Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
De Mário de Andrade aos dias de hoje: nove décadas de acesso ao livro e à cultura em São Paulo

São Paulo, outubro de 2025 – A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e da Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas, celebra os 90 anos de atuação do Sistema Municipal de Bibliotecas, rede que reúne atualmente 120 bibliotecas públicas municipais e 32 pontos e bosques de leitura espalhados por todas as regiões da cidade. O marco simboliza nove décadas de compromisso com o acesso à leitura, à informação e à cultura, pilares que moldaram a história e a formação cultural da capital paulista, a partir do Decreto nº 46.434 de outubro de 2005, criando oficialmente o Sistema Municipal de Bibliotecas, unificando as diversas redes e departamentos existentes – como as bibliotecas Mário de Andrade, Monteiro Lobato, as unidades do Centro Cultural São Paulo, dos CEUs, temáticas e de bairro — sob uma mesma coordenação.
Dois anos depois da publicação do decreto que deu origem ao Sistema Municipal de Bibliotecas, outro decreto – nº 48.166, de 2007 – garantia que todas as bibliotecas de bairro voltassem a pertencer à Secretaria Municipal de Cultura, o que possibilitou a criação de novos serviços de extensão: foram inaugurados, entre 2006 a 2012, 13 Bosques da Leitura e 14 Pontos de Leitura, com o serviço de democratizar o acesso a livros e informações para parques, praças e regiões periféricas da cidade, que também, como pólos culturais, recebiam programação artística gratuita e regular. O mais recente inaugurado foi dentro da Casa de Cultura Cidade Ademar, no final de setembro deste ano, com um Ponto de Leitura auxiliando o consumo da literatura e incluindo a comunidade na cena cultural.
Atualmente, o Sistema Municipal de Bibliotecas oferece mais de 2 milhões de livros, quadrinhos, revistas e outros materiais dispostos em suas unidades. Mas não é só de livros que as bibliotecas públicas municipais e os serviços de extensão do Sistema sobrevivem: nas unidades, o público pode encontrar interatividade com salas de computador e wi-fi grátis, contato com linguagens culturais plurais, entretenimento com clubes, oficinas, palestras, rodas de conversa e encontros livres, especialização com livros temáticos e dedicados, aprofundamento pedagógico focado em crianças da primeira infância e entre mais serviços e ações que o Sistema oferece mensalmente e regularmente.
Sobre interatividade, os telecentros espalhados pelas bibliotecas permitem acesso a cursos on-line e conectividade com sites de lazer, criação, pesquisa e trabalho, com uso livre e wi-fi grátis, com televisão. Já se você busca por um cronograma para entreter seus parentes e amigos, o programa Biblioteca Viva permite que atrações culturais entre saraus, intervenções, cultura popular, cultura negra, contação de história, teatros, música, exposições, circo, rodas de conversa e palestras aconteçam dentro das bibliotecas, entre os espaços multiuso e auditório, fazendo a ponte entre a cultura e o povo, conhecendo mais da diversidade artística e cultural brasileira e mundial.
Dentro do Biblioteca Viva, subprojetos como BebeLêtecas ganham destaque – este, em especial, leva programação especial e pensada para os pais e responsáveis e crianças entre 0 a 6 anos dentro das salas de primeira infância, aproximando os livros no dia-a-dia de forma lúdica, sensorial e divertida. Nestas salas, também são realizadas aulas do PIAPI, PIÁ e Vocacional administradas pela Formação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Até sessões de cinema podem ser vistas na rede do Sistema Municipal de Bibliotecas, por meio da Biblioteca Roberto Santos, pelo Circuito Spcine, que realiza exibições semanais a preço popular entre R$2 a meia e R$4 a inteira de filmes que acabaram de sair dos cinemas comerciais, com também a realização e participação de mostras e festivais – a exemplo da 49ª Mostra Internacional de Cinema, na qual a biblioteca participa com horários fechados de filmes exclusivos nacional e mundialmente.
No sentido de democratização da leitura na capital, as feiras de doação de livros – Pegue, Leve e Leia – e a de troca de livros nas bibliotecas Álvaro Guerra e Mário de Andrade são exemplos de políticas concretas ativas desde 2015 neste formato. Todas as feiras acontecem mensalmente e promovem distribuição gratuita de títulos nacionais e estrangeiros, sem necessidade de inscrição prévia, matrícula ou devolução. Assim como o projeto “De Mão em Mão”, versões especiais e exclusivas de clássicos e reconhecidos livros, produzidas pela própria Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas, da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, desde 2011, que são distribuídos de graça para todos os cantos da cidade e ficam presentes no acervos de todos os espaços administrados pela rede. A nova edição do “De Mão em Mão” em breve será divulgada.
Há ainda o BiblioSP Digital, lançado em 2024, um catálogo on-line e responsivo para celulares e tablets com mais de 17 mil e-books gratuitos de boxes e livros brasileiros e internacionais à sua disposição, livre para cadastro e uso, com recursos de acessibilidade e materiais sonoros. Para os estudiosos, o programa Biblioteca Temática leva acervos com curadoria dedicada e planejada por especialistas sobre as mais diversas áreas do saber, como Ciências, Arquitetura, Cinema, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Literatura Fantástica, Literatura Policial, Cordel e Cultura Popular e outros, além de mobiliário e programações exclusivas para entrar no clima.
Falando em acessibilidade, as bibliotecas do Sistema Municipal de Bibliotecas entende que é preciso dialogar e oferecer espaços para todos para ser uma Biblioteca do Futuro. Para isso, são oferecidos seis núcleos especiais para atendimento a pessoas com deficiência, estruturas acessíveis e materiais de auxílio à literatura, como os Óculos Orcam MyEye e a Central de Intermediação em Libras (CIL).
Por trás do Sistema: os primeiros passos da coordenação
A origem dessa trajetória remonta às primeiras décadas do século XX, quando, entre 1926 e 1931, um grupo de intelectuais — entre eles Mário de Andrade, Sérgio Milliet, Rubens Borba de Moraes e Antônio de Alcântara Machado — passou a se reunir para discutir formas de estruturar a vida cultural da cidade. A partir de um anteprojeto idealizado por Paulo Duarte, que previa a criação de bibliotecas, parques infantis, teatros e espaços de documentação histórica, nasceu o projeto do Departamento de Cultura, redigido por Mário de Andrade, Paulo Duarte e Paulo Barbosa de Campos.
O Departamento de Cultura foi oficialmente criado em 1935 e reorganizado em 1936, sob a gestão do prefeito Fábio Prado. Estruturado em cinco divisões, teve Mário de Andrade à frente da Divisão de Expansão Cultural e Rubens Borba de Moraes na Divisão de Bibliotecas, além de nomes como Nicanor Miranda, Sérgio Milliet e Bruno Rudolfer em outras áreas. Nesse mesmo período, foram criadas seções pioneiras, como a de Teatro, dirigida por Antônio de Alcântara Machado, e a Discoteca, sob coordenação de Oneyda Alvarenga. Em 1936, a cidade inaugurou sua primeira biblioteca infantil, entregue à direção de Lenyra Fraccaroli — um marco na formação de leitores desde a infância.
Na década de 1940, São Paulo ganhou sua Biblioteca Pública Municipal, inaugurada em 1942 pelo prefeito Prestes Maia e que, em 1960, passou a se chamar Biblioteca Mário de Andrade, consolidando-se como uma das maiores do país. Nos anos seguintes, a expansão continuou: entre as décadas de 1950 e 1960, mais de trinta bibliotecas de bairro foram criadas, com ênfase nos acervos infantojuvenis e na descentralização do acesso à leitura. Em 1951, o atendimento foi dividido por faixa etária, estabelecendo as divisões de Bibliotecas para adultos e de Bibliotecas Infantojuvenis.
Com a reestruturação da Secretaria Municipal de Cultura em 1975, essas divisões se transformaram nos Departamentos de Bibliotecas Públicas e de Bibliotecas Infantojuvenis. Em 1982, foi inaugurado o Centro Cultural São Paulo, que passou a reunir importantes acervos da cidade, entre eles a Discoteca Oneyda Alvarenga, o Arquivo Multimeios e o conjunto de bibliotecas do espaço, fortalecendo o vínculo entre cultura e leitura.
Já no século XXI, o decreto nº 42.832, de 2003, instituiu as bibliotecas dos Centros Educacionais Unificados (CEUs), ampliando o atendimento à comunidade escolar e aos moradores das regiões mais afastadas. O processo de expansão seguiu nos anos seguintes, com a criação do Sistema, em 2005.
Ao longo de nove décadas, o Sistema Municipal de Bibliotecas consolidou-se como uma das mais amplas e longevas redes públicas de leitura do país, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento intelectual e cultural da população paulistana. Em 2025, ao completar 90 anos, celebra não apenas sua história, mas também o compromisso contínuo com a democratização do conhecimento, reafirmando seu papel como um dos pilares da política cultural da cidade de São Paulo.
A programação completa das bibliotecas de bairro e dos bosques e pontos de leitura, além de outras novidades e avisos, você encontra no site da CSMB e em nossa redes social. Informações gerais estão disponíveis nas redes sociais e no site da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Consulte online os acervos da biblioteca da cidade aqui.
Sobre a Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB)
A Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB) é um núcleo filiado à Secretaria de Cultura e Economia Criativa da cidade de São Paulo, responsável direta pela administração de 84 equipamentos culturais ao redor da cidade, incluindo 51 bibliotecas de bairro - além da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato e as bibliotecas Jayme Cortez, Paulo Setúbal, Paulo Duarte, Prefeito Prestes Maia e José Paulo Paes dentro dos Centros Culturais da Juventude e Penha, respectivamente - e 29 Serviços de Extensão estabelecidas em praças e parques por meio dos Pontos e Bosques de Leitura. Tendo origem desde a década de 30 como Divisão de Bibliotecas do Departamento de Cultura e reajustada como CSMB desde 2005, tem como objetivo integrar todas as bibliotecas públicas municipais e tornar mais eficiente o desenvolvimento de suas políticas, serviços e estrutura informacional. A fim de promover iniciativas que atendam às necessidades de prover amplo acesso à informação, cultura, leitura e produção de conhecimento, a Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas promove em seus espaços cursos, oficinas e atrações artísticas mensais e gratuitas para todos os públicos - por meio de programas como “Biblioteca Viva”, “Feira de Trocas de Livros”, “Pegue, Leve e Leia”, “Bibliotecas Temáticas” - e o primeiro serviço de streaming gratuito de leitura - o BiblioSP, que conta com mais de 17 mil livros para leitura online e download.
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