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Sexta-feira, 4 de Julho de 2025 | Horário: 15:16
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Prefeitura divulga primeiro mapeamento do audiovisual indígena em São Paulo

Levantamento inédito realizado pela Spcine apontou que 42 pessoas indígemas envolvidas no setor

A Prefeitura apresentou um estudo inédito sobre a cadeia do cinema indígena no estado de São Paulo. O Mapeamento do Cinema Indígena no Estado de São Paulo, realizado pela Spcine, identificou 42 pessoas indígenas envolvidas com produção audiovisual no estado, atuando em aldeias, contextos urbanos e universidades.

A pesquisa foi  encomendada pelo Observatório Spcine e conduzida pelo Instituto Catitu, tendo como objetivo subsidiar políticas públicas mais inclusivas, capazes de ampliar o acesso e a participação indígena nos editais e circuitos de fomento ao audiovisual.

O lançamento do estudo aconteceu no dia 25 de junho, como parte da programação do 4º Fórum Spcine. Segundo o Censo 2022, São Paulo reúne cerca de 55 mil indígenas, sendo 92% em áreas urbanas e 8% em Terras Indígenas. 

A maioria dos produtores mapeados pertence ao povo Guarani Mbyá, mas também há representantes dos povos Pankararu, Tupiniquim, Tukano, Baniwa, Aymara, entre outros. A produção identificada aborda temas como meio ambiente, identidade cultural, retomadas de território, igualdade de gênero e resistência política.

As iniciativas de formação e produção audiovisual indígena no estado começaram no início dos anos 2000, com projetos em aldeias Guarani Mbyá no litoral e ações do Comitê Interaldeias e do Instituto Catitu, voltadas à capacitação de comunicadores e ao fortalecimento do audiovisual como ferramenta de expressão e articulação política. O mapeamento destaca experiências recentes como a formação de mulheres cineastas em Tenondé Porã, projetos em parceria com a Spcine, expansão de coletivos na Aldeia Multiétnica de Guarulhos e novas produções no Jaraguá, incluindo curtas premiados em festivais.

Entre os entrevistados estão jovens realizadores, mestres cineastas e estudantes universitários que desenvolvem seus projetos em diálogo com tradições e tecnologias. Essa diversidade mostra como o cinema indígena circula entre o registro de memórias e a experimentação artística, desenvolvendo uma linguagem própria e engajada. O relatório também aponta a necessidade de ampliar a circulação das obras, sua preservação e o acesso a políticas públicas voltadas ao fomento e à distribuição.

“O levantamento representa um passo importante na construção de um ecossistema audiovisual mais plural, reconhecendo o cinema indígena como parte do patrimônio cultural brasileiro e da economia criativa. A iniciativa reforça o compromisso com a ampliação de oportunidades e a redução das desigualdades, abrindo caminhos para que narrativas indígenas ocupem mais espaços e contribuam para o debate cultural”, afirma Lyara Oliveira, presidente da Spcine.

Além de mapear pessoas e coletivos atuantes, o estudo realizou 15 entrevistas aprofundadas, reunindo relatos sobre trajetórias, obstáculos e perspectivas de futuro.

O estudo completo pode ser consultado aqui.

Sobre a Spcine
A Spcine é uma empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa da Cidade de São Paulo. Atua como um escritório de desenvolvimento, financiamento e implementação de programas e políticas para os setores de cinema, TV, games e novas mídias. Seu objetivo é reconhecer e estimular o potencial econômico e criativo do audiovisual paulista e seu impacto em âmbito cultural e social.    

Dados em destaque do mapeamento

População indígena no Estado
 

  • 55.295 indígenas (Censo 2022)
  • 7,56% vivendo em Terras Indígenas
  • 92,44% em contexto urbano ou rural fora de Terras Indígenas
     

Pessoas mapeadas:
 

  • 42 pessoas indígenas atuantes no audiovisual
  • 15 entrevistas aprofundadas (13 individuais, 1 dupla, 1 grupo)
  • Idades dos entrevistados: 16 a 53 anos
  • Presença crescente de mulheres, incluindo a Rede Katahirine

Formação educacional dos entrevistados:
 

  • Ensino superior incompleto: 17%
  • Ensino superior completo ou em curso: 31%
  • Ensino médio completo: 30%
  • Pós-graduação: 9%
  • Ensino fundamental: 13%

Localização no Estado de SP:
 

  • Capital e região metropolitana: 48%
  • Litoral Sul: 26%
  • Interior do estado: 26%
     

Formação e políticas de fomento:

  • Mais de 20 anos de oficinas audiovisuais em aldeias
  • Destaque para Instituto Catitu, Comitê Interaldeias, Comissão Guarani Yvyrupa, Guarani Lab
  • Oficinas voltadas para mulheres indígenas desde 2022
     

Eventos e circulação:

  • Presença em festivais como Mostra Ecofalante, É Tudo Verdade, Kinoforum, Bienal de SP, Pinacoteca, MASP
  • Exibição online em plataformas como Spcine Play e Itaú Cultural Play3

Propostas de políticas públicas:

  • Ampliação de editais específicos
  • Redução da burocracia nos processos de inscrição
  • Estímulo à distribuição e preservação das obras
  • Formação continuada

 

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