Prefeitura de São Paulo

São Paulo, outubro de 2025 - O Museu de Arte de Rua (MAR), programa da Secretaria Municipal de Cultura Economia Criativa de São Paulo, realiza neste mês a execução da obra “Painel CEU Rei Pelé”, no paredão de 399,4 m² (18,49 m x 21,60 m) localizado no CEU Rei Pelé – antigo CEU Cidade Líder (Rua Camapu, 20 – Jardim Santa Maria), na zona leste de São Paulo.

Assinado pelos artistas Paulo Consentino, Val Rua e Toddy Visual (coletivo OPNI), o mural presta homenagem ao legado de Edson Arantes do Nascimento (Pelé), ícone máximo do futebol brasileiro e símbolo da expressão popular que une arte e esporte.

A execução da obra acontece entre os dias 13 e 28 de outubro de 2025, contemplando todas as etapas técnicas e artísticas, com montagem de balancim, preparação de superfície, pintura, retoques e aplicação de verniz protetor. A intervenção utilizará equipamentos de segurança e seguirá acompanhamento técnico da equipe do CÉU e da produção do MAR.

Futebol-arte: quando o jogo vira pintura

Inspirado na ideia de que o futebol-arte nasceu no Brasil, o conceito do mural parte da relação entre o jogo bonito e a criação artística. No centro da composição, o rosto de Pelé aparece em destaque, em postura serena e firme, como quem sempre jogou pensando no futuro.

Em torno da figura principal, bolas flutuantes representam o movimento, o tempo e a imaginação. Abaixo, diferentes fases da vida do atleta: o menino, o jogador e o mito, que reforçam o caráter simbólico da transformação. As cores verde e amarela, suavemente integradas à paleta, remetem à camisa da Seleção e à herança brasileira que Pelé levou ao mundo. No alto, uma coroa finaliza o mural, símbolo incontestável do Rei do Futebol.

“Não é só um mural, é um gol na memória da cidade, feito por quem entende que arte também é jogo bonito”, destaca a equipe de produção do projeto, formada pelos artistas Paulo Consentino, Val Rua e Toddy Visual (coletivo OPNI).

Homenagem

A parceria entre Paulo Consentino e o Coletivo OPNI remonta a 2010, quando os artistas participaram da criação do mural do CT Rei Pelé, em Santos, em comemoração aos 100 anos do Santos Futebol Clube. A obra original, idealizada por Consentino e realizada com o apoio de artistas convidados, tornou-se um marco da arte urbana brasileira por unir esporte, memória e identidade popular.

Mais de uma década depois, o encontro entre Consentino, Val Rua e Nego Todd (Coletivo OPNI) volta a se consolidar no Painel CEU Rei Pelé, em São Paulo. A nova intervenção amplia o desafio de manter vivo o legado e a memória do Rei do Futebol. Um projeto iniciado em Santos e expandido além das fronteiras da cidade que projetou Pelé reafirma o diálogo entre futebol e arte urbana como símbolos da criatividade e da cultura da coletividade brasileira.

Sobre o MAR

O Museu de Arte de Rua (MAR) é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo que promove a arte urbana em todas as regiões da cidade, democratizando o acesso à cultura e reconhecendo os artistas de rua como protagonistas da transformação do espaço público.

Perfis dos Artistas – Painel CEU Rei Pelé

Paulo Consentino

Paulo Consentino é artista visual, muralista e um dos principais nomes da arte urbana brasileira. Nascido em Santos em 1967, iniciou sua trajetória artística ainda na infância, desenvolvendo uma pintura marcada pelo domínio técnico e pela sensibilidade popular. Sua produção une o universo esportivo e o muralismo contemporâneo, consolidando uma linguagem própria em que o futebol e a arte se cruzam como expressões da identidade nacional.

Entre suas obras mais conhecidas estão os murais do Aeroporto de Congonhas, realizados durante a Copa do Mundo de 2014, e o icônico mural do CT Rei Pelé, em Santos, criado em homenagem aos 100 anos do Santos Futebol Clube, no qual retratou grandes ídolos do futebol brasileiro. Consentino é reconhecido por críticos como Roberto de Sá e Rosemonde Solbes, e tem obras expostas em instituições e espaços públicos no Brasil e no exterior.

Sua pintura celebra o que ele define como o “futebol-arte”: o movimento, a criatividade e o gesto como forma de expressão estética. Ao longo de mais de três décadas de atuação, Paulo Consentino segue ampliando a presença da arte mural como registro vivo da memória coletiva do país.

Toddy Visual

Carlos Moreira dos Santos, conhecido como Toddy Visual, é artista plástico, grafiteiro e educador nascido e criado no bairro de São Mateus, zona leste de São Paulo. É cofundador do Coletivo OPNI, da Favela Galeria, da Rede Fundamental e do projeto São Mateus em Movimento, iniciativas que transformaram o território em um dos pólos mais importantes da arte urbana paulistana.

Com mais de duas décadas de trajetória, Toddy utiliza o grafite como ferramenta de transformação social e afirmação da identidade negra e periférica. Sua arte dialoga com o cotidiano, a ancestralidade e a potência das comunidades urbanas, propondo novas narrativas sobre o Brasil contemporâneo.

Entre suas colaborações estão projetos com Nike, Google, Red Bull, Converse, New Era, TV Cultura e Tribunal de Justiça de São Paulo, além de participações em eventos internacionais como a 1ª Bienal Internacional de Graffiti Fine Art (MuBE), o New Orleans Jazz & Heritage Festival (EUA) e o Fórum IGNITE das Américas (Canadá).

Como educador, atua em oficinas e palestras em universidades e empresas, incluindo a Universidade do Texas e a Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Toddy Visual é uma das principais referências da arte urbana com compromisso social no Brasil.

Val Rua

Valdemir Pereira Cardoso, o Val Rua, é artista visual, educador e integrante do Coletivo OPNI, grupo fundado em 1997 em São Mateus, zona leste de São Paulo. Licenciado em Artes Visuais pela Unicastelo, Val é também um dos idealizadores da Favela Galeria, reconhecida como a maior galeria a céu aberto da cidade.

Sua obra parte das vivências periféricas e transforma o graffiti em instrumento de pertencimento e resistência. Val Rua participou de projetos e eventos que consolidaram o papel do OPNI na história da arte urbana paulistana, como a 1ª Bienal Internacional de Graffiti Fine Art (MuBE), o New Orleans Jazz & Heritage Festival, o Projeto Os Muros Têm Vida e o Projeto Esse Graffiti Vai Dar Samba, financiado pelo Programa VAI da Secretaria Municipal de Cultura.

Em 2023, representou o Brasil na celebração dos 50 anos do Hip Hop nos Estados Unidos, levando sua trajetória de arte periférica a um circuito global. Sua produção combina técnica, cor e crítica social, reafirmando a arte de rua como linguagem contemporânea e cidadã.

Escrito por: Suzane Rodrigues

Sobre a Secretaria de Cultura e Economia Criativa
A Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (SMC) de São Paulo, fundada em 1935 como Departamento de Cultura e Recreação, promove a cultura e impulsiona a economia criativa da cidade. Com mais de 90 anos de atuação, valoriza a diversidade cultural, preserva patrimônios e forma profissionais para a indústria criativa. Com uma rede abrangente, a SMC administra 13 Centros Culturais, 7 Teatros Municipais, 20 Casas de Cultura, além da Casa de Cultura Cidade Ademar, que será inaugurada em 2025, 2 museus (sendo o Museu da Cidade de São Paulo - composto de 13 unidades - e o Museu das Culturas Brasileiras em fase de obras), 54 Bibliotecas de Bairro, 15 Pontos de Leitura e 15 Bosques de Leitura, 6 EMIAs (Escolas Municipais de Iniciação Artística) e 3 unidades da Rede Daora - Estúdios Criativos das Juventudes. A SMC ainda atende 104 equipamentos de cultura e CEUs por meio do PIAPI (Programa de Iniciação Artística para a Primeira Infância), PIÁ (Programa de Iniciação Artística) e Programa Vocacional.

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