Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
SVMA apresenta experiência com reintrodução de bugios durante congresso internacional em Madagascar
Fotografia por: Divisão da Fauna Silvestre (DFS) / Acervo SVMA
Neste mês de julho, a servidora Maria Izabel Barbosa de Medeiros do Prado, da Divisão da Fauna Silvestre, representou a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) durante o Congresso Internacional de Primatologia, realizado em Antananarivo, Madagascar. Durante o evento, ela apresentou o trabalho “Reintrodução de dois grupos de bugios no Parque Estadual da Cantareira”, que compartilha a experiência paulistana na reabilitação e conservação do bugio-ruivo (Alouatta guariba), espécie ameaçada de extinção.
O bugio-ruivo é um primata da Mata Atlântica que vive nas copas das árvores, herbívoro e que contribui para a regeneração da floresta ao dispersar sementes. Em São Paulo, a espécie enfrenta ameaças como perda de habitat, atropelamentos, choques elétricos e febre amarela, doença à qual é altamente vulnerável. Durante surtos, como o ocorrido entre 2016 e 2018, houve grande mortalidade e extinção local parcial. Apesar de não transmitirem a febre amarela, muitos bugios foram atacados devido à desinformação.
Nesta época, os bugios que conseguiram se recuperar foram vacinados contra a febre amarela, tiveram amostras de sangue analisadas para verificação de soroconversão (se estavam protegidos contra a doença) e depois começaram com um processo longo e trabalhoso para que eles se adaptassem novamente à vida na mata. Mudanças no cativeiro foram feitas como a disposição de galhos mais frágeis para que eles pudessem testar seus limites, retirada de bebedouros que foram substituídos por bromélias para que eles soubessem onde buscar água na natureza, e a mudança na dieta, sem oferecimento de frutas e sim de folhagem nativa para que eles pudessem recuperar sua flora intestinal e estivessem aptos para o banquete diferenciado da Mata Atlântica.
Cerca de 15 dias antes da soltura, são levados a um recinto de aclimatação na mata, onde se adaptam ao novo ambiente. Esta técnica é chamada de ‘soltura branda', pois favorece a adaptação gradual dos animais. O local é monitorado e abastecido com alimentos e água (nas bromélias), facilitando a transição para a vida livre.
Fotografia por: Divisão da Fauna Silvestre (DFS) / Acervo SVMA
A participação em congressos científicos, como o de Madagascar, possibilita a troca de experiências com especialistas de todo o mundo, promovendo a atualização técnica e a ampliação das redes de colaboração. A presença da SVMA no evento contribui para a projeção internacional das ações da Prefeitura de São Paulo na conservação da fauna, especialmente na área da primatologia.
“A presença no congresso favorece não só o fortalecimento das nossas ações em São Paulo, como também insere a SVMA em uma rede global de conservação de primatas”, afirma Maria Izabel Barbosa de Medeiros do Prado, servidora da SVMA.
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