Prefeitura de São Paulo

O paulistano está mais satisfeito com o transporte público na capital. A pesquisa Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem) de 2014 detectou melhora no tempo de espera por ônibus nos pontos, redução no tempo de deslocamento diário e mais pontualidade no transporte coletivo. Estes quesitos foram em toda a pesquisa os que apresentaram maior melhora de nota em relação a 2013. O estudo foi lançado nesta quinta-feira (22) pela Rede Nossa São Paulo e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). O prefeito Fernando Haddad acompanhou a apresentação dos dados e defendeu a adoção de medidas de longo prazo para elevação da qualidade de vida na cidade.

“Se nós vivermos no império do curto prazo, vamos rifar a cidade das futuras gerações. Eu acho que a adesão ao PAC [Plano de Aceleração de Crescimento], o plano diretor e o reequilíbrio da dívida com a União estruturam um tripé de desenvolvimento para que as futuras administrações possam colher os frutos destes investimentos.”, afirmou Haddad.

Segundo o prefeito, mudanças que inicialmente podem trazer desconforto podem resultar em mais satisfação. “Mudar a cidade é uma coisa que traz desconforto para as pessoas. Isso vale para uma ciclovia na [Avenida] Paulista e vale para a duplicação da [Avenida] Belmira Marim. Qualquer intervenção que modifique a rotina da cidade para o cidadão a primeira impressão é que a vida dele piorou, mas melhora depois”, disse o prefeito.

Em 2013, a Prefeitura de São Paulo iniciou uma política de aumento da velocidade e do conforto nas viagens de ônibus na cidade. Para isso, priorizou o transporte público com faixas exclusivas nos principais corredores de mobilidade. Desde o início da gestão, já foram implementados mais de 460 quilômetros de faixas exclusivas. O Programa de Metas 2013-2016 prevê ainda a construção de 150 quilômetros de corredores de ônibus.

A pesquisa divulgada nesta quinta-feira identificou redução de cinco minutos no tempo médio de espera nos pontos de ônibus, quesito que recebeu nota 4,4, em uma escala de 1 a 10. Em 2013, a nota registrada era de 3,9. Também foi identificado aumento as notas de pontualidade dos ônibus (4,0 para 4,3) e de tempo de deslocamento pela cidade (3,7 para 4,1). Além disso, a nota para o quesito Transporte/ Trânsito e Mobilidade subiu de 3,9, em 2013, para 4,1, em 2014. Segundo o levantamento, 68% dos entrevistados utiliza transporte coletivo.

A pesquisa foi realizada em novembro e outubro de 2014 e entrevistou 1.512 pessoas que moram em São Paulo com mais de 16 anos de idade. O IRBEM pesquisa anualmente 25 temas relacionados ao bem estar e a qualidade de vida em São Paulo. A nota geral registrada em 2014 pela população paulistana foi de 5,1. Em 2013 a média registrada foi e 4,8.

“A pesquisa tem vários pontos positivos, importantes e estruturais, em que mudança foi visível, principalmente no transporte. Houve uma mudança nas prioridades e na percepção das soluções. Nós mudamos de patamar: antes havia muito a questão do trânsito, das avenidas, das pontes, sempre a solução como o transporte individual. Mas numa cidade grande ou média, a solução é o transporte coletivo, até por questões de espaço”, avaliou Oded Grajew, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo.

Outro tema que apresentou crescimento significativo de nota foi a percepção sobre a quantidade de ciclovias na cidade. Os entrevistados atribuíram a nota 4,6 a este quesito, 0,4 a mais que em 2013. A cidade conta, atualmente, com mais de 210 quilômetros de vias destinadas aos ciclistas. Do total de ciclovias existentes na cidade, a atual gestão inaugurou 149,2 quilômetros desde junho de 2014. Antes, São Paulo possuía 63 quilômetros. A meta da Prefeitura é viabilizar uma malha de 400 km até o fim de 2015.

Os dados completos da pesquisa estão disponíveis na página da Fecomércio-SP, em versão resumida e completa.