Prefeitura de São Paulo

Texto: Alessandra Ueno
Arte: Jessika Amorim

Tabaco, cigarro, pod, narguilé, vape. Esses fumáveis têm várias coisas em comum, dentre elas a nicotina e a capacidade de causarem câncer. 
O tabagismo é uma doença caracterizada pela dependência da nicotina, uma substância presente no tabaco que interfere no sistema de recompensa cerebral. O processo envolve a liberação de neurotransmissores responsáveis pelo humor, prazer, e é por isso que o fumo é frequentemente associado à motivação e alívio.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, 477 brasileiros morrem por dia em decorrência do fumo. O tabagismo pode causar diversos cânceres, mas os mais relacionados são aqueles em locais da via respiratória que possuem contato direto com a fumaça e as substâncias tóxicas.

Ainda, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, crianças e adolescentes que usam cigarros eletrônicos dobram as chances de se tornarem fumantes na vida adulta. Além disso, relatórios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária a respeito do tema pontuam que os jovens usuários de cigarros eletrônicos podem migrar para os cigarros convencionais posteriormente. 

Em agosto são lembradas três datas importantes para alertar quanto ao tabagismo e estimular o abandono desse vício: o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Pulmão (1º), o Dia Nacional de Prevenção do Câncer de Laringe (11) e o Dia Nacional do Combate ao Fumo (29). Hoje em dia, a nicotina e a toxicidade não se limitam ao tabaco em si, mas também podem estar presentes na forma líquida como nos cigarros eletrônicos. A queima ainda ocorre e as consequências estão lá.

É importante explicar que não é a nicotina que causa câncer, o que ocasiona a doença são outras substâncias. São cerca de 40 comumente encontradas nos fumáveis e caracterizadas como cancerígenas, sendo decorrentes da queima do tabaco e derivados. Alguns exemplos são o arsênio, níquel, chumbo, entre outras 4,7 mil substâncias tóxicas como alcatrão, monóxido de carbono, amônia.

Para conservar a saúde, evite fumar e procure ajuda caso não consiga parar. Consumir o tabaco por status, pressão social e/ou alívio momentâneo, não substitui a vida.

Dra. Fátima Regina de Abreu Alves
Coordenadora da Clínica de Otorrinolaringologia do HSPM