Notícia na íntegra

Sábado, 5 de Dezembro de 2020 | Horário: 10:00
Compartilhe:

Marsha e Raoni: as onças-pardas do Cemacas

Resgatadas em canaviais no interior de São Paulo, os animais estão saudáveis e têm boa convivência com seus cuidadores

A Divisão da Fauna Silvestre da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente mantém em seu Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CEMACAS) duas onças-pardas jovens retiradas de canaviais do interior de São Paulo.

Marsha
Diversos animais são recebidos na unidade porém a onça fêmea, que recebeu o nome de Marsha, foi o primeiro filhote da espécie, que chegou ao CEMACAS em 8 de julho de 2019 com cerca de 15 dias.

“Nós nunca tínhamos recebido um filhote de onça. Então a alimentação, o tipo de leite, os cuidados foram um processo de aprendizado constante. O mais difícil foi conseguir mantê-la sempre bem alimentada, sem que faltassem vitaminas, além de avaliar o momento exato de passar da amamentação para a alimentação com carne”, afirma Juliana Summa, diretora na Divisão da Fauna Silvestre na SVMA.

De acordo com a bióloga, Marsha sempre foi muito fácil de lidar, o que ajudava na hora de realizar os cuidados diários. Ela dava sinais quando seus cuidadores podiam avançar para o próximo passo, como o desmame, e ficar definitivamente sozinha nos diferentes recintos.

“Inicialmente, como a intenção era devolvê-la para a vida livre, ela só tinha contato com uma pessoa, até aproximadamente seus três meses de vida. Depois, passou a ter contato com outras e a intenção foi não permitir que virasse um animal medroso, ansioso, para que o manejo diário fosse mais fácil para todos”, afirma Juliana.

Como não estava em seu habitat natural desde os 15 dias de vida, até aproximadamente seus quatro meses, Marsha foi alimentada com leite de cabra com suplemento, a cada três horas e, na sequência, a cada quatro horas. A partir dos três meses passou a comer carne e presas pequenas (ratos e codornas) e foi deixando o leite aos poucos.

“Hoje ela está com 16 meses e mais de 40 quilos. É muito brincalhona, porém desconfiada com quem não conhece. Passa os dias observando o movimento dos tratadores, técnicos e estagiários do alto de suas plataformas, onde também dorme bastante e toma sol”, declara Summa.

Como um bom felino, Marsha se mantém mais ativa durante à noite. Não desenvolveu, até o momento, nenhum estresse de cativeiro, conhece os seus horários de alimentação, manejo e brincadeiras. Juliana  fala sobre sua experiência com a onça e diz que foi “mãe” exclusiva dela por três meses. “Foi como criar um filho, por todos os cuidados que eu tive com ela. Foi um grande aprendizado”, afirma a bióloga.

Raoni

Raoni chegou ao CEMACAS um pouco mais velho do que a Marsha, com cerca de dois meses de idade, em 6 de julho. Portanto, o contato dele foi muito mais próximo com humanos. Ele dormia no colo, mamava na mamadeira e até hoje brinca com as pessoas. Está crescendo muito rápido e saudável. Está com quatro meses e já come camundongos, carne de boi e de porco. À tarde, antes de dormir, toma leite de cabra com suplementos (foi desmamado da mamadeira há uma semana).

Raoni também tem excelente vivência e convivência com seus tratadores. “É um bebê muito feliz. Com ele, não tem tempo ruim. Se diverte com qualquer coisa e é bem mais esperto do que a Marsha”, relata a bióloga.

Embora sejam animais selvagens, tanto a Marsha como Raoni, não retornarão para a vida livre. “Não existe esta possibilidade, pois Marsha chegou muito nova ao Cemacas e não tem como reproduzir todo um aprendizado que receberia da mãe como conhecimento do território, caçar e temer os humanos . Raoni também não voltará para o seu habitat natural, pois tem muita proximidade e afinidade com as pessoas”, esclarece Juliana.

collections
Galeria de imagens

SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
E-mail:
  imprensa@prefeitura.sp.gov.br
Facebook I  Twitter I  Instagram I  TikTok I  YouTube I  Acervo de Vídeos I  LinkedIn