agressores presenciou discussão entre os pais;
- 43% acha que a mulher é responsável pelo cuidado com a casa;
- 92% dos brasileiros (9 em cada 10 homens) são favoráveis à lei Maria da Penha, porém 35% dizem desconhecer a lei;
- 37% dos homens acham que, por causa da Lei Maria da Penha, as mulheres os desrespeitam mais;
- 81% dos homens são a favor de que a Lei Maria da Penha seja usada para proteger também homens que são agredidos por mulheres.
Crédito das fotos: Adri Felden/Argosfoto
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