Secretaria Municipal da Saúde
Seminário da Saúde da População Negra completa 15 anos com marco de implementação do programa municipal em São Paulo

Daniel Almeida dos Santos, assessor da Área da Técnica de Saúde da População Negra (Foto: Divulgação/SMS)
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu nesta sexta-feira (7), o 15º Seminário da Saúde da População Negra, na sede da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), zona norte da capital. O encontro teve como tema central a implementação do Programa Municipal de Saúde Integral da População Negra na cidade de São Paulo, criado a partir da lei municipal 17.406, de 2020, regulamentada pelo decreto 62.219, de 2023, a começar pelo preenchimento por parte dos profissionais das unidades a informação sobre o quesito raça/cor do paciente para a formulação de políticas em favor da saúde da população que é maioria da atendida pelo sistema público na capital.
A meta é fazer com que a declaração e registro do quesito determinado pela legislação seja uma prática em todos os serviços de saúde, assim como na gestão das unidades, para que se concretize o princípio de equidade no Sistema Único de Saúde (SUS). “É nosso compromisso garantir o atendimento a todos, de forma humanizada e conforme todos os princípios do SUS, que reforçam, além da equidade, a universalidade e integralidade. A SMS está empenhada em fazer com que tenhamos o preenchimento do quesito raça/cor, porque essa informação nos permite prestar a assistência ainda mais qualificada e inclusive a essa população nos nossos serviços", disse a coordenadora de Atenção Básica, Giselle Cacherik.
Compuseram a mesa de abertura, a diretora da Coordenadoria de Gestão de Pessoas, Cristiane Vieira Paixão, a representante da Secretaria Executiva de Atenção Hospitalar (SEAH), Iara Cristina Silva, a representante da Secretaria Municipal de Educação (SME), Marcia Matsushita e as integrantes da Comissão de Saúde da População Negra, do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Nilcea Alves e Eufrosina Teresa de Oliveira Dantas de Souza.
Para Valdete Ferreira dos Santos, coordenadora da Área Técnica de Saúde da População Negra, essa edição do seminário é um marco do trabalho que começou há mais de 20 anos com a criação dessa área técnica na secretaria. "É importante termos essas conquistas capilarizadas, presentes de forma consciente em todas as unidades das seis regiões da cidade".
O assessor da área, Daniel Almeida dos Santos, que tem levado essa capacitação a profissionais de unidades hospitalares apresentou metas. "O novo Plano Municipal de Saúde contempla o protocolo único de combate ao racismo nos serviços de saúde da SMS, avaliar critérios de equidade racial no acesso a especialidades, ofertar, até 2028, 100 ações formativas para profissionais da rede de saúde sobre as diretrizes de atenção à saúde da população negra e redução das desigualdades, capacitar anualmente 20% dos trabalhadores da saúde da rede hospitalar sobre o enfrentamento ao racismo e implantar processo de monitoramento do cumprimento da cláusula antirracista dos novos contratos de gestão para a garantia de equidade racial."
O evento teve uma programação rica em experiências exitosas pela cidade, apresentadas pelas equipes de unidades das seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs). O relato do projeto Kilombinho, da região leste, reconhecido no Congresso Municipal de Secretários de Saúde (Cosems) e exposto na edição nacional do evento anual, mostrou avanços e inspirou outras regiões sobre a atenção psicossocial de crianças e adolescentes. A CRS Sul mostrou o debate sobre o racismo e formas de mobilizar os profissionais em torno da importância do quesito raça/cor com abertura ao diálogo. No centro, a experiência do Café Preto também foi demonstração de mudança do ambiente de trabalho.
A doença falciforme, que possui maior prevalência entre pretos e pardos, foi tema do painel da pediatra hematologista Sandar Regina Calegare, que coordena a hematologia pediátrica no Hospital Santa Marcelina. A médica orientou os profissionais de saúde sobre o manejo desses casos, além de ressaltar a importância do teste do pezinho, triagem em recém-nascidos que identifica a doença e permite o acompanhamento da criança com esta condição. Já a especialista em medicina de família e comunidade Sabrina Teixeira Moretti ressaltou a necessidade do conhecimento, por parte da população negra, das doenças que mais a acometem, inclusive as crônicas como diabetes e hipertensão.
A representante da Secretaria-Executiva de Atenção Hospitalar (Seah) no evento, Iara Cristina Silva, falou sobre a importância das ações nos serviços. "Nas unidades de urgência e emergência da cidade de São Paulo, o protocolo e linha de cuidados do acidente vascular cerebral, doença de prevalência entre a população negra, tem conseguido reduzir mortes, sequelas e acompanhar o paciente após o atendimento hospitalar".
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