Secretaria Municipal de Habitação
Depoimentos
Ao percorrermos o Grotinho, tratores e caminhões cruzam nosso caminho, numa demonstração de que as obras continuam a todo o vapor. As áreas de lazer, os espaços verdes, o Centro Comunitário, o CEU, tudo agora é parte integrante de uma paisagem renovada. Talvez nenhuma área tenha sofrido transformação tão radical em Paraisópolis, desde que as obras da Prefeitura ganharam ritmo acelerado a partir de junho de 2006. E existe uma moradora que está vivenciando todo esse processo. Nivalda Aparecida de Lima chegou por lá em 1997, viúva e com 7 filhos para criar. “Meu marido morreu em Minas, num acidente de carro. Resolvi encarar São Paulo e toda sua grandiosidade. Ninguém me ajudou, contei apenas com minha fé em Deus. Aprendi o que é a vida aqui, nem documento eu tinha”, conta.
A paisagem do Grotinho naquela época era a pior possível. Barracos de madeira construídos colados uns aos outros, cercados de esgoto e lama, sem nenhuma infraestrutura. “Tinha vergonha de falar que morava aqui. Hoje não, tenho orgulho”. E parece existir um paralelo entre as mudanças ocorridas na área e em sua vida. Mudaram juntos, e para melhor. “Com a construção do CEU, do parquinho, da quadra, tudo ficou maravilhoso. Pude dar educação e qualidade de vida aos meus filhos, um deles estuda engenharia o outro trabalha no Shopping Butantã. Meus filhos menores estudam e brincam nas horas vagas, longe das drogas. Não bastasse tudo isso, ainda fiz amizade com as pessoas que trabalham nas obras. Até Natal e Ano Novo eu passei na companhia deles. Era muito fechada, não falava com ninguém, me transformei como pessoa”.
E todas essas experiências vêm ganhando corpo na forma de um livro. Nivalda está escrevendo “De Volta por Cima”, título provisório de uma série de relatos que ela guarda em um caderno, contando suas experiências em Paraisópolis e do que ela vem vivenciando durante esses anos. “É uma espécie de desabafo, uma forma que encontrei para relatar situações extremas que passei, como a de passar uma noite com meu filho entre a vida e a morte, muita chuva, nenhum tipo de transporte. Angustia, amargura e tristeza que se transformaram em felicidade com sua cura. É mais ou menos como o Grotinho, que de patinho feio da comunidade, passou a ser valorizado. Junto tudo, e ponho no papel”, diz.
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