Secretaria Municipal da Saúde

Sábado, 21 de Junho de 2025 | Horário: 10:00
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Ioga na cadeira é instrumento de inclusão para pacientes com mobilidade reduzida

Várias UBS oferecem grupos para esta atividade, que está entre as práticas integrativas e complementares em saúde
A imagem mostra uma atividade em grupo com pessoas idosas em uma sala simples e bem iluminada. Nove pessoas, todas usando máscaras faciais, estão sentadas em cadeiras dispostas em semicírculo, participando de um exercício coletivo, possivelmente uma atividade de alongamento ou respiração. Todas estão com os pés sobre toalhas ou panos brancos no chão, e algumas retiraram os sapatos, indicando um ambiente de cuidado e conforto.  Os participantes são majoritariamente mulheres idosas com diferentes tons de pele, cabelos grisalhos ou presos, e vestem roupas confortáveis — camisetas, blusas de moletom, calças leves. Há um homem visível no fundo, também participando da atividade. Todos parecem concentrados, com as cabeças levemente inclinadas para trás e mãos apoiadas nas pernas, sugerindo que estão seguindo orientações de um exercício guiado.

Praticante de ioga há 20 anos, a professora aposentada Carmen Lucia Monteiro, 76, achou que teria que parar com a atividade após fraturar a bacia ao cair da escada. Mas, no Centro de Referência das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CRPics) Ermelino Matarazzo, ela descobriu a Ioga na Cadeira, uma adaptação da modalidade que permite que pessoas com mobilidade reduzida também possam praticá-la.

A ioga é uma prática corporal e mental de origem oriental, surgida na Índia, utilizada como forma de equilibrar corpo e a mente, e que está associada à meditação. Há técnicas diversas de ioga e maioria envolve posturas no chão, o que pode ser um obstáculo para pessoas com mobilidade reduzida que têm dificuldade para se levantar e abaixar, podendo aumentar o risco de queda.

A instrutora Fabiana dos Santos Voltarelli percebeu que muitos usuários do CRPics Ermelino Matarazzo tinham algum tipo de limitação que dificultava os movimentos no chão e, em 2021, decidiu implementar a Ioga na Cadeira, que funciona como a ioga tradicional, mas é praticada com a utilização de uma cadeira. 

Combinando técnicas respiratórias com movimentos, posturas físicas, relaxamento e meditação, a ioga pode trazer benefícios como a redução do estresse, a regulação do sistema nervoso e respiratório, o equilíbrio do sono, o aumento da vitalidade, o equilíbrio da produção hormonal, o fortalecimento do sistema imunológico, o aumento da capacidade de concentração, a promoção da reeducação mental com consequente melhoria dos quadros de humor e qualidade de vida dos praticantes.

Para Fabiana, mesmo adaptada, a Ioga na Cadeira continua trazendo todos os benefícios do método tradicional, além do aspecto da inclusão: “A ioga é um estado da mente. Não é sobre um movimento perfeito, é sobre estar presente, por isso é sim para todos”. E isso é comprovado pelos pacientes, que relatam, principalmente, diminuição na ansiedade e melhora no sono. 
Adalgiza Batista dos Santos, 76, também tem uma limitação nos movimentos devido a uma prótese que precisou colocar no joelho após uma queda. Ela pratica Ioga na Cadeira e testemunha os benefícios: “Eu saio da minha casa para fazer algo que eu acho que vale a pena”, enfatiza

Práticas integrativas em saúde
Em 21 de junho é comemorado o dia Internacional da Ioga. Nos equipamentos da rede municipal de saúde, essa atividade é oferecida dentre as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics). Atualmente, 68 serviços, entre Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Ceccos e CRPics, oferecem a modalidade, que acumula 33.260 atendimentos coletivos em nove anos. Só em 2024, foram 6.279 sessões de ioga na rede.

Atualmente, a rede municipal possui 170 profissionais formados em ioga. Em 2025, de março a agosto, outros 90 profissionais estão em formação para atender à demanda crescente nos estabelecimentos de saúde.
 

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