Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025 | Horário: 14:05
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5º Festival Mário de Andrade celebra o centenário da biblioteca com mais de 200 atrações gratuitas em circuito cultural no Centro de São Paulo, unindo literatura, música, teatro e artes plásticas

Evento ocorre de 24 a 26 de outubro com shows de Di Melo, Rashid, Catto, Stefanie e Assucena, monólogo de Othon Bastos e tradicional feira de livros

São Paulo, 22 de outubro de 2025 - A maior biblioteca pública do Estado de São Paulo chega aos 100 anos e a celebração acontece de 24 a 26 de outubro, com o 5º Festival Mário de Andrade, que transforma o Centro de São Paulo em um grande circuito de arte, literatura, música e teatro, com mais de 200 atrações gratuitas. Promovido pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e Biblioteca Mário de Andrade (BMA), o evento ocupa, além da BMA, a Praça das Artes, a Praça Dom José Gaspar e o Centro Cultural São Paulo.

Com o tema “100 anos de Biblioteca: Memória e Futuro”, o festival presta homenagem ao legado de Mário de Andrade e da própria biblioteca, inaugurada em 1925 e símbolo do modernismo e da vida cultural paulistana. A programação revisita a história da BMA e projeta o futuro da leitura e das artes no espaço público, reunindo artistas consagrados, autores contemporâneos, editoras independentes e novos talentos da cidade.

“Celebrar os 100 anos da Biblioteca Mário de Andrade é celebrar a memória e o futuro da cidade”,  comenta Rodrigo Massi, diretor da Biblioteca Mário de Andrade e Secretário-adjunto de Cultura e Economia Criativa. “A programação do festival mostra que a cultura paulistana continua priorizando a arte, diversidade e participação popular”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Totó Parente.

A noite de abertura, sexta-feira (24), começa às 20h, no auditório da BMA, com o espetáculo “Pérolas Negras”, uma homenagem às grandes mulheres do samba: Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara e Jovelina Pérola Negra. Sobem ao palco Alaíde Costa, Eliana Pittman e Graça Braga, em um encontro entre gerações que traduz o espírito do festival, a união entre memória, afeto e arte popular.

Antes disso, às 13h, o coletivo OPNI realiza uma live painting na Praça Dom José Gaspar, abrindo o circuito visual que se espalhará pelo centro da cidade.


Literatura viva: debates, clubes de leitura e oficinas

Durante os três dias, a Biblioteca Mário de Andrade se torna um grande centro de reflexão literária. Mesas, oficinas e performances vão discutir o papel da leitura no Brasil contemporâneo, com participações de autores, professores, curadores e críticos.

Entre os destaques está a mesa “Mário, o Gestor – 90 anos do Departamento de Cultura da Cidade” (sábado, às 16h), com Carlos Augusto Calil, Ligia Fonseca Ferreira e Marcos Antonio de Moraes, debatendo o legado do escritor como formulador de políticas culturais.

O público também poderá participar de clubes de leitura, como o “Sentir o Livro”, no Jardim Contemplativo, e de oficinas como “Um Século Serigrafado”, que ensina técnicas de stencil em tecido.

A literatura performática também marca presença: o Sarau do Binho, o Marginália, o Slam das Manas em Libras e a leitura encenada de “Losango Cáqui”, obra de Mário de Andrade de 1926, adaptada pela Companhia do Latão, que encerra o festival no domingo (26), às 20h.

Teatro e o monólogo de Othon Bastos

Um dos momentos mais aguardados é a apresentação do ator Othon Bastos, que encena o monólogo “Não me entrego, não!” no Centro Cultural São Paulo, sábado (25) e domingo (26), às 18h.

A montagem, aclamada pela crítica, é baseada em memórias pessoais e profissionais do artista, e é uma homenagem à resistência e à força de quem atravessa décadas dedicadas ao teatro e ao cinema brasileiros. Entre relatos emocionantes e passagens de humor, o ator de 92 anos reafirma o poder transformador da arte, e o público tem acesso gratuito ao espetáculo, algo inédito na temporada da peça.


Música na Praça Dom José Gaspar: Rita Lee, Di Melo e a nova cena brasileira

A Praça Dom José Gaspar será o epicentro musical do festival. No sábado (25), o palco abre com Djuena Tikuna, cantora indígena do Alto Solimões, às 10h30. O dia segue com Velha Guarda do Camisa Verde e Branco e Adriana Moreira, às 12h30, e o “queernejo” de Gabeu, às 14h30, em homenagem a Inezita Barroso.

Às 18h30, o público revive o rock nacional dos anos 1970 com Catto, que apresenta o álbum “Fruto Proibido”, de Rita Lee & Tutti Frutti, na íntegra, um show que promete emocionar fãs de todas as idades.

No domingo (26), o repertório começa com o Ensemble FTM, do Theatro Municipal, homenageando Arlindo Cruz, seguido por Assucena e Samb'ayô, às 12h30, celebrando a diversidade de corpos e vozes dissidentes no samba.

À tarde, a pernambucana Alessandra Leão convida a Mestra Nice Teles para um show de raízes populares, e a rapper Stefanie, uma das revelações do rap nacional, sobe ao palco às 16h30.

O encerramento musical é apoteótico: Di Melo, acompanhado de Rashid e Paula Lima, celebra os 50 anos de seu disco homônimo, um marco do soul brasileiro, às 18h30. A noite termina com o set dos Veraneio DJs, transformando o centro em uma grande pista a céu aberto.

Praça das Artes: música erudita, cinema e teatro

A Praça das Artes também recebe uma programação intensa. No sábado (25), às 15h, a pianista Eudóxia de Barros interpreta Chiquinha Gonzaga e Osvaldo Lacerda. No domingo (26), às 15h, o pianista Hércules Gomes e o soprista Proveta apresentam um concerto especial.

O espaço exibe ainda dois cineconcertos no vão livre: “Pedro e o Lobo-Guará” (sábado, às 16h) e “Central do Brasil” (domingo, às 18h), ambos com trilha sonora executada ao vivo.


Feira de Livros e editoras independentes

Um dos pontos altos do festival é a Feira de Livros da Mário, instalada na Praça Dom José Gaspar. Mais de 30 editoras, coletivos e autores independentes participam, entre elas Ping Pong Educação, Mães que Escrevem, Cultura e Barbárie, UBU, Veneta, Boitatá, Fósforo, Lote 42 e Coletivo Autorias Periféricas.

O público encontrará desde literatura infantil até ensaios de filosofia, publicações feministas, antirracistas e de autoria periférica, um retrato vivo da produção editorial brasileira contemporânea.


Arte pública e diálogo internacional

Dentro da programação, a BMA recebe o Workshop Internacional “Um Patrimônio Comum: Arte no Espaço Público das Cidades Ibero-Americanas”, parceria entre Lisboa, Bogotá e São Paulo, promovido pela União das Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI). O encontro, no dia 24 de outubro, às 9h30, reúne especialistas e artistas em debates sobre arte, memória e patrimônio comum, com entrada gratuita mediante inscrição pelo Sympla.

Exposições e experiências sensoriais

Durante todo o festival, o público poderá visitar exposições que percorrem um século de cultura. Entre elas:“Biblioteca Sensorial – Redes de Povos”, no Jardim Contemplativo; “100 anos do Pau Brasil: do manifesto à contemporaneidade”, dentro da BMA; “O Processo – 100 anos depois”, de Jurandy Valença, na Sala de Exposições; e a mostra “Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”, que investiga a relação entre artes visuais e literatura.
 

Serviço

5º Festival Mário de Andrade – 100 anos da Biblioteca: Memória e Futuro
24, 25 e 26 de outubro de 2025
Entrada gratuita
Biblioteca Mário de Andrade – R. da Consolação, 94 – República
Hemeroteca Mário de Andrade - R. Dr. Braulio Gomes, 139 - República
Praça das Artes – Av. São João, 281 – Centro Histórico
Praça Dom José Gaspar – R. Dr. Bráulio Gomes – República
Centro Cultural São Paulo - R. Vergueiro, 1.000 - Liberdade
Programação completa: festivalmariodeandrade.prefeitura.sp.gov.br

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