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Segunda-feira, 27 de Setembro de 2021 | Horário: 14:49
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Aumenta a procura por dispositivos intrauterinos na rede municipal de saúde da Capital

O método contraceptivo é discutido durante abordagem individual ou em momentos coletivos nos consultórios, se for desejo da paciente e não houver contraindicação. Menores a partir de 15 anos são estudadas caso a caso

Amparar a população feminina da capital, prevenindo a gravidez não planejada ou precoce, de forma saudável e segura, é um dos objetivos da Prefeitura de São Paulo na área da saúde da mulher. E para atingir essa meta, tem ampliado a oferta de medidas contraceptivas de longa duração como o DIU (Dispositivo Intrauterino). De janeiro a agosto deste ano foram implantadas 12.438 unidades de cobre, além de 927 do endoceptivo Mirena no público feminino que optou por esse método anticoncepcional. Em 2020, foram no total, 12.535 dispositivos inseridos nas pacientes e, em 2019, 14.555.

Segundo a coordenadora da Área Técnica da Saúde da Mulher, da Secretaria Municipal de Saúde, Sônia Raquel Leal, o DIU combate a gravidez indesejada de forma bem segura. “A mulher pode esquecer de tomar a pílula anticoncepcional e corre o risco de engravidar. O DIU é uma prevenção de longa ação, especialmente para adolescentes”, complementa a médica.

O assessor técnico da Saúde da Mulher, Adalberto Kiochi Aguemi, destaca que o dispositivo é prático e contempla a vida contemporânea. “O DIU é indicado para toda e qualquer paciente, independentemente se adolescente ou adulta, desde que preencha os critérios de elegibilidade para anticoncepção”, enfatiza o médico.

O DIU é uma peça de tamanho pequeno, em formato de T, que é inserida no interior do útero, sempre por um médico, com treinamento adequado. O procedimento é rápido, feito no consultório e reversível: caso a paciente queira engravidar mais adiante, pode solicitar que seja retirado.

Teste de gravidez

De acordo com Sônia Raquel, a indicação da inserção do DIU independe da paridade, ou seja, se a mulher já teve filhos ou não. Mulheres que nunca tiveram filhos também podem optar pelo dispositivo. “Mas em todos os casos, antes da implantação, pedimos um teste de gravidez, que pode ser feito nas UBSs. O resultado não demora a sair e, dando negativo, continuamos com a oferta de todos os métodos”, esclarece a coordenadora.

Segundo a especialista, alguns dias após a inserção, a paciente deve fazer um ultrassom, para que médico veja se a peça foi colocada corretamente. “A mulher também é orientada a fazer uso de preservativo por três meses, pois trata-se de um período de adaptação. Se depois desse tempo não houver nenhuma queixa, ou o organismo não tentar expelir a peça, ela poderá levar vida normal e realizar um ultrassom anualmente, junto com os exames de rotina”, orienta a médica.

Antes da implantação do DIU na Atenção Básica, a paciente é orientada sobre saúde reprodutiva com indicações, contraindicações e rotinas que devem ser adotadas após a colocação do dispositivo. Nesse período ela também é submetida a exames físicos gerais e ginecológicos.

Como atua

Existem dois tipos de DIU no mercado. O primeiro deles é o de cobre e tem eficácia prevista de dez anos. Previne a gravidez por causar modificações adaptativas no endométrio (camada interna do útero), no muco cervical e, impedindo que os espermatozoides cheguem até o óvulo.

Segundo Aguemi, é uma boa alternativa para as mulheres que não podem fazer uso de hormônios. “Quem tem histórico de câncer de mama, assim como pacientes que tenham risco de contrair, ou estejam infectadas pelo vírus HIV ou em uso de antirretroviral e clinicamente bem, podem usar esse método com segurança”, orienta o ginecologista. “As usuárias de DIU com Aids devem ser reavaliadas sempre que surgirem sintomas adversos como dor pélvica ou corrimento, na unidade básica”, complementa o assessor técnico da Saúde

O dispositivo de cobre pode ser usado por aquelas que têm diabetes, hipertensão e são cardiopatas. No entanto, não é recomendado para pessoas com alergia ao material, que possuem problemas de coagulação, apresentam distorção da cavidade uterina e menstruação volumosa. “Por esse motivo, não é indicado para quem tem anemia”, esclarece a doutora Sônia.

Após ser implantado, o DIU fica com um ou dois fios que se estendem do colo do útero até parte do canal vaginal. Eles não são sentidos pela mulher e muito menos por seu parceiro. Portanto, a paciente pode ter sua vida sexual sem preocupações.

Hormônio

O segundo tipo, comercialmente conhecido como Mirena, libera o hormônio Levonorgestrel, recomendado para prevenir a gravidez. Tem validade de cinco anos e é em formato de T, porém não é composto por fios de cobre enrolados em sua estrutura. Atua controlando o desenvolvimento do endométrio, assim como promove o espessamento do muco no canal cervical, o que dificulta a passagem do espermatozoide e, consequentemente, a fertilização.

Este método garante redução do fluxo menstrual e das cólicas. Nos primeiros meses, é normal que a mulher apresente sangramentos fora do ciclo. Na maioria dos casos esses escapes, como são chamados, diminuem após os três primeiros meses.

O acompanhamento para este tipo de dispositivo é o mesmo que o usado para o DIU de cobre. A revisão é feita sempre durante os exames de rotina anuais. No entanto, o médico deve ser consultado caso a paciente tenha dores, sangramentos anormais ou perceba qualquer outra intercorrência

Pacientes

Três mulheres, de perfis e idades diferentes, residentes em duas regiões distintas da capital, colocaram dispositivos intrauterinos de cobre pela Prefeitura e afirmam estar satisfeitas por terem adotado esse método contraceptivo.

A assistente financeira Josiane de Souza Aranha, de 29 anos, moradora da Zona Sul, por exemplo, está desempregada e recebeu o DIU recentemente. Pretende fazer cursos, para se recolocar no mercado de trabalho, e uma segunda gravidez não faz parte de seus planos tão cedo. “Sou mãe de uma menina de dois anos e meio e ter filhos nos próximos anos está fora de cogitação. A implantação do DIU me ajudou muito com o planejamento familiar. Agora que as creches estão trabalhando com 100% da capacidade, minha filha vai para a escola e eu vou estudar para me atualizar e voltar à ativa”, diz.

Aumentar a família só fará parte dos projetos de Joyce de Souza Pinto, 25, dentro de cinco ou seis anos. Moradora do bairro do Jaraguá, na Zona Oeste, ela é arquiteta e suas prioridades, atualmente, são se estabelecer na carreira, sair e viajar com o marido. “Tomei anticoncepcional desde os 17 anos. Quando soube, por uma amiga, que poderia colocar o dispositivo pela Prefeitura, logo marquei minha consulta. Levei todos os exames que havia feito há pouco tempo e não demorei para ser chamada para a implantação, que foi feita em julho”, comemora.

A assistente financeira Giselle Francisco dos Santos, residente na Zona Sul de 33 anos, recebeu o DIU há 60 dias e garante estar mais tranquila. “Acho que é um dos métodos anticoncepcionais mais seguros. É melhor do que ficar tomando injeção (à base de hormônios) ou pílula, que podemos esquecer. E o custo-benefício é maravilhoso. Fui muito bem atendida. Agora, é só retornar na data certa da próxima consulta”, afirma.

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