Prefeitura de São Paulo

(Foto: Acervo/SMS)

O Secretário Municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, e a Coordenadora da Vigilância em Saúde (Covisa), Mariana de Souza Araújo, participaram nesta quarta-feira (26) do evento de anúncio aprovação da vacina contra a dengue Butantan–DV, imunizante de dose única produzido pelo Instituto Butantan, ligado ao Governo do Estado de São Paulo, para uso na população de 12 a 59 anos. 

Na ocasião, o secretário destacou que a rede municipal da saúde está pronta para receber o novo imunizante: “A nova vacina fortalece nossa estratégia de prevenção. Por ser de dose única, deve estimular a adesão da população. Em São Paulo, nossas 479 UBSs estão plenamente preparadas para ofertar a vacinação contra a dengue de forma ágil e segura”.

Desenvolvida após 22 anos de pesquisa, a vacina utiliza a tecnologia de vírus atenuado e protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Os estudos demonstram 100% de proteção contra hospitalizações, 91,6% de eficácia contra dengue grave e 74,7% de eficácia geral. Mais de um milhão de doses já estão prontas para serem disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Segundo o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, presente ao evento, a expectativa é incluir o imunizante no calendário vacinal já a partir de janeiro. “Fizemos uma parceria com a empresa chinesa WuXi para ampliar a capacidade de produção e entregar mais de 30 milhões de doses no segundo semestre de 2026”, afirmou.

O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, celebrou o avanço científico e o impacto da vacina para o país: “Essa aprovação representa um marco para a ciência brasileira. A vacina Butantan-DV é fruto de décadas de pesquisa e do compromisso do instituto com a saúde pública. Com um imunizante eficaz e de dose única, damos um passo fundamental para reduzir casos, hospitalizações e óbitos por dengue no Brasil.”

O cenário da doença reforça a importância da nova estratégia. Em 2024, o Brasil registrou 6,5 milhões de casos prováveis de dengue, quatro vezes mais que em 2023, segundo o Ministério da Saúde. Em 2025, até meados de novembro, já foram notificados 1,6 milhão de casos. No município de São Paulo, foram registrados 64.877 casos até novembro. A Coordenadora da Covisa, Mariana de Souza Araújo, ressaltou o impacto da aprovação: “O dia de hoje foi histórico para o país e para a cidade de São Paulo no combate à dengue”, destacou. Ela lembrou ainda os investimentos da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em tecnologias de prevenção, como o uso de drones para monitoramento e aplicação em áreas estratégicas.

Após o parecer favorável da Anvisa, o Ministério da Saúde iniciará a inclusão da vacina no calendário nacional. Um comitê de especialistas e gestores do SUS se reunirá na próxima semana para definir a estratégia de implementação, que deve ocorrer de forma escalonada.  Atualmente, o SUS oferece a vacina Qdenga, da farmacêutica Takeda, aplicada em duas doses, com recomendação para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações.

Ao final do evento, o secretário Luiz Carlos Zamarco reforçou que, mesmo com o avanço representado pela nova vacina, o papel da população continua sendo decisivo no combate ao mosquito: “É fundamental lembrar que cerca de 80% dos criadouros de larvas da dengue estão dentro das próprias casas. Cada morador precisa continuar fazendo a sua parte para eliminar possíveis focos do mosquito.”

Ações de combate ao Aedes aegypti na capital
Em 2025 os agentes da Coordendoria de Vigilância em Saúde já realizaram mais de 12,5 milhões de ações de combate à dengue e outras arboviroses, sendo mais de 10,2 milhões de visitas em imóveis. A capital também conta com veículos para nebulização que já realizaram bloqueio em mais de 2,2 milhões de imóveis. Os drones dispersores de larvicida, que atuam em imóveis de difícil acesso, começaram a ser usados em fevereiro de 2024, e desde então, já realizaram mais de 14 mil operações.