Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
Megacidades latino-americanas debatem gestão e futuro da água no mundo
As megacidades latino-americanas Bogotá, Buenos Aires, Cidade do México, Rio de Janeiro, São Paulo, Lima e Santiago iniciaram ontem (7) uma discussão sobre os desafios e soluções para os problemas relacionados à gestão da água. A Prefeitura de São Paulo foi a sede do encontro, em que foi realizado o 1º dia da Conferência América Latina: Megacidades, Água e Mudança Climática, que foi aberta ao público e segue nesta quarta (8).
No primeiro dia de evento, os participantes discutiram os desafios atuais e futuros da mudança climática que impactam a segurança hídrica na região da América Latina e Caribe, os riscos para suas atividades econômicas e estabilidade social, e as possíveis soluções para essas questões. Cada uma das cidades representadas compartilhou a história e dados técnicos de seus sistemas de água e saneamento. Soluções para desafios locais, questões emergentes e formas de planejar e gerir a água no futuro foram assuntos explorados.
Além do apoio da PMSP, o evento conta com a parceria da organização Governos Locais para a Sustentabilidade (ICLEI), da Associação de Pesquisa e Governos Locais sobre Água (ARCEAU Île-de-France) e do Sindicato Interdepartamental de Saneamento da Região Metropolitana de Paris (SIAAP, na sigla em francês). A Agência Nacional de Águas (ANA) também é uma apoiadora.
Programa da UNESCO
O encontro é promovido pela Sede da UNESCO, pelo Escritório Regional da UNESCO para Ciências na América Latina e Caribe (UNESCO em Montevidéu) e pelo Escritório da UNESCO no Brasil, no âmbito do Programa Hidrológico Internacional da UNESCO (IHP, na sigla em inglês). O principal objetivo é abrir a discussão para o problema da mudança climática, os riscos para as atividades econômicas e estabilidade social e suas possíveis soluções.
O encontro acontece justamente quando a Organização das Nações Unidas (ONU) tornou público o relatório de sua Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES). Esse relatório reuniu 145 cientistas de 50 países para descrever, de forma minuciosa, as perdas de meio ambiente provocadas pelas mudanças climáticas. Um dos pontos afirma que um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçados de extinção.
O estudo, divulgado na segunda (6), foi feito com base na revisão de mais de 15 mil pesquisas científicas e fontes governamentais. Os cientistas citam cinco causas de mudanças de grande impacto na natureza, nas últimas décadas: perda da habitat natural, exploração das fontes naturais, mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras.
Todos os pontos negativos apontados pelo relatório comprometem em 80% o atingimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), relacionadas a pobreza, fome, saúde, água, cidades, clima, oceanos e terra. Num cenário mais sombrio, o próprio homem está provocando a diminuição da vida útil em nosso planeta, segundo o professr Josef Settele, um dos pesquisadores envolvidos no relatório.
Orientações
O relatório da ONU indica alguns caminhos para mudar esse quadro; na esfera pública, os governos devem trabalhar por leis e processos mais sustentáveis. Também é possível melhorar a sustentabilidade na agricultura – com o planejamento das áreas de plantio, de forma a misturar vegetação que produza alimentos com espécies nativas e com a opção da agricultura orgânica. A proteção da vida marinha inclui desde cotas de pesca até demarcação de áreas protegidas e redução da poluição dos oceanos.
O primeiro passo para o cidadão comum começa com o consumo responsável, que significa adquirir apenas os produtos que necessita. Compras desenfreadas (notadamente de eletroeletrônicos) representam o sucateamento de materiais “usáveis” que são descartados em aterros sanitários, quando deveriam ser destinados aos coletores de e-lixo. No ato das compras em geral, vale preferir produtos que ofereçam menos “embalagens” – uma forma de reduzir também o material descartado após o consumo.
Já o lixo gerado também pode ser repensado na casa ou trabalho: basta ter o cuidado de separar os materiais recicláveis como vidro, metal e papel (sempre secos) dos orgânicos (restos de alimentos e de frutas). Essa atitude reduz o volume diário de resíduos sólidos enviados aos aterros sanitários, ampliando sua longevidade.
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