Secretaria Municipal da Saúde
HTLV
O HTLV é a sigla em inglês para o Vírus Linfotrópico de Células T Humanas. É um vírus pouco conhecido, mas importante para a saúde pública. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas, mas em alguns casos pode causar doenças graves, como leucemia, alterações neurológicas (paralisia progressiva) e problemas de pele. O contágio ocorre por meio de relações sexuais desprotegidas, mas também pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação, parto e amamentação.
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Sobre o HTLV
- O que é
HTLV é a sigla do vírus linfotrópico de células T humanas. Esse vírus atinge o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus integra seu material genético ao DNA dessas células, favorecendo a multiplicação descontrolada e a disfunção do sistema imunológico. Existem subtipos deste vírus, como o HTLV-1 e HTLV-2.
- Transmissão
A transmissão do HTLV ocorre das seguintes formas:
- Sexo vaginal sem camisinha;
- Sexo anal sem camisinha;
- Sexo oral sem camisinha;
- Uso de seringa por mais de uma pessoa;
- Transfusão de sangue contaminado;
- Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
- Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
- Sintomas
A maioria das pessoas com HTLV nunca vai apresentar sintomas durante a vida. Porém, em alguns casos, o vírus pode causar algumas doenças:
- Leucemia e linfoma de células T do adulto (ATL): é um tipo de câncer no sangue, agressivo, que aparece em cerca de 5 em cada 100 pessoas infectadas.
- Paraparesia espástica tropical (PET/HAM): é uma doença que atinge o sistema nervoso e provoca fraqueza e rigidez nas pernas, que pioram com o tempo. Acontece em menos de 5 em cada 100 pessoas infectadas.
Além disso, o HTLV pode causar outros problemas, como:
- Alterações na pele (ressecamento, manchas ou coceira);
- Infecções que aparecem com frequência;
- Problemas nos olhos;
- Outros sintomas neurológicos.
- Diagnóstico
O diagnóstico inicial da infecção pelo HTLV é feito através de testes sorológicos, que detectam a presença de anticorpos específicos contra o vírus no sangue do indivíduo. Alguns desses testes são:
- Testes imunoenzimáticos (EIA) e de quimioluminescência: Esses testes detectam a presença de anticorpos contra as proteínas do envelope e do core do vírus HTLV. São os testes de triagem mais comuns.
Quando o teste de triagem tem resultado reagente, é necessária uma confirmação diagnóstica imediatamente. Isso pode ser feito através de:.
- Western-blot (WB) ou INNO-LIA: Esses testes confirmam a presença de anticorpos contra proteínas específicas do HTLV-1 ou HTLV-2, diferenciando entre as duas cepas virais.
- Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): Este teste detecta diretamente o material genético (DNA) do vírus HTLV, confirmando a infecção.
- Tratamento
Infelizmente, ainda não existem tratamentos antivirais eficazes ou vacinas disponíveis para o HTLV, diferente de outras infecções virais, como HIV e hepatite B. Por isso, a prevenção da transmissão é fundamental, incluindo a triagem de doações de sangue e a promoção de práticas seguras de amamentação e relações sexuais.
Apesar de não haver um tratamento curativo para as manifestações do HTLV, recomenda-se que todo indivíduo acometido deva ser assistido por uma equipe multidisciplinar que inclua profissionais médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos e psicólogos.
- Prevenção
- Uso de preservativo masculino ou feminino:
- O uso correto e consistente de preservativos é essencial para prevenir a transmissão sexual do HTLV.
- Esses métodos de barreira estão disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde.
- Não compartilhar seringas, agulhas e outros objetos perfurocortantes:
- O compartilhamento desses materiais pode levar à transmissão do HTLV, principalmente entre usuários de drogas injetáveis.
- É crucial evitar essa prática e utilizar sempre materiais novos e estéreis.
- Contraindicação da amamentação:
- Devido ao risco de transmissão vertical do HTLV através do leite materno, a amamentação é contraindicada para mães infectadas.
- Recomenda-se o uso de inibidores de lactação e a alimentação com fórmulas lácteas infantis.
Essas medidas preventivas são fundamentais para interromper a cadeia de transmissão do HTLV e evitar a disseminação da infecção. Elas devem ser amplamente divulgadas e adotadas pela população em geral.
Notificação
A Portaria do Ministério da Saúde (MS) 3.148 de 06/02/2024 estabeleceu a notificação compulsória da infecção pelo HTLV em gestantes, parturientes ou puérperas e da criança exposta ao risco de transmissão vertical em todo o Brasil, para serviços de saúde públicos e privados.
Em julho de 2025, a nota técnica nº 12 do MS reitera que os casos de infecção pelo HTLV em adultos e crianças também devem ser notificados compulsoriamente.
A infecção pelo HTLV é de notificação compulsória, independentemente da idade, inclusive em crianças expostas ao HTLV. Todos os casos devem ser notificados por qualquer profissional da saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados. Essa ação é importante para estimar o número de pessoas infectadas, planejar ações de saúde pública e monitorar a transmissão do vírus, especialmente a transmissão vertical (de mãe para filho). Isso ajudará a melhorar o atendimento e o acompanhamento das pessoas afetadas.
Visto que o teste confirmatório está em execução de rotina pela rede, migramos para o e-SUS Sinan, este então é instrumento único de notificação e exclusivo de casos confirmados de HTLV e RN expostos a mães confirmadas. O acesso, credenciamento e treinamento dos serviços de vigilância será realizado pela Divisão de Informação de Vigilância em Saúde (DIVS) com o apoio do Núcleo de Vigilância em Infecções Sexualmente Transmissíveis (NVIST) da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA).
Com a finalidade de monitorar o diagnóstico das gestantes, a realização dos testes confirmatórios, manejo do RN e a vigilância da transmissão vertical do HTLV, as Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS) deverão inserir os dados de todas as gestantes com teste de triagem reagente, inconclusivo/indeterminado, bem como os respectivos RN em uma lista elaborada pelo NVIST na plataforma Microsoft Lists. O acesso à plataforma no Lists deverá ser solicitado pelos interlocutores de HTLV, exclusivamente por meio do e-mail nvistcovisa@prefeitura.sp.gov.br, informando obrigatoriamente o nome completo, a unidade de trabalho e o e-mail institucional.
PASSO A PASSO PARA A NOTIFICAÇÃO DO HTLV
1º Passo: PREENCHER A FICHA DE NOTIFICAÇÃO/conclusão – E-SUS SINAN
(Usar preferencialmente o Internet Explorer)
Acesse a ficha de notificação/conclusão
Devem ser utilizados os respectivos CIDs:
- CID 10: B33.3 – Notificação de casos, exceto em gestantes, na infecção pelo Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV)
- CID 10: Z22.6 – Notificação da Infecção pelo Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV) em gestante, parturiente ou puérpera
- CID 10: Z20.8 – Notificação de criança exposta ao risco de transmissão vertical de infecção pelo HTLV
Acesse as instruções de preenchimento dos casos no Informe Técnico de HTLV
Após o preenchimento, salvar a ficha em PDF no seu computador.
2º Passo: LOCALIZAR A UNIDADE DE VIGILÂNCIA (UVIS) DO LOCAL DE ATENDIMENTO DO PACIENTE.
- Utilizar a ferramenta "Território UVIS"
3º Passo: ENVIAR A FICHA DE INVESTIGAÇÃO – SINAN PARA A UVIS DE REFERÊNCIA
- Através de seu e-mail, enviar a ficha de notificação/conclusão – E-SUS SINAN preenchida e salva no seu computador, para o e-mail da UVIS de referência do Serviço (consultório/clinica/hospital).
- No assunto do e-mail preencher: "Notificação de HTLV (adulto, gestante ou criança exposta)" seguido do nome do Serviço (consultório/clinica/hospital)
ATENÇÃO! Ao enviar a ficha de notificação, certifique-se de que o endereço de e-mail está correto, pois os dados da ficha são confidenciais!
4º Passo: Envio do NÚMERO DA NOTIFICAÇÃO ATRIBUÍDO PELA UVIS DE REFERÊNCIA PARA IDENTIFICAÇÃO DO CASO
- O número da notificação (E-SUS SINAN) será fornecido pela UVIS de referência do Serviço.
- Caso a ficha apresente algum dado inconsistente ou em branco, a UVIS de referência entrará em contato com o Serviço solicitando a complementação desses dados.
5º Passo: NÚMERO DA NOTIFICAÇÃO
O número da notificação deve ser indicado de forma legível, pelo médico responsável pelo atendimento ao paciente na prescrição original do medicamento.
Em caso de dúvidas, entrar em contato com a UVIS de sua região!
Documentos Técnicos
- Informe Técnico – Vigilância e manejo clínico do HTLV-1/2 no município de São Paulo
- Guia de Manejo Clínico da Infecção pelo HTLV
- Protocolo de Pré-natal com Risco Habitual (Baixo Risco)
- Portaria SECTICS/MS Nº 13, de 3 de Abril de 2024 = Torna pública a decisão de incorporar, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, o exame para detecção pré-natal de infecção pelo vírus-T linfotrópico humano (HTLV) 1/2 em gestantes.
- Nota Informativa N° 4/2021 – CGIST/DCCI/SVS/MS = Dispõe sobre a recomendação do medicamento cabergolina 0,5mg e da fórmula láctea infantil na prevenção da transmissão vertical do HIV e do HTLV.
- Ofício Circular Nº 5/2025/DATHI/SVSA/MS = Encaminha Notas Técnicas com os Critérios de definição de caso para a notificação compulsória da Infecção pelo HTLV 1/2 e da Hepatite B em gestantes e crianças expostas.
- Nota Técnica Nº 29/2023 – CGIST/DATHI/SVSA/MS = Inclusão da Infecção pelo Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV), da Infecção pelo HTLV em Gestante, Parturiente ou Puérpera e da Criança Exposta ao Risco de Transmissão Vertical do HTLV na Lista de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública
- Nota Técnica Nº 12/2025 – CGIST/DATHI/SVSA/MS = Critérios de definição de caso para a notificação compulsória da Infecção pelo Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV), Infecção pelo HTLV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HTLV, orientação sobre o preenchimento dos campos "Sinais e Sintomas" e “Data de início de sintomas”, disponíveis na ficha de notificação/conclusão do sistema e-SUS Sinan.
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