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Terça-feira, 16 de Abril de 2024 | Horário: 09:33
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Professora da Rede Municipal, Tatiane Santos compartilha conhecimentos e estudos sobre educação antirracista nas redes sociais

Conheça a história por trás das câmeras de Tatiane Santos, especialista em educação racial, coautora do livro “Superblack” e colunista do UOL

Professora da Rede Municipal e influenciadora digital, Tatiane Santos, mais conhecida como Pretinha Educadora, é especialista em Educação Racial Infantil e em 2023 recebeu o Prêmio Luiza Mahin, concedido a mulheres comprometidas com a valorização da cultura negra, pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). Além disso, é coautora do livro “SuperBlack”, no qual seu filho Lucas é o protagonista, consultora antirracista e colunista do UOL. 

Tatiane é educadora do Centro de Educação Infantil (CEI) Basileia e, atualmente, está designada e trabalha como Assistente de Direção (AD) na Escola Municipal de Educação Fundamental (EMEF) Maria Aparecida Rodrigo Cintra, na Zona Norte de São Paulo.

A vontade de seguir carreira na educação veio quando era pequena e “amava” ver sua professora de avental. Tatiane diz que achava a coisa mais maravilhosa e, além disso, sua mãe conta que quando seu pai foi buscá-la na maternidade, olhou suas mãos e disse:  “mãos de professora”. 

No começo de sua carreira percebeu que o seu trabalho precisava ir além da sala de aula. Ela tinha o desejo de expandir a educação antirracista que praticava, queria conversar e levar essas informações para as colegas educadoras e compartilhar seu conhecimento. 

Nesse momento também aconteceu a “virada de chave” em sua vida quando se tornou mãe. Ela começou a refletir sobre a escola que seu filho iria encontrar. Falas como: “pinte com o lápis cor de pele”, “seu cabelo precisa baixar” e “pede para mamãe cortar o cabelo”, fizeram Tatiane estudar mais e ter a vontade ainda maior de compartilhar o que sabia. 

Dessa forma, contribuiria para ampliar o olhar para a educação antirracista e a rede de pessoas com a consciência sobre a necessidade desse movimento. 

Além de professora, a “Pretinha Educadora”, como é conhecida, é influencer e possui mais de 11 mil seguidores no Instagram, onde trata de assuntos voltados à educação de modo geral, incluindo à antirracista, especialmente. 

“Sou mãe de menino”

Pretinha é coautora do livro “Superblack – O poder da representatividade”, com Renata Oliveira, e ilustrações de Pamella Paixão. 

A ideia para o livro começou quando seu filho mais velho, Lucas Silva, estudava e na escola pentearam o cabelo dele com o argumento de que ficaria melhor. Então, pediu a um designer que conhecia para fazer o desenho de um menino preto com cabelo black, pente garfo na mão e usando capa, como se fosse um super-herói. 

Ao postar a imagem em suas redes sociais, a amiga Renata Oliveira comentou que gostaria de escrever um livro inspirado no desenho. “Assim nasceu o ‘Superblack’ – para empoderar os meninos pretos com seus cabelos black e para saberem que podem ser e ter o cabelo que quiserem”, afirma Tatiane.  

O objetivo é empoderar meninos pretos com cabelo black e um dos motivos da criação deste livro é a representatividade que ela não teve. “Lucas é o protagonista do livro por conta desse empoderamento, por conta da criança que fui e quando eu era pequena não tive um boneco ou uma boneca pretinha. Agora tenho o privilégio de que o meu filho tenha um livro dele”, finaliza. 

“Ser digital foi aos pouquinhos”

Seu perfil no Instagram foi criado com intuito de compartilhar conhecimentos e estudos sobre educação antirracista com outros educadores. Pretinha Educadora, o nome de sua rede social e a forma como é conhecida, aconteceu de uma forma bem especial. 

Seu marido a presenteou com o livro “Na minha pele”, de Lázaro Ramos. Na compra do título, ganhou uma senha para receber o autógrafo do autor. “Ah, menina, não tive dúvidas, né?”, comenta Tatiane.  Foram 4 horas de fila e quando ele foi autografar, disse: “como você quer que eu escreva seu nome?”, Tatiane respondeu: “ah, escreve pretinha”. Lázaro falou: “ah, uma preta da educação!” e escreveu “Pretinha Educadora”.

Foi assim que surgiu seu nome. “Com esse batizado, não tinha como eu não fazer uma página voltada à questão étnico-racial. Eu me volto às questões infantis porque esse é o meu chão, o Centro de Educação Infantil (CEI), [professora de educação infantil] é o meu primeiro cargo na prefeitura”, disse.  

Ela acrescentou que as pessoas acreditam que crianças pequenas não entendem sobre preconceito ou racismo, mas diz que “são elas que mais sofrem por não verbalizarem”. 

Assim, ela foi construindo sua rede. Fez parcerias com outras pessoas engajadas para as debater as questões de educação antirracista e oportunizar que outras pessoas e educadores tivessem oportunidade de aprender sobre o tema. 

Seus números foram crescendo ao fazer as lives com participações de outras pessoas. “O bom da internet é que eu não alcanço só o lugar onde estou. Com as minhas redes eu consigo divulgar o meu trabalho para outros lugares e também levar a fala de uma educação antirracista mais longe porque o acesso pode ser feito em qualquer lugar”, complementa. 

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