Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Abertura da Biblioteca Paulo Duarte com atividade especial e programação com cinema, oficinas e teatro: a Semana da Consciência Negra nas Bibliotecas Públicas

São Paulo, novembro de 2025 – A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e da Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas, comemora a Semana da Consciência Negra nas bibliotecas públicas municipais e nos pontos e bosques de leitura ao redor da cidade, com agenda de eventos gratuitos e livres para todos os públicos. A programação temática ao Mês da Consciência Negra já rola desde o início do mês, com maior vigor nesta semana, a partir do dia 16 de novembro.
Entre os destaques da Semana da Consciência Negra nas bibliotecas públicas municipais, temos sessões de cinema especiais nas bibliotecas Brito Broca, Thales Castanho de Andrade e na Raimundo de Menezes; oficinas de tranças nagô também na Raimundo e oficina de bonecas abayomi na Biblioteca Sylvia Orthof; DJ Lorac na Biblioteca Camila Cerqueira César; e atividades lúdicas para crianças, incluindo oficinas culinárias e de criação de jogos de memória de símbolos Adinkra, na Biblioteca Monteiro Lobato.
Biblioteca Paulo Duarte fica aberta no Dia da Consciência Negra com programação especial
A maior ação do Sistema Municipal de Bibliotecas para a data é a abertura da Biblioteca Paulo Duarte, localizada dentro do Centro de Culturas Negras, no Jabaquara, no dia 20, enquanto os outros equipamentos culturais da cidade estarão fechados no feriado. A Biblioteca é temática em cultura afro-brasileira, com mais de dois mil títulos da área, e leva atrações especiais ao longo da semana e no próprio Dia da Consciência Negra.
Na semana, a Paulo Duarte leva suas tradicionais oficinas de artesanato por Silvana Barbosa às quartas, das 15h às 17h, e uma oficina de bonecos de tecido mediada pelas Jovens Monitores Culturais Júlia e Ray unicamente no dia 19, às 14h. Para o dia 20, o espaço começa os festejos com um almoço comunitário das 12h às 14h, uma roda de conversa com intervenção cênica composta por atores interpretando grandes personalidades e autores negros que ilustram as vidraças da Biblioteca, como Zumbi dos Palmares, Carolina Maria de Jesus, Luiz Gama e Mãe Sylvia de Oxalá, das 15h às 16h, dialogando com textos baseados no acervo da biblioteca. A agenda se encerra com um sarau com o Canto de Dandara e uma apresentação do mestre de capoeira Maskado às 17h.
“Será um sarau diferenciado, onde as conversas irão de Carolina Maria de Jesus, falando sobre a sua vivência na Favela do Canindé, que inspirou ‘Quarto de despejo’, até Maria Felipa defendendo a revolta dos Malês e Zumbi dos Palmares chamando o povo preto para o quilombo. Neste dia 20, a Biblioteca Paulo Duarte será o mais novo aquilombamento cultural de São Paulo, pois que o povo preto que representa boa parte da história da resistência negra no Brasil aqui estará presente”, disse a gestora da Biblioteca Paulo Duarte, Rosana Aparecida Santana.
Lima Barreto, Cruz e Souza, Solano Trindade, Ruth Guimarães, Pixinguinha, Orestes Zamor, Milton Santos e Kabenguele Munanga são as outras personalidades homenageadas na intervenção.
Criada em 1980, a Biblioteca Paulo Duarte fica no segundo andar do Centro de Culturas Negras, dentro do sítio histórico da Casa do Sítio da Ressaca. A criação do espaço cultural chega em um momento pós-reurbanização do bairro do Jabaquara, importante para o aumento de população e de sua densidade demográfica. No início, a biblioteca era dividida em duas, uma biblioteca infantil e outra geral, mas depois unificada em 2005. A integração da Biblioteca como temática em cultura afro-brasileira se deu pela história do desenvolvimento do bairro fortemente ligado aos quilombos: a origem do bairro se deu, em parte, pelas histórias de vida de mulheres e homens negros que passavam pela área, sendo chamado de "quilombo de passagem".
O bairro sempre foi engajado e pautado na luta antirracista antes de sua maior repercussão mundial e midiática, comprovado com a existência de grandes equipamentos da região que defendiam povos, sobretudo negros e originários, de violências e perseguição, como o Quilombo de Passagem – que abrigava negros que fugiam de fazendas de café em SP – e o Centro de Defesa Frei Tito – criada pós decreto do AI-5 pela necessidade de proteção aos jovens negros da periferia “suspeitos” e vítimas da arbitrariedade e violência policial, atuando também com formação encontros, seminários, cursos e temas com questões raciais.
A Biblioteca Paulo Duarte fica na Rua Arsênio Tavolieri, 45, no bairro de Vila Parque Jabaquara.
Programação da Semana da Consciência Negra nas Bibliotecas
Biblioteca Viva
Entre as atrações, o Coletivo Fora da Garrafa apresenta "Pulando com Jaxy, o Sacy Guarani”, mediação de leitura inspirada no livro “Jaxy Jaterê”, de Geni Nuñez, com ilustrações de Miguela Moura. A atividade combina literatura, brincadeira e elementos da natureza, propondo uma experiência lúdica e sensorial. As apresentações acontecem em pontos de leitura das zonas Leste e Oeste, incluindo o Parque São Rafael (18/11, às 9h30) e o Parque Vila do Rodeio (18/11, às 14h).
A Cia. Núcleo leva às bibliotecas o espetáculo “Pequenas Notáveis – Carolina de Jesus”, que apresenta a infância e a trajetória da escritora e catadora que se tornou uma das maiores vozes da literatura brasileira. As apresentações percorrem unidades como a Biblioteca José Paulo Paes (18/11, às 15h), Prestes Maia (19/11, às 14h) e Viriato Corrêa (25/11, às 14h).
Outro destaque é o espetáculo “Cantadeiras & seus Canteiros”, do Tapijás Coletivo Artístico, que narra “A Descoberta de Jurema” — história de uma menina curiosa que, ao investigar o significado de seu nome, se conecta com suas raízes e ancestralidade. A atividade será apresentada nos Bosques de Leitura dos parques do Trote (22/11, às 11h) e do Ibirapuera (23/11, às 11h).
A força da palavra falada também ganha espaço com o Slam Pretagonista, encontro que celebra a poesia negra periférica e a potência da oralidade como ferramenta de resistência. Com versos autorais e performances de até três minutos, o coletivo reúne jovens poetas para expressar vivências e questionar desigualdades. As apresentações ocorrem em bibliotecas como Rubens Borba Alves de Moraes (18/11, às 14h30), Ricardo Ramos (27/11, às 16h) e Nuto Sant’Anna (29/11, às 11h).
A programação também inclui o espetáculo teatral Brasil Negreiro, do grupo FluxoSP, que será apresentado na Biblioteca Viriato Corrêa (19/11, às 14h). Inspirada no poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, a montagem provoca reflexão sobre memória, identidade e pertencimento.
Oficinas especiais na Semana da Consciência Negra
As oficinas também integram a programação. Na Biblioteca Raimundo de Menezes, a jovem monitora Rhayane de Oliveira ministra a “Oficina de Tranças Nagô” (18/11, às 14h30), voltada à autoestima e ao reconhecimento das tradições afro-brasileiras. Já na Biblioteca Sylvia Orthof, a “Oficina de Bonecas Abayomi” (17/11, às 14h) convida o público a confeccionar bonecas de pano que simbolizam afeto, resistência e ancestralidade africana.
A Biblioteca Ricardo Ramos recebe a “Oficina de Linguagem Periférica: Campbellocking” (18/11, às 13h30), conduzida por Duda Oliver, que apresenta os passos e a energia do funk e soul dos anos 1970.
Na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, durante a Semana da Consciência Negra ganha um recorte voltado à educação infantil para aproximar as crianças das culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas. No dia 17 de novembro, a oficina “Jogo da Memória – Símbolos que Encantam a Cidade” convida o público infantil a conhecer os símbolos Adinkra, aprendendo seus significados e criando cartas personalizadas para jogar em grupo. Já no dia 18 de novembro, a cozinha da biblioteca se transforma em espaço de partilha com a oficina “Bolinho de Mandioca com Coco”, que introduz as crianças às tradições culinárias afro-brasileiras, trabalhando valores como cooperação, paciência e afeto. Encerrando a sequência, no dia 19 de novembro, a atividade “Voando Alto – Construindo a Peteca Encantada” celebra o brincar como herança cultural, convidando as crianças a confeccionarem suas próprias petecas enquanto conhecem histórias e saberes de origem indígena e africana.
Sessões de curtas e filmes
O cinema também marca presença em diferentes bibliotecas do Sistema Municipal de Bibliotecas. Na Biblioteca Brito Broca, a “Mostra de Curtas – Todas as Cores” (18/11, às 14h) exibe produções LGBTIQIA+ das periferias.
Na Biblioteca Thales Castanho de Andrade, o “CineThales” apresenta, entre os dias 17 e 19 de novembro, uma série de curtas e animações voltadas à temática afro-brasileira e ao combate ao racismo. São mais de dez curtas ficcionais e documentários, como “Disque Quilombola” (2012) – vencedor do Prêmio de Melhor Curta Documentário no Chicago International Children’s Film Festival e do Prêmio Brasil de Melhor Filme no 10º Festival Internacional de Cinema Infantil–FICI –; “EWÉ DE ÒSÁNYÌN: O Segredo das Folhas” – “Melhor Filme” na Mostra Nacional de Curta-Metragem de Animação no 8º Santos Film Fest – e “Meu Nome é Maalum” – Prêmio ABCA de Melhor Curta Brasileiro no 12º ANIMAGE.
Já na Raimundo de Menezes, o “Cine Pipoca” exibe “Kiriku e a Feiticeira” (1998) no dia 27, às 14h30, clássico da animação africana e vencedor do Festival de Animação de Annecy, considerado o Oscar das animações.
Música e Literatura
Na Biblioteca Anne Frank, a literatura segue como instrumento de conscientização e diálogo. No dia 19, às 10h, o Grupo de Leituras realiza uma leitura mediada de “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”, de Jarid Arraes, em parceria com o CAPS Itaim Bibi. A equipe da biblioteca também promove mediações voltadas ao público infantil com histórias protagonizadas por personagens negros, nos dias 18 e 19 de novembro, às 16h, e 22, às 11h.
Encerrando as comemorações, a Biblioteca Camila Cerqueira César recebe o DJ Lorac com o set “Mulheres na Voz” também no dia 19 de novembro, às 13h30, que celebra a potência das artistas negras na música brasileira e internacional, com um repertório que transita entre clássicos e novas sonoridades da cena contemporânea. Há também a exposição “Palavras Pretas”, com curadoria de Anna Carvalho, jovem monitora da Camila Cerqueira César. A mostra permanece aberta durante todo o mês de novembro e apresenta uma seleção de obras de autoras e autores negros que tratam de temas como identidade, ancestralidade, resistência e protagonismo.
A programação completa das bibliotecas de bairro e dos bosques e pontos de leitura, além de outras novidades e avisos, você encontra no site da CSMB e em nossa redes social. Informações gerais estão disponíveis nas redes sociais e no site da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Consulte online os acervos da biblioteca da cidade aqui.
Escrito por: Enzo Sapio
Serviço:
Programação Semana da Consciência Negra nas Bibliotecas Públicas Municipais
Data: 16 a 23 de novembro
Ingressos: Gratuitos
Classificação: Livre
Múltiplos locais e horários
Acesse todas as informações da programação Biblioteca Viva aqui.
Acesse todas as informações da programação local aqui.
Sobre a Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB)
A Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB) é um núcleo filiado à Secretaria de Cultura e Economia Criativa da cidade de São Paulo, responsável direta pela administração de 84 equipamentos culturais ao redor da cidade, incluindo 51 bibliotecas de bairro - além da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato e as bibliotecas Jayme Cortez, Paulo Setúbal, Paulo Duarte, Prefeito Prestes Maia e José Paulo Paes dentro dos Centros Culturais da Juventude e Penha, respectivamente - e 29 Serviços de Extensão estabelecidas em praças e parques por meio dos Pontos e Bosques de Leitura. Tendo origem desde a década de 30 como Divisão de Bibliotecas do Departamento de Cultura e reajustada como CSMB desde 2005, tem como objetivo integrar todas as bibliotecas públicas municipais e tornar mais eficiente o desenvolvimento de suas políticas, serviços e estrutura informacional. A fim de promover iniciativas que atendam às necessidades de prover amplo acesso à informação, cultura, leitura e produção de conhecimento, a Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas promove em seus espaços cursos, oficinas e atrações artísticas mensais e gratuitas para todos os públicos - por meio de programas como “Biblioteca Viva”, “Feira de Trocas de Livros”, “Pegue, Leve e Leia”, “Bibliotecas Temáticas” - e o primeiro serviço de streaming gratuito de leitura - o BiblioSP, que conta com mais de 17 mil livros para leitura online e download.
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