Prefeitura de São Paulo

Foram treze anos na presidência da União dos Moradores do Jardim Colombo. Genilso Ferreira da Silva, 43 anos, teve que defender suas terras contra grileiros na cidade natal, Conguji, no sul da Bahia. Os problemas que ele conseguiu resolver lá e a experiência adquirida acabaram levando esse pai de família – é casado há 23 anos e tem dois filhos – a exercer essa importante função dentro da comunidade. “Quando resolvemos montar a União dos Moradores, aqui não tinha praticamente nada. Água, luz, asfalto, tudo era precário. Cheguei há dezessete anos atrás e vi isso aqui nascer, com o Colombo I. Lembro dos migrantes chegando de ônibus, sem ter um lugar para morar. As freiras do Colégio Santo Américo ajudavam como podiam, montavam-se barracos, a comunidade foi crescendo, vieram pessoas de outros lugares, mas tudo desordenado. Era necessário constituir uma organização, para que houvesse uma ligação permanente com o Poder Público. Foi o que fizemos”.

“Com o programa de urbanização de favelas, veio junto a figura do Conselho Gestor, de extrema importância, que facilitou ainda mais as negociações. Foram escolhidos doze representantes da comunidade e tudo ficou ainda mais fácil”, conta Genilso. Hoje ele comemora os avanços conquistados. “Temos infraestrutura completa, e o local em que estamos também ajuda no progresso. Uma região nobre, de fácil acesso. Durante minha gestão fizemos uma pesquisa e apenas 4% dos moradores estavam desempregados, um índice muito pequeno. Existem somente 5% de barracos atualmente, mas com o processo de urbanização esse número desaparecerá. Não está perfeito, faltam ainda mais escolas e postos de saúde, mas é incomparável com o passado que vivi”.

Ele ainda ressalta o trabalho das assistentes sociais. “Estão sempre aqui conosco, conhecem todos da comunidade, realizam um trabalho importante entre nós e o Poder Público, merecem o reconhecimento dentro desse complexo processo que é o da urbanização de favelas”. Mestre de obras, que trabalha em construções, reformas e manutenção, Genilso tem muito orgulho de seus filhos. “Completaram os estudos e estão trabalhando duro. Um numa biblioteca e o outro numa marmoaria. Espero que eles tenham uma vida digna e de muito sucesso”.