Notícia na íntegra

Sexta-feira, 3 de Maio de 2019 | Horário: 09:14
Compartilhe:

Encontro debate biodiversidade e mudanças climáticas

Iniciativa do Comitê de Mudança do Clima reuniu especialistas em sua reunião plenária

Como as mudanças climáticas afetam a biodiversidade? Esta foi a pauta da 71ª Reunião Plenária Ordinária do Comitê de Mudança do Clima e Ecoeconomia, órgão colegiado da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), realizada na última terça-feira (30). Além dos palestrantes, esteve presente ao encontro o cientista Paulo Artaxo (foto), considerado um dos pioneiros do estudo do impacto das emissões de gases de efeito estufa e partículas de queimadas na Amazônia. Segundo Artaxo, a cidade demanda um planejamento de enfrentamento aos eventos climáticos extremos de uma maneira muito clara.

Após aprovação da ata do encontro anterior e informes gerais, foi iniciada a apresentação da professora e diretora da Divisão de Defesa e Vigilância Ambiental (DDVA) da Secretaria de Segurança Urbana (SMSU), Angela Maria Branco. Ela ressaltou a importância de incluir a biodiversidade nas diretrizes de um plano municipal de combate às mudanças climáticas, além de lembrar como essa inclusão pode auxiliar no manejo da fauna e da flora. “As pessoas não associavam uma coisa à outra e foi necessário um grande esforço para inserir essa temática”, ressalta.

Angela explicou como os padrões de mudança do clima estão modificando as características originais dos ecossistemas e aumentando a vulnerabilidade das espécies. Segundo ela, se não houver esforços significativos para limitar a emissão de gases poluentes, plantas e animais perderão seu habitat até o final do século.

Outra palestrante foi a chefe do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), Sueli Angelo Furlan, que ressaltou a importância de proteger as áreas de cobertura vegetal, pois são fundamentais na proteção do solo (contra erosão), da fauna e flora, além de manter o equilíbrio da temperatura.

A educadora lembrou a importância da educação ambiental nas escolas, para preparar cidadãos conscientes frente às questões ambientais; encerrou sua explanação destacando a necessidade de planejar um desenvolvimento urbano, que concilie com as questões ambientais, implantando e interligando áreas verdes para melhorar a qualidade de vida nos grandes centros urbanos.

Vulnerabilidade
Paulo Artaxo é membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da World Academy of Sciences (TWAS), da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP) e da equipe do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 2007. Ele é considerado um dos pioneiros do estudo do impacto das emissões de gases de efeito estufa e partículas de queimadas na Amazônia.

Segundo Artaxo, a cidade de São Paulo se torna mais vulnerável devido ao seu núcleo urbano, impactando de um jeito mais significativo sua população. O aquecimento do planeta em função da emissão dos gases de efeito estufa é um indicativo de como o clima mudará em diferentes regiões. A alteração de maior impacto será nos padrões de chuvas.

''A cidade de São Paulo já dá indícios desses impactos; basta observarmos o aumento da incidência e frequência de enchentes, e a questão das secas enfrentadas ao longo dos últimos quatro ou cinco anos. São Paulo já é uma cidade que demanda um planejamento de enfrentamento aos eventos climáticos extremos de uma maneira muito clara. Isso não pode ser postergado. Quanto mais cedo agirmos mais fácil será implementar, diminuindo o sofrimento da população'', declara o cientista.

Os veículos movidos a combustíveis fósseis são considerados os grandes vilões do aquecimento global, já que as emissões causadas pelos automóveis liberam diversas substâncias tóxicas que podem causar danos à saúde da população e ao meio ambiente. ''As reduções desses gases só vão ocorrer se houver um plano bem pensado, baseado em ciência e levando em conta as limitações de investimentos e de tecnologia. Felizmente, já temos ônibus de baixas emissões e tecnologia para fazer isso; é fundamental termos políticas públicas que incentivem a implementação dessas ações, para que ocorram de uma maneira mais rápida e mais efetiva possível para a população''.

Segundo ele, há duas fontes para o aquecimento global: a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. Para zerar as emissões, ainda há um longo caminho a percorrer. ''A única atividade que pode servir de prevenção aos eventos climáticos extremos é reduzir o aquecimento global. O IPCC coloca que nós temos que reduzir as emissões em 5% ao ano começando em 2020, e zerarmos todas as emissões de combustíveis fósseis até 2040'', apontou o pesquisador, que completa: ''Isso não é uma tarefa fácil para a humanidade, mas é essencial e estratégica para as próximas gerações'', finalizou.

collections
Galeria de imagens

SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
E-mail:
  imprensa@prefeitura.sp.gov.br
Facebook I  Twitter I  Instagram I  TikTok I  YouTube I  Acervo de Vídeos I  LinkedIn