Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
UNESCO propõe alternativas para a gestão hídrica
Como encontrar melhores soluções para a gestão da água? Para essa pergunta, o coordenador e diretor do Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP, na sigla em inglês) da UNESCO, Stefan Uhlenbrook, trouxe uma resposta simples, durante o Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília. O evento contou com representantes da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), os técnicos Miriam Falótico e Ricardo Fraga Oliveira, da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ).
Ambos concordam que o relatório da UNESCO é o mais contundente, sob o aspecto da prioridade a ser dada quanto à preservação dos recursos hídricos. Stefan Uhlenbrook afirma que soluções baseadas na natureza podem ser mais eficientes em termos de custo-benefício. Ele citou a chamada infraestrutura verde, como a agricultura de conservação, como solução ideal para proteger os rios, ainda subutilizada globalmente (corresponde a apenas 5% dos investimentos no setor).
O que se tem hoje é a chamada solução “cinza”, construída pelo homem. “As soluções baseadas na natureza não foram muito adotadas porque são consideradas complicadas e caras, mas é o contrário. Essas soluções podem ter melhor custo-benefício do que as infraestruturas tradicionais”, avalia. De quebra, a versão “natural” poderia atingir três objetivos: aumentar a disponibilidade de água, aumentar sua qualidade (hoje em degradação devido às atividades humanas) e reduzir os riscos associados à água, como as enchentes e as secas. “Todos são objetivos de gestão da água que podemos atingir com soluções baseadas na natureza e infraestrutura verde”, disse.
Produção agrícola
A produção agrícola, por exemplo, consome 70% da água disponível no mundo, contra 20% da indústria (incluindo a geração de energia elétrica) e 10% de uso doméstico. Nesse cenário, o mundo precisaria aumentar em 50% a produção de alimentos até o ano de 2050. “Precisamos pensar em formas sustentáveis de aumentar a produção agrícola”, alertou Uhlenbrook. A solução poderia ser a adoção de sementes melhores e melhores práticas agrícolas.
Uma melhor gestão da água elevaria a disponibilidade do líquido para as plantas e a produção agrícola de forma sustentável, aumentando a produção em 20%. A gestão da água nas fazendas, segundo ele, é importante para aumentar sua disponibilidade para as plantas e para a produção agrícola de maneira sustentável. Ou seja, além do investimento em novas tecnologias agrícolas, é imprescindível também capacitar e equipar o agricultor com conhecimento. “É mobilizar recursos humanos, investimento em infraestrutura e em ferramentas socioeconômicas, como governança, arranjos institucionais, regulações, leis. É uma série de coisas que precisam acontecer.”
Representantes da UMAPAZ
Dois técnicos da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ), órgão de educação ambiental da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), participaram do evento: a educadora ambiental Miriam Falótico e Ricardo Fraga Oliveira.
“A participação de técnicos da UMAPAZ no evento foi enriquecedor e proporcionou vivência singular e de extrema importância para podermos continuar nosso trabalho de difusão e debate em torno desse grande eixo norteador referente a água e saneamento na Cidade de São Paulo”, afirmam os técnicos. A dupla acredita ser importante difundir o conteúdo dos compromissos assumidos no FMA, como o Manifesto dos Parlamentares, que defende a universalização do acesso á água potável, eliminação das desigualdades e promoção do desenvolvimento sustentável.
“Nós nos orientaremos para fundamentar, nas ações de educação ambiental, o sentido desses compromissos assumidos e o quanto esses manifestos e declarações podem se transformar em normas, para que o tema água entre definitivamente para a agenda política”, afirma Miriam. “Precisamos priorizar medidas de enfrentamento à mudança do clima que se relacionem à segurança hídrica, proteção das florestas, incorporando a água como componente central das ações de adaptação”, complementou Ricardo. Na foto, o geólogo Ronaldo Malheiros, da Defesa Civil de São Paulo, Miriam Falótico e Ricardo Fraga.
Fórum Mundial da Água
Organizado a cada três anos, o Fórum Mundial da Água é o principal encontro global que reúne profissionais do setor hídrico e formuladores de políticas trabalham para estabelecer os planos de ação de longo prazo sobre os desafios relacionados à água. Com mais de 150 países representados, o fórum visa aumentar a conscientização e reforçar o compromisso político com relação ao uso e à gestão da água.
Além do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, este ano acontece a abertura da Década Internacional de Ação “Água para o Desenvolvimento Sustentável” (22 de março de 2018 a 22 de março de 2028). A Década visa fortalecer a cooperação e a mobilização internacionais, a fim de contribuir para a realização dos ODS.
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