Secretaria Municipal de Habitação

Depoimentos

Francisco Luz da Silva


Se você for a Paraisópolis e perguntar pelo Francisco Luz da Silva, provavelmente quase ninguém vai saber de quem você está falando. Mas se procurar pelo Chiquinho, aí pode ter certeza que vai achá-lo. E não é por acaso. Hoje com 59 anos, natural da cidade alagoana de Santana do Mundaú, “Seu” Chiquinho chegou em São Paulo há exatas quatro décadas e desde então sua história de vida está ligada a Paraisópolis. “Sempre vivi na região que chamam de Centro. No início minha casa era de madeira, quando chovia a gente andava de guarda-chuva tamanho o número de goteiras (risos). Mas as coisas foram melhorando e graças a Deus hoje tenho uma boa residência”. Casado há 30 anos, três filhos, Chiquinho trabalha desde 1990 no Colégio Miguel de Cervantes, como inspetor de alunos. “Gosto muito do que faço, uma espécie de elo entre a coordenação, os professores e os estudantes. Conheço todo mundo e já levei muita gente importante para visitar Paraisópolis”.

E visitar o que? Pois é, a história de seu Chiquinho dentro de Paraisópolis está intimamente relacionada há um espaço mágico. O campo do Palmeirinha. A comunidade já chegou a usufruir de três campos de futebol, mas só o Palmeirinha sobreviveu. “Deu muito trabalho manter o Palmeirinha. Se não fosse a nossa luta, hoje ali teríamos mais barracos”. Único espaço de lazer por muito tempo, o campo nasceu no início dos anos 1970, na Rua Marioto Ferreira, no fim da linha de ônibus Paraisópolis – Princesa Isabel. O espaço atual foi inaugurado em 1982.

Atualmente recebe torneios internos e externos e a escolinha de futebol, que hoje conta com aproximadamente 120 crianças entre 10 e 15 anos, que treinam quase que diariamente, numa função social importantíssima. Também o handebol é ensinado lá, as terças e quintas, dando a chance para muitos da prática esportiva. “Minha experiência de vida mostra que quem leva o esporte a sério, acaba se integrando melhor na sociedade. E o Palmeirinha tem tudo a ver com isso. O campo é minha vida e quando me aposentar quero dedicar meu tempo a ele”, conclui Chiquinho.