Hospital do Servidor Público Municipal
HSPM Responde: Anemia não é doença, mas pode ser tão prejudicial quanto

Um adulto tem em média 5 litros, já uma criança tem 2,5 litros. Para fazer o seu cálculo, basta pegar o peso e multiplicar por 0,07 litros. Este é o cálculo para sabermos a quantidade de sangue do nosso organismo!
Esse fluido, que ocupa quase 7% do peso, é muito importante para o corpo porque atua na oxigenação dos tecidos, defesa em caso de doenças, auxilia a coagulação e mantém a temperatura corporal.
No HSPM Responde desta edição, o Dr. Jamilton de Medeiros Eduardo, Médico da Clínica de Hematologia do HSPM, explica o que é a anemia, uma das principais condições que atingem o sangue.
1) O que é a anemia?
Quando se fala em anemia é muito comum pensar na falta de sangue no organismo. A verdade é que essa condição diz respeito à redução no número de células chamadas hemácias ou da hemoglobina que está dentro dela; estas células são os componentes do sangue responsável por levar o oxigênio do pulmão para os órgãos e tecidos.
2) É considerada uma doença?
A anemia pode ser uma doença ou um sintoma de alguma doença. Várias doenças podem causar anemia como: distúrbios nutricionais, hormonais, doenças infecciosas, hereditárias, neoplasias ou genéticas. Por isso, é importante analisar as causas da anemia para ver se não há uma doença oculta.
3) Quais os tipos?
A causa da falta de hemácias, conhecidas também como eritrócitos ou glóbulos vermelhos, é o que define qual o tipo de anemia. São três grupos principais: anemias crônicas: causadas por deficiência de ferro, vitamina B12, vitamina B9 (ou ácido fólico) e associada a diversas outras doenças. Anemias agudas: causadas por grandes sangramentos (como em traumas e cirurgias) e por destruição das células pelo próprio corpo (chamadas de anemias hemolíticas) e as anemias hereditárias: como a anemia falciforme, talassemia etc.
4) São várias, mas quais os sintomas comuns entre elas?
Os sintomas mais vistos em casos de anemia no geral são: cansaço, fadiga, tontura, falta de ar, coração acelerado, queda de cabelo, unhas quebradiças, dificuldade de concentração e palidez.
5) Como é diagnosticada?
O hemograma é a forma mais comum de identificar a anemia. Esse exame dá o diagnóstico de anemia e, a partir de sua interpretação minuciosa, outros exames são solicitados para descobrir o que está causando a anemia, como análise de vitaminas, minerais (principalmente o ferro), formato das células e outros exames de acordo com a interpretação do hemograma pelo médico.
6) A alimentação influencia?
Nas anemias causadas pela falta de nutrientes, uma alimentação correta e reforçada nos pontos principais é fundamental. Por exemplo, a megaloblástica exige uma dieta rica em leite, queijo, carne, ovos, todos ricos em vitamina B12; já na ferropriva, carnes vermelhas, de aves e de peixes, folhas verde-escuras, leguminosas, são importantes. Mas é importante ressaltar dois pontos: apenas uma parte das anemias é causada por alimentação inadequada, assim, toda vez que se encontra uma anemia no exame físico ou nos exames laboratoriais, deve-se buscar auxílio médico para o esclarecimento da causa. Além disso, a alimentação serve muito mais para prevenir as anemias, uma vez instaladas, elas precisam de tratamentos específicos. Independente, é preciso manter uma boa alimentação geral para a saúde, mas consultando um nutricionista nesses casos mais específicos.
7) Qual o tratamento indicado?
O tratamento se dá de acordo com a causa da anemia. Pode variar desde a reposição de elementos que estão faltando para a produção da célula (como ferro, vitamina B12 e ácido fólico); corticosteroides, transfusão sanguínea e medicações específicas no caso das anemias genéticas. Toda a anemia deve ser investigada, pois tratar a doença causadora da anemia também melhora a anemia.
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