Prefeitura de São Paulo

Foto: Acervo/SMS

Durante o Novembro Roxo, mês dedicado à conscientização sobre a prematuridade, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reforça o compromisso com a atenção integral a bebês nascidos antes das 37 semanas, um desafio em saúde pública no Brasil e principal causa de mortalidade infantil no país. 

De acordo com dados da Coordenadoria de Epidemiologia e Informação (Ceinfo) da SMS, de janeiro a outubro de 2025, as maternidades da rede municipal registraram 3.724 nascidos vivos prematuros (menos de 37 semanas), o que representa uma taxa de 9,6% do total de nascidos vivos. No Brasil, este percentual fica entre 11% a 12% de todos os nascidos vivos. 

Ao mesmo tempo que a pasta promove ações educativas e de sensibilização, a rede municipal avança em uma frente estratégica: a ampliação dos leitos de UTI neonatal e pediátrica, essenciais para garantir a sobrevivência e a recuperação dos recém-nascidos mais vulneráveis. “Queremos oferecer a melhor estrutura possível para bebês e crianças em condições graves, com mais leitos, equipes qualificadas e unidades preparadas para atendimentos de alta complexidade”, afirma o secretário municipal da saúde, Luiz Carlos Zamarco.

O número de leitos de UTI pediátrica e neonatal na rede municipal, por meio das reformas do Avança Saúde II – Programa de Reestruturação e Qualificação da Rede Hospitalar, passará dos atuais 284 para mais de 400 leitos, distribuídos em 23 hospitais. Unidades como Waldomiro de Paula (Itaquera), Benedito Montenegro (Jardim Iva), Alexandre Zaio (Vila Nhocuné) e o Hospital Sorocabana, por exemplo, passarão a contar com UTIs pediátricas próprias. Outros hospitais, como Mário Degni, São Luiz Gonzaga e Vereador José Storopoli, ampliarão seus leitos neonatais e infantis. 

Tide Setúbal e Waldomiro de Paula
O Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, é uma das unidades contempladas com ampliação da UTI neonatal. Hoje, o hospital dispõe de 207 leitos operacionais, sendo 46 de UTI, incluindo 10 pediátricos e 7 neonatais, recentemente reformados e ampliados. 

“A disponibilidade de ofertar mais leitos de UTI neonatal proporciona aumentar significativamente, as chances de sobrevivência e recuperação de bebês recém-nascidos” afirma o diretor do hospital, Carlos Alberto Velucci, acrescentando que ocupação da UTI neonatal é aproximadamente 85%, com 20 admissões por mês e média de permanência de 8,5 dias, atendendo casos de desconforto respiratório, baixo peso, icterícia neonatal e prematuridade extrema. Além disso, o hospital é referência em parto humanizado, com cerca de 200 partos mensais, 70% deles normais, e mantém o selo Hospital Amigo da Criança e um posto de coleta de Leite Humano.

Já no Hospital Municipal Professor Waldomiro de Paula, a ampliação inclui a implantação de uma UTI pediátrica com 10 leitos. A UTI neonatal foi ampliada de 6 para 10 leitos, com outros 20 na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI). A unidade realiza cerca de 370 partos por mês e atende desde prematuros extremos até casos graves de sífilis congênita e desconforto respiratório. 

Cidade Tiradentes é referência em humanização 
Inaugurado em 2007, o Hospital Municipal Cidade Tiradentes realiza entre 200 e 250 partos mensais, totalizando mais de 60 mil nascimentos desde sua abertura. Com 10 leitos de UTI neonatal e 16 de cuidados intermediários, a unidade se destaca pela abordagem humanizada, que integra projetos e ações como Método Canguru, apoio ao aleitamento materno e sala exclusiva para extração de leite, projeto Octo, que oferece polvos de crochê para proporcionar acolhimento aos bebês e Projeto Coala, que monitora de forma personalizada o nível de oxigênio alvo de cada recém-nascido

Como parte das ações do Novembro Roxo, o hospital também realiza este ano a 3ª Formatura dos Prematuros, no próximo dia 4 de dezembro, evento que reúne bebês que passaram pela UTI neonatal e hoje estão saudáveis, ao lado de suas famílias e dos profissionais que os acompanharam. Para a equipe da UTI neonatal, a formatura é um momento de celebração, memória e reconhecimento, criado para celebrar a força e a trajetória de bebês que venceram os desafios da prematuridade extrema. 

Apoio para gestantes de alto risco
Na zona norte, o Hospital e Maternidade Escola Doutor Mário de Moraes Altenfelder Silva (Vila Nova Cachoeirinha) possui, além de 30 leitos na UTI neonatal com suporte multiprofissional, uma infraestrutura de apoio a mulheres com condições clínicas como hipertensão, diabetes, pré-eclâmpsia e restrição de crescimento intrauterino, por meio da Casa da Gestante de Alto Risco (CGAR). O serviço, inaugurado em 1980, conta com 20 leitos distribuídos em cinco enfermarias e dispõe de estrutura completa para exames, convivência, alimentação e visitas, oferecendo um ambiente que favorece o cuidado contínuo.

A equipe multidisciplinar da Casa da Gestante de Alto Risco é composta por médicos obstetras e residentes, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, assistentes sociais, nutricionistas e psicólogos, que atuam de forma integrada para garantir uma gestação mais segura. O suporte psicológico ajuda as gestantes a lidar com ansiedade, internação prolongada e desafios pessoais. O tempo de permanência varia conforme cada caso — de poucos dias até todo o período gestacional — e a assistência intensiva contribui para elevados índices de desfechos positivos, com mais de 98% de partos bem-sucedidos.

A rede municipal conta também com 14 Ambulatórios de Alto Risco, que acompanham gestantes que necessitam de atendimento em serviço de alta complexidade, localizados em todas as regiões da cidade, em equipamentos como Hospitais Dia (HDs) e maternidades.  Estes serviços, que em 2024 atenderam 42.542 gestantes, contam com consultório para atendimento clínico e obstétrico, sala para atendimento individual e sala de exames e/ou coleta, além de profissionais de enfermagem e equipes multidisciplinares, de acordo com o caso.