Secretaria Municipal de Segurança Urbana
Prefeitura coloca câmeras integradas ao Smart Sampa em 100 motos da GCM e da PM

O prefeito Ricardo Nunes entregou nesta segunda-feira (11), ao lado do governador Tarcísio de Freitas, e do secretário municipal de Segurança Urbana, Orlando Morando, 100 câmeras do programa Smart Sampa acopladas em motos da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar. Integrados à Central de Monitoramento, os dispositivos são capazes de detectar irregularidades e enviar alertas imediatos à equipe que capturou a imagem, possibilitando abordagens mais rápidas e eficazes.
Com tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR), durante o patrulhamento os equipamentos fazem a leitura e cruzamento automático de placas veiculares com os bancos de dados de segurança, pesquisam nos registros de veículos roubados ou furtados e ainda analisam se são clonadas ou adulteradas. Caso seja identificada alguma alteração, a notificação é enviada em tempo real à mesma moto que captou a imagem, permitindo a abordagem imediata pela equipe.
O prefeito Ricardo Nunes lembrou que muitos crimes são praticados com duas ferramentas: uma arma e uma moto - e que essa iniciativa vai revolucionar a política de segurança pública urbana. “Estamos realizando uma ação inédita no mundo. Não existe situação no mundo em que as motos da Polícia Militar ou da Polícia Municipal tenham câmeras com tecnologia de leitura de placas, com registro de roubo, furto ou placas falsas”, explicou, lembrando que a iniciativa foi possível graças à integração da Prefeitura com o Governo do Estado.
“Os policiais estarão fazendo a ronda e, caso identifiquem algum carro ou moto com esse tipo de situação, já farão a abordagem na hora, fazendo com que muitos criminosos saiam das ruas”, completou Nunes, acrescentando que pessoas com placas falsas costumam cometer diversas infrações de trânsito, aumentando a probabilidade de acidentes.
As câmeras móveis permitem identificar, em tempo real, veículos e condutores suspeitos, emitindo alertas imediatos para abordagem e retirada de criminosos das ruas. “A gente ganha mobilidade, adiciona câmeras que circularão pela cidade o tempo todo, aplicando analíticos para confrontar a placa daquele veículo com o nosso registro de roubos e furtos, e isso sendo feito imediatamente emitindo alertas, a gente verificando se aquela placa corresponde àquele veículo, se o veículo é roubado, se o CPF do condutor pode ser de um foragido da justiça, tudo instantaneamente para a Polícia Municipal, para a Polícia Militar, para que a gente possa fazer abordagem e tirar marginais de circulação”, explicou o governador Tarcísio de Freitas.
Volta do lacre
Essa é uma medida adotada pela Prefeitura de São Paulo no combate à criminalidade. Em junho, a administração municipal já havia enviado ao Ministério dos Transportes um ofício solicitando o retorno do lacre metálico nas placas de motocicletas como forma de dificultar o uso de placas falsas. O dispositivo, que prende a placa ao veículo, garante sua autenticidade e impede substituições não autorizadas. Placas podem ser adquiridas pela internet por valores entre R$ 20 e R$ 30 e instaladas com facilidade por criminosos.
“Só no mês de junho, tivemos 5.579 ocorrências de placas frias em motos. Como hoje não há mais a obrigatoriedade do lacre nas placas, tanto de motos como de carros, as pessoas estão adquirindo placas falsas pela internet e substituindo as placas verdadeiras por falsas”, explicou o prefeito Ricardo Nunes.
Um crime brutal que expôs a ameaça desse comércio ilegal foi o assassinato do ciclista Vítor Medrado, em fevereiro de 2025, nas imediações do Parque do Povo por criminosos usando moto com placa falsa. As câmeras do Smart Sampa ajudaram a esclarecer o crime.
Somente nos últimos dois meses, o Smart Sampa registrou quase 11.000 vezes placas adulteradas circulando em São Paulo. Como é o caso da placa BRA 49CC, que tem mais de 9.000 registros entre junho e julho de 2025, aparecendo em diferentes motos e lugares da cidade simultaneamente. Em um dos flagrantes, ela foi registrada em motos diferentes no mesmo dia e horário nas imediações do shopping Morumbi, na zona Sul, e em Santana, na zona Norte.
Para o vice-prefeito, Mello Araújo, coronel da Polícia Militar, a tecnologia representa um avanço há muito tempo esperado pelas forças de segurança. “Em 1993 eu patrulhava as ruas de São Paulo e a gente usava aquelas lanternas potentes para ver o lado de fora da viatura, tentar enxergar a placa do veículo e identificar as pessoas. Na época, a gente pensava se existiria algo que lesse as placas e acusasse a irregularidade. Depois de 30 anos isso chegou a São Paulo”, comemorou.
Parceria
O objetivo da parceria é ampliar a eficiência do patrulhamento urbano e reforçar o combate a crimes envolvendo veículos furtados, roubados ou com placas adulteradas na capital. Por meio do OCR, é possível converter imagens de texto em conteúdo legível, permitindo que documentos digitalizados ou fotos sejam pesquisados e analisados por computadores. A iniciativa reforça a cooperação entre a Prefeitura e o Governo do Estado na construção de uma política de segurança integrada e baseada em dados.
Os equipamentos são totalmente integrados à Central de Monitoramento do Smart Sampa e foram instalados em motos modelo XRE 300 da Guarda Civil Metropolitana e BMW GS 850 da Polícia Militar. São alimentados diretamente pelas baterias das motos e funcionam durante o patrulhamento. As informações captadas são cruzadas em tempo real com os bancos de dados da plataforma federal Córtex, desenvolvida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que reúne detalhes sobre veículos roubados, furtados, clonados ou com envolvimento em atividades criminosas.
“Essa iniciativa de instalar câmeras nas motocicletas, que passam a fazer a leitura OCR das placas de veículos roubados ou de pessoas procuradas pela Justiça, sem dúvida fortalece cada vez mais a segurança no município de São Paulo”, disse o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite.
Smart Sampa
O programa Smart Sampa é uma das maiores iniciativas de videomonitoramento urbano da América Latina, com foco em segurança pública e gestão inteligente da cidade. Entre suas funcionalidades estão reconhecimento facial, detecção de invasões, vandalismo e geração de alertas em tempo real, além da leitura de placas de veículos.
A ferramenta já conta com mais de 31 mil câmeras ativas, sendo 20 mil públicas e 11.692 privadas. Destas, cerca de 4 mil têm tecnologia OCR. Desde sua implementação, em 2024, o Smart Sampa já possibilitou a captura de 1.614 foragidos da Justiça, a prisão de 3.081 criminosos em flagrante e a localização de 79 pessoas desaparecidas, além de 17 ocorrências envolvendo veículos.
“O Smart Sampa, que já é consagrado, um enorme sucesso, o maior e mais eficiente programa de monitoramento da América Latina, responsável pela captura de mais de 1.600 foragidos, mais de 3.000 flagrantes, protegendo a cidade de São Paulo, hoje dá mais um passo muito importante com as câmeras nas motos”, comemorou o secretário municipal da Segurança Urbana, Orlando Morando.
São Paulo mais segura
A união entre as forças municipais e estaduais tem permitido ações conjuntas mais eficazes no enfrentamento à criminalidade e na proteção dos cidadãos. Por meio da Operação Delegada, por exemplo, cerca de 1.300 policiais militares atuam de forma integrada com a GCM em diversas regiões da cidade, contribuindo para ampliar a presença ostensiva e a eficiência das ações de prevenção.
Como reflexo direto dessas ações, a capital paulista registrou, em junho, uma queda histórica nos índices de criminalidade, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado. Os roubos apresentaram sua sexta queda consecutiva em 2025, com 7.887 ocorrências registradas no mês — uma redução de 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A região central da cidade liderou a redução, com queda de 20,7% nos casos de roubo.
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