Hospital do Servidor Público Municipal
Janeiro Roxo: mês é dedicado à luta contra a hanseníase
Por: Giovanna Anjos e Rosângela Dias
Janeiro é o mês da campanha de alerta para combate e prevenção da hanseníase, doença contagiosa que afeta a pele e causa danos a órgãos e nervos. O coordenador da Clínica de Dermatologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Dr. Nilton Di Chiachio, esclarece as principais dúvidas sobre o assunto.
O que é a hanseníase?
É uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, acomete preferencialmente a pele e nervos periféricos, podendo comprometer outros órgãos, tais como mucosas do trato respiratório superior, linfonodos, olhos, medula óssea, vísceras abdominais, testículos, músculos e ossos.
Como identificar a doença?
A suspeição da hanseníase é feita pela equipe de saúde e pelo próprio paciente quando percebe algum sinal ou sintoma da doença.
Quais os sintomas?
A hanseníase pode se apresentar com manchas mais claras, vermelhas ou mais escuras, que são pouco visíveis e com limites imprecisos, com alteração da sensibilidade no local associado à perda de pelos e ausência de transpiração. Quando o nervo de uma área é afetado, surgem dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos, com desenvolvimento de incapacidades físicas. Nas fases agudas, podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito pelo médico e envolve a avaliação clínica dermatoneurológica do paciente, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora, etc. Se necessário, será feita a baciloscopia, que corresponde à coleta da serosidade cutânea, colhida em orelhas, cotovelos e da lesão de pele, e ainda pode ser realizada biópsia da lesão ou de uma área suspeita.
A hanseníase tem cura?
Sim. O tratamento é eficaz e cura.
Existe tratamento? Como funciona?
Sim, o tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Varia de seis meses nas formas paucibacilares, até um ano nos multibacilares, podendo ser prorrogado ou feita a substituição da medicação em casos especiais. O tratamento é eficaz e cura. Após a primeira dose da medicação, não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode conviver em meio à sociedade.
A hanseníase é contagiosa?
Sim. É uma doença infectocontagiosa, transmitida de pessoa para pessoa, principalmente no convívio com doentes de formas multibacilares sem tratamento. A transmissão do M. leprae se dá por meio de convivência muito próxima e prolongada com o doente da forma transmissora, chamada multibacilar, que não se encontra em tratamento, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz. Tocar a pele do paciente não transmite a hanseníase. Cerca de 90% da população têm defesa contra a doença.
Quais os meios de prevenção?
Ter hábitos saudáveis, alimentação adequada, evitar o álcool e praticar atividade física associada a condições de higiene, contribuem para dificultar o adoecimento pela hanseníase. A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, assim como o exame clínico e a indicação de vacina BCG para melhorar a resposta imunológica dos contatos do paciente. Desta forma, a cadeia de transmissão da doença pode ser interrompida.
Arte: Sociedade Brasileira de Dermatologia
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